Saturday, July 28, 2007

 

coluna 18 de julho

JOE LEAN AND THE JING JANG JONG
Ao vivo no clube White Heat, Madame JoJo’s, Londres, 17/07


Novamente, hype, excitação e músicas matadoras deram o tom no último show de Joe Lean And The Jing Jang Jong. Eles tocaram na prestigiada noite White Heat, no bairro do Soho, epicentro dos bordéis e casas de strip-tease de Londres. A noite começou devagar, e foi enchendo aos poucos, até que, lá pelas 22hs, o local já estava lotado de fãs, em sua maioria garotas. Parecia mais um desfile de ninfetas do que um show de rock. Sem brincadeira, tinha 4 mulheres para cada homem. Coisa de louco. Estavam todas entusiasmadas, uma mais maravilhosa que a outra, dançando e bebendo. “Girls just wanna have fun”, já dizia Cindi Lauper. Nunca vi o Madame Jojo’s tão cheio desse jeito, e nem o Smoking Ban (lei que proíbe o fumo em bares, boates e restaurantes) impediu que o pessoal viesse em peso.

Quanto ao Joe Lean & JJJ, esses estavam super a vontade. Disseram que acabaram de voltar da Suécia, onde estavam compondo e ensaiando novas músicas. Falaram que adoraram essas novas faixas, tem um pique soul. Realmente, são irresistíveis. A performance foi tão boa quanto a que presenciei na semana passada, com os meninos trajando uma vestimenta mod e tocando as canções com bastante confidência. Joe Lean possui uma sedutora performance de palco, como você pode conferir no vídeo que eu mesmo gravei com minha câmera, para a faixa “Lucio Starts Fire”, que disponibilizo no YouTube.









O hit “I Ain’t Sure” foi a que mais arrancou gritos da platéia. Eles tocaram mais de dez músicas, e sinceramente, não ouvi nenhuma que seja descartável; todas possuem qualidade de ponta. Por isso acredito muito nessa banda, que vai lançar em breve um single limitado em vinil pelo selo Young And Lost, e mais pra frente ter seus lançamentos pela gravadora Vertigo. No final, eu ia trocar uma idéia com Joe Lean, mas tinha uma fila de 20 minas querendo fazer a mesma coisa, então desencanei. Eles tocam em Londres no dia 23, no ótimo bar Social, centro de Londres, e claro que eu marcarei presença. Te vejo lá.


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DIRTY PRETTY THINGS
Ao vivo no Hackney Empire, Londres, 14/07


Minha irmã de 15 anos está de férias aqui em Londres e no último sábado levei-a para ver um show que ela estava muito afim de ver: Dirty Pretty Things. E foi num lugar que eu nunca tinha ido, o Hackey Empire, e fiquei totalmente impressionado com a arquitetura de lá. Esse teatro é um espetáculo, arquitetura vitoriana, requintada, com assentos vermelhos de veludo. Uma boa notícia é que está sendo utilizado cada vez mais por bandas de rock, e praticamente já faz parte do circuito de shows londrinos. Dirty Pretty Things arrasou com o local.

Duas coisas que concluí nesse show. Primeiro: essa banda de Carl Barat já não está mais com a bola cheia aqui no UK. Haviam poucas pessoas, sobraram ingressos, e os cambistas estavam DANDO ingressos na porta. Ninguém mais ta nem aí para o DPT. Segunda conclusão: essa eu meio que já sabia, o show serviu apenas para constatar que praticamente TODAS as músicas do DPT são sensacionais, de ótima qualidade e que o álbum deles merecia ter sido melhor recepcionado por público e mídia.

Faixas como “Doctors And Dealers”, “You Fucking Love It” and “Bang Bang You're Dead” foram estrondosamente tocadas, com a banda arrematando um punk-rock de qualidade suprema. Minha irmã curtiu o show ali na frente, junto com dezenas de adolescentes, enquanto que eu fiquei mais atrás, assistindo de uma poltrona. A apresentação contou ainda com um convidado especial, o querido Adam Green, que subiu ao palco e mandou dois números de sua própria autoria. Foram “Friends Of Mine” e “Jessica”, estupendamente tocados por Carl Barat e cia. Eu já tinha até me esquecido da figura romântica de Adam Green, mas esse show foi um ótimo lembrete.

