Thursday, June 30, 2005

 

coluna 23 de junho

Opa, como tá, firme firmão? Comigo tudo ok, obrigado.

Cerca de um mês atrás aqui na Inglaterra, o jornalista Simon Reynolds lançou “Rip It Up And Start Again: Postpunk 1978-1984'', um livro que conta a história do movimento pós-punk, que aconteceu aqui no Reino Unido no final dos anos 70 e começo dos 80.

Como parte da divulgação desse novo trabalho, Simon escreveu artigos sobre o assunto em algumas revistas daqui, e na coluna dessa semana resolvi traduzir um desses artigos pra você.

O excelente texto abaixo foi publicado na revista Time Out em abril e nos presenteia com algumas histórias legais daquela época, tanto sobre Londres como das variadas bandas underground do movimento, e nos faz ter idéia do que realmente foi uma cena musical 'do-it-yourself'. O artigo é um pouco extenso, mas vale muito a pena.

Agora, senta que lá vem a história.


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FESTEJE COMO SE FOSSE 1979
(Party Like It's 1979)
Time Out (abril 2005)

Tradução: Marcio Custodio
Revisão: Gilberto Custodio


Londres, final dos anos 70: o nascimento da era pós-punk, e a última vez que a capital foi criativamente viva e politicamente radical. É o que argumenta Simon Reynolds, que é nostálgico por uma era antes daquela onde o frio domínio Thatcherismo tomou conta, quando a boemia de Londres se embalava nos squats com Scritti Politti e The Raincoats, e cerveja Red Stripe, reggae e Rough Trade eram a tendência da cultura.

Se você quer ter um senso nítido de como era Londres no final dos ano 70, tente assistir ‘Rude Boy'. Filmado durante 1978-79, esse semi-documentário do The Clash oferece imagens legais das passeatas Rock Against Racism e demonstrações da National Front (movimento nacionalista inglês). Mas o que realmente chama atenção para o olho contemporâneo é quão horrível tudo parece. Com suas cores varridas, roupas surradas e faces pálidas, Londres assemelha-se com blocos suburbanos de uma cidade do leste europeu comparado com seu design coeso e estilosa metrópole dos dias de hoje.

Debaixo da superfície enfadonha, contudo, Londres do final dos anos 70 foi culturalmente vibrante em maneiras que faz a bonita e endinheirada capital de hoje parecer francamente empobrecida. Música rock, arte de vanguarda, teoria crítica e políticos militantes acasalavam-se uns aos outros para criar uma efervescência de criatividade e divergência. Embora a capital estivesse sentindo o gosto precoce do Thatcherismo - corte de gastos, ataques aos transportes públicos e condomínios de casas do governo - cortesia da liderança do Partido Conservador, que tomou conta do GLC em 1977 -, Londres ainda tinha uma porção de espaços para um estilo de vida alternativo. A cultura do squat prosperava-se durante o que foi de fato a última gloriosa explosão da contra-cultura.

1977 era supostamente pra ser o Ano Zero, no que se dizia respeito aos punks. Eles desdenhavam os hippies de dreadlocks ensebados, enrolando fumos nos discos de capa dobrada deles e se divertiam com solos simples de guitarras. Ainda sim para o ‘verdadeiro' punk rock, isso foi realmente uma mudança histórica, uma interrupção da contínua música e cultura progressiva que se estendia da psicodelia de 1967 ao avant-funk e dub industrial de 1979. Isso explica porque Ladbroke Grove e suas redondezas foram fundamentais durante o período post-punk. Antigo terreno do Pink Floyd e Hawkwind, lar para gravadoras progressivas que definiram épocas como Island e Virgin, Ladbroke Grove seguiu desretalhadamente da era das kaftans, tochas e casacos afegãos para os Doc Martens e tênis furados do post-punk.

Uma coisa compartilhada pelos hippies e o pessoal do pós-punk era a veneração branca britânica para o reggae como o ‘ultimate roots rock rebel sound'. Antiga agente de imprensa da Island Records, jornalista de reggae, e autora do single dubby post-punk ‘Launderette', Vivien Goldman viveu em Ladbroke Grove nessa época. Ela lembra de estar em pelo menos meia dúzia de baladas ilegais, perto de sua casa. Conhecidas como ‘blues', as festas operavam tipicamente na casa ou apartamento de alguém. ‘Você pagava uns dois contos na porta, ascendia um baseado, pegava uma cerveja Red Stripe e curtia a noite toda ao som de dub e rock. Ladbroke Grove era uma grande imundice naqueles tempos, e com o espírito de uma pequena vila, muito mais de como é hoje em dia. Era realmente uma cena onde você trombava com alguém na Portobello num sábado à tarde sem se frustrar, independente se você queria encontrar eles ou não.

Um importante ponto de encontro para a comunidade pós-punk da zona oeste de Londres era a loja de discos Rough Trade, que se instalou num prédio na Kensington Park Road, onde era antigamente o local do primeiro salão de cabelereiro descolado da Inglaterra. ‘Rough Trade se tornou um lugar encantador', diz o co-fundador Geoff Travis. ‘Você podia ir lá dar um role numa boa, olhar os discos sem ninguém lhe importunar, e tinha cadeiras e umas caixas de sons potentes, bombando os últimos lançamentos de reggae. Fizemos a conexão com o punk bem cedo.' Ladbroke Grove era de fato a área do The Clash. As letras deles eram sombreadas pelos trajetos de aviões que passam na zona oeste (nota do tradutor: o principal aeroporto de Londres fica na zona oeste da cidade, e a área conseqüentemente sofre com os incessantes barulhos dos aviões) e também pela brutal monstruosidade da Trellick Tower (que agora possui um charme singular com seu design utilitário), enquanto que ‘White Riot' retratava a desordem do carnaval de Notting Hill de 1976.

Rough Trade, a gravadora, começou quase que exatamente dois anos após a loja ter sido aberta em fevereiro de 1976. Operando numa pequena sala aos fundos da loja, entre 1978 e 1981, ela lançou muitos dos discos definitivos do pós-punk, alguns de bandas de fora da cidade como Swell Maps, Cabaret Voltaire e The Fall, e outros de conjuntos de vanguarda londrinos como This Heat, Scritti Politti e The Raincoats. Tão formidável quanto os discos da Rough Trade era, contudo, o idealismo dela e como operava. Apesar de ser uma empresa privada, era administrada como uma cooperativa, com todos os funcionários recebendo o mesmo salário e desfrutando do mesmo direito de opinar (exatamente como era a revista Time Out naqueles dias).

Travis abraçou a continuidade entre a contra-cultura e pós-punk. Ele fala de crescer na era de Oz e das manifestações em Grosvenor Square, e viver em squats por toda Londres. ‘Mile End, Camden , Bloomsbury … ‘Estava morando num squat quando a Rough Trade abriu'. Mais tarde ele veio se tornar o flatmate de Vivien Goldman e testava a paciência dela com infinitas sucessões de bandas da Rough Trade que se se instalavam no chão da casa quando estavam na cidade para fazer um show ou gravar um álbum.

Uma breve caminhada da Rough Trade, pelo final da Portobello sentido oeste, ficava o antigo local do jornal underground dos anos 60 International Times. No final dos anos 70 era ocupado por uma companhia chamada Better Badges. ‘Vestir a camisa' e acreditar nos seus princípios - políticos ou musical - era o lance pra se fazer naqueles tempos, e Better Badges era a líder nisso. E o cara por trás da Better era fácil de lidar. Um hippie original que legendariamente não cortava seus locks desde 1968, Jolyon Mcfie começou um esquema idealista ‘imprima agora / pague depois', para ajudar fanzines novatos como Jamming a se levantar. Os editores poderiam então ir dois quarteirões ao lado e deixar na Rough Trade, na qual sua rede de distribuição os colocavam em lojas independentes de discos por todo o país (nota do tradutor: a Rough Trade, além de loja e gravadora, era também a mais importante distribuidora independente da Europa).

No caminho da Better Badges para a Rough Trade, a molecada zineira passava pelo Acklam Hall, um lugar bem sob o trajeto de aviões da zona oeste. Mais tarde renomeado para Subterrania, Acklam Hall começou hospedando shows de caridade (incluindo alguns do Rock Against Racism), sobreviveu a um ataque incendiário neo-fascista, e floresceu como um espaço crucial de performances para grupos pós-punk. Scritti Politti fizeram sua primeira apresentação ao vivo lá em novembro 1978, tocando um set de quatro músicas (eram todas as músicas que tinham até então), e foram tão bem que a audiência insistiu para que tocassem o set novamente. Na mesma noite estavam os pós-punks prag VEC, na qual um projeto paralelo da banda chamado The Atoms continha o comediante Keith Allen cantando coisas como ‘Max Bygraves Killed My Mother'.

Outra casa de shows chave no oeste de Londres foi o The Chippenham, que era o encardido andar de cima do pub Westbourne Grove, onde bandas se apresentavam sem palco. Em 1979, era o lugar pra ver as pós-punkers feministas gloriosamente desajeitadas The Raincoats, do selo Rough Trade, e os absurdos The Tesco Bombers And The Vicent Units, esses menos conhecidos. A baixista dos Raincoats morava por ali num squat na Monmouth Road. ‘O lugar tinha sido queimado e era literalmente inabitável', ela recorda. ‘Era uma aparência realmente não muito boa. As pessoas chegavam e diziam ‘Olá, estamos fazendo um filme sobre o holocausto, podemos filmar na sua casa?' Tinha cogumelos nascendo na parede do banheiro'.

Vicky Aspinall, violinista das The Raincoats, foi recrutada depois que ela viu o anúncio da banda - ‘female musician wanted: sem estilo, mas resistente' - na livraria radical Compendium, em Camden. Havia points pós-punk por toda a cidade. A bunker de John Lydon e seu PIL era na feiosa Gunter Grove, no final do bairro de Chelsea. Tinha o estúdio Cold Storage em Brixton onde This Heat gravava, Death Factory, a sede do Throbbing Gristle, em Hackney - mas o verdadeiro rival de Ladbroke Grove nesse período como fortaleza da cultura alternativa era Camden Town. Era o lar de Scritti Politti e outras bandas do mesmo conceito - do it yourself - que se agrupavam em volta deles, e também do LMC - London's Musicians Collective (Coletivo de Músicos de Londres).

‘Estar em Camden, era sentir que estava no lugar certo', relembra o co-fundador da LMC David Toop. Ele conta que a boemia no bairro surgiu com o punk. ‘Uma vez eu levei um americano para um café local e ele ficou completamente espantado quando o The Clash apareceu no café. Mas aquilo era bem normal na época'. O The Clash estava sem dúvida tirando um break no local onde ensaiavam, que era um depósito escroto ali em Chalk Farm Road. O LMC também tinha uma propriedade por ali, onde tinham transformado uma lavanderia num espaço para shows.

Originalmente nascido da cena de livre improvisação do Reino Unido, o LMC começou a atrair descontentes ex-punks como Viv Albertine das The Slits e Mark Perry do Sniffin' Glue/Alternative TV, irritados com as restrições do rock convencional. Fãs da primeira e caótica encarnação dos Slits, ambos Toop e seu colega e também fundador do LMC Steve Baresford queriam adotar um diálogo entre os músicos virtuosos e a galera DIY sem técnica e habilidade que emergia do punk. Um espírito descontraído, irreverente e esquisito (no bom sentido), informava a cena musical da LMC, simbolizada por uma compartilhada adoração por pianos de brinquedo e outros instrumentos não usuais. Numa noite memorável, Bendell, um dos freqüentadores da LMC com seu combo The Door And The Window, fez um show solo usando os aquecedores da sala. ‘A idéia central era “para fazer música, você não precisa ter um instrumento musical”', diz Perry. ‘“Foda-se as regras”'.

Em 1979/80, a LMC se tornou bem mais ativa. ‘Nossos encontros mensais eram sempre cheios, e um pouco turbulentos', diz Toop. Idéias anarco-feministas pairavam no ar, e inevitavelmente havia uma tensão entre deixar de lado as estruturas convencionais e de fato ter alguma coisa propriamente feita. ‘Os shows da LMC eram tipicamente meio que assim, você chegava 8 da noite, não tinha ninguém, aí você ia para o pub', recorda Toop. ‘Aí voltava uma hora depois e tinha alguém coletando a grana na porta, mas os músicos ainda não estavam lá. Gradualmente os músicos começavam a chegar, sempre chapados. E poderia ser um puta show, musicalmente bom, ou uma grande merda. Geralmente não tinha sequer um sistema de PA'. No final, Toop se encheu de ser de fato o organizador disso tudo e saiu da LMC. ‘Essa é a grande discussão sobre coletivismo - simplesmente era muito cansativo'.

Próximo ao local da LMC havia o pub The Engineer, na qual a sala dos fundos se tornou o ‘espaço sagrado do Scritti Politti', de acordo com Steve Baresford. Scritti Politti também era um coletivo. Os três músicos principais estavam sempre ao redor de umas 20 pessoas, os membros do coletivo, que vigorosamente discutiam os aspectos da existência do grupo. Assim como também participavam dos encontros regulares no squat da banda em Carol Street, alguns dos membros do coletivo também subiam ao palco para causar e dar uma pitada extra de comoção ao som ‘scratchy-collapsy-stop-start-mistakes-falling-over' da banda, um estilo que o vocalista Green apelidou de ‘messthetics'.

‘O squat era um horror, nem sequer havia pia e um lugar para tomarmos banho', relembra Green. A banda de estilo Oi! Skrewdriver morava algumas portas ao lado, e o contraste entre o Scritti (membros da Liga Jovem Comunista) e os extremistas de direita Skrewdriver capita bem a polarização política da época. Nas eleições gerais de 1979, a National Front concorria com candidatos em todos municípios eleitorais do país, incitando o Rock Against Racism a retaliar com uma Militant Entertainment Tour com 40 datas. 1979 foi ano estandarte para ataques racistas e violência de rua, que inspirava músicas como ‘Down In The Tube Station At Midnight' do The Jam e o clássico do pós-punk ‘Violence Grows', do Fatal Microbes, no qual o vocalista Honey Bane descreve pessoas olhando para o lado contrário enquanto alguém leva chutes até morrer numa passarela subterrânea de Londres.

Green recorda a ameaça de quebra-paus como uma constante presença. ‘Muitos dos meus amigos em Camden tomavam porrada. A gente apanha voltando dos shows. Eu trabalhava meio-período no Partido Comunista e havia ameaça de cartas bombas lá na sede do partido, em Covent Garden.

Hoje em dia a média de preço de uma casa em Camden é £420.000. No final dos anos 70, contudo, era um lugar mais em conta pra morar. Compêndios servia como fontes cruciais para radicais de todos as milícias, vindos em pequenos jornais, fanzines, teorias críticas em paperbacks e traduções de filosofia francesa pós-estrutural, do tipo que eventualmente inspiraria Green a compor um som como ‘Jacques Derriba'. ‘Você podia descer para o porão e passar horas lá, mofando', lembra Green. ‘Foi realmente um lugar importante'.

Um membro do coletivo maluco do Scritti naqueles dias era Ian Penman, o legendário jornalista famoso por introduzir um palavriado sujo nas páginas da NME. Ele ocasionalmente tocava saxofone feito um freak nos shows do Scritti, assim como tocava nos discos do pragVEC sob o pseudônimo ‘Reeds Moran'. De acordo com Penman, a cena pós-punk da época era organizada sob um mapa clandestino de ‘squats imundos, cinemas imundos, casas de shows imundas e lojas de discos imundas'. Cinemas 24hs como Screen On The Green ou The Scala eram cruciais pontos de encontro. Era uma época, lembre-se, antes das infinitas opções de entreterimento oferecidas pelas locadoras de DVD, ou tv a cabo. Se você queria cavar cultura, tinha que ir a lugares específicos para encontrar. Isso significa que você iria ver o filme não no sofá confortável da sua casa, mas sim num ambiente coletivo, cercado de freaks e criaturas da noite.

A boemia pós-punk começou a perder força quando o efeito Thatcher pegou pra valer. Era hora de se tornar ‘normal', se jogar para algum tipo de ‘carreira', independente se fosse com música ou não. O New Pop viera. Thompson Twins, que também era da galera squatter, seguiu os rumos de Green e tirou os saxofones e palmas de seu som em favor de sintetizadores e baterias eletrônicas, e abraçou as novas possibilidades de promoção da época, os video-clips. Boy George tinha morado em squats em Kentish Town e Warren Street, junto com transsexuais como Marilyn e Jeremy Healey da banda Haysi Fantayzee, mas aí sua banda Culture Club explodiu nas paradas de sucesso com um som pop reggae ainda mais doce que “The Sweetest Girl” do Scritti Politti. Camden se tornou o lugar dos New Romantics com o clube Camden Palace, e dos Madness, que mais tarde ganharia sucesso com a cover de “The Sweetest Girl”.

Perdendo bandas ‘famintas por sucesso' como o Scritti Politti para grandes gravadoras, a Rough Trade deu um tempo na sua imagem de coletivismo e adotou práticas competitivas para os anos 80. Contratou gente da indústria e se conectou com o jabá das rádios. Para aqueles que não pegaram a rota do sucesso, as alternativas eram ou continuar fazendo música de maneira marginal numa atmosfera cada vez mais desencorajadora ou… arranjar um emprego. Sue Gogan, vocalista da pragVEC, trabalhou brevemente como gari para a prefeitura de Camden, após o final da sua banda. Numa manhã gelada em 1984, enquanto varria as calçadas do bairro, ela viu um ‘puta carrão estacionar por perto. Sai o motorista e abre a porta traseira do carro. Quem sai é Green. Imagino que ele tenha “conseguido”. Engraçado'.



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Nota do colunista/tradutor:
Mesmo depois de duas décadas, Ladbroke Grove e Camden ainda são áreas de cultura alternativa atualmente. O primeiro abriga o Portobello Market aos finais de semana, um dos lugares mais legais pra se comprar roupas e outros apetrechos pop. O mercado atrai centenas de turistas semanalmente. Há também diversas lojas de livros, móveis e discos, incluindo a matriz da Rough Trade, que mesmo depois de tantos anos, continua na redondeza. Já Camden é muito mais marginal, com suas ruas infestadas de músicos, boêmios, junkies de sarjeta, punks, fãs de trance, traficantes de drogas, góticos e turistas. Há o Camden Lock, um mercado semelhante ao Portobello, mas que fica aberto sete dias por semana e é bem maior. Algumas casas de shows tradicionais marcam presenca, como o Jazz Café e o Electric Ballrrom. O famoso Camden Palace foi reformado recentemente e agora se chama Koko, sendo um dos espaços mais legais de shows em Londres. E há dois pubs bacanas, o Dublin Castle (que também abriga shows ao vivo) e o Good Mixer, onde a probabilidade de você encontrar membros do Supergrass, Babyshambles, Towers Of London ou qualquer outra banda queridinha da NME é grande. Não deixe de visitar.




marcio_custodio1980@yahoo.com.br



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