Duas músicas novas do DPT foram incluídas no set-list: “Best Face In The Place” e “Plastic Hearts”. A ótima “Wondering” foi o destaque pra mim. No final, depois de um bis, a banda foi saudosamente aplaudida pelos poucos presentes. Minha irmã tava feliz, fui encontrar com ela logo depois do término do show, estava suada, em estado de êxtase. O Dirty Pretty Things pode não ter a áurea dos Libertines, mas é uma banda fantástica, melhor que muitos hypes por aí.


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THE THRILLS – “Teenager”

Essa semana foi lançado aqui no Reino Unido o tão aguardado novo álbum do The Thrills, chamado “Teenager”. É o terceiro trabalho desse quinteto de Dublin, e o som é clássico Thrills, com instrumentação sofisticada, roupagem ensolarada e vocais agridoce, como já tínhamos testemunhado no single “Nothing Changes Around Here”. As músicas são up-beat, e contam com uma atmosfera celestial. O pop dessa banda é ideal para quem gosta de Brian Wilson, Wondermints, Teenage Fanclub, Smiths e Magic Numbers. As faixas que se sobressaem nesse disco são “Midnight Choir”, “Teenager”, “I Came All This Way” e o linda “Nothing Changes Around Here”. O Thrill dá sinais de longitude e que é um grupo para se respeitar.


DIGITALISM – “Idealism”
Seguindo os mesmos passos da banda Justice, a dupla alemã Digitalism também está fazendo bastante sucesso aqui em Londres com seu disco de estréia “Idealism”, recheado de torpedos híbridos que contam com elementos de rock, electro e house. As faixas apresentam uma dinâmica contagiante, e marcam a nova descoberta da dance-music que está acontecendo em 2007. “Idealism” é um álbum variado, e capta ritmos que vão desde clássicos para clubes de dance-music (“Zdarlight” e “Jupiter Room”), até rock’n’roll (“I Want I Want” e “Anything New”), passando por baladas (“Echoes”, “Moonlight” e “AppoloGize”).







Veja a lista de lançamentos em 2007

COCOROSIE – "The Adventures Of Ghosthorse & Stillborn"
THE CLIENTELE – “God Save The Clientele”
THE RAKES – "Ten New Messages"
MAXIMO PARK – "Our Earthly PLeasures"
BRETT ANDERSON – "Brett Anderson"
ARCADE FIRE – "Néon Bible"
KEREN ANN – "Keren Ann"
TAP TAP – "Lanzafame"
AIR – "Pocket Symphony"
EXPLOSIONS IN THE SKY - "All of a Sudden I Miss Everyone"
JOHN HOWARD – "Same Bed, Different Dreams"
BRIGHT EYES – "Cassadaga"
THE BISHOPS – "The Bishops"
ELECTRELANE – "No Shouts, No Calls"
MANIC STREET PREACHERS – "Send Away The Tigers"
DARTZ! – "This Is My Ship"
THE HORRORS – "Strange House"
GOOD SHOES – "Think Before You Speak"
LUCKY SOUL – “The Great Unwanted”
JAMIE T – “Panic Prevention”
THE KISSAWAY TRAIL – “The Kissaway Trail”
BUTCHER BOY – “Profit In Your Poetry”
THE CRIBS – “Men’s Need, Women’s Need, Whatever”
THE APPLES IN STEREO – “New Magnetic Wonder”
THE ORCHIDS – “Good To Be A Stranger”
ASH – “Twilight Of The Innocents”
JUSTICE – †
BRYAN FERRY – “Dylanesque”


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RILO KILEY VEM AÍ COM NOVO SINGLE...

E pra ser sincero, não fiquei tão impressionado. Gostei mais do clip do que da música. Enfim, estou aqui escrevendo sobre Rilo Kiley presumindo que você já saiba quem são eles, mas esse pode não ser o caso. Essa banda é de Los Angeles, lançaram alguns belos álbuns de 2000 para cá, com destaque para “More Adventurous”, de 2004. Em 2006, seus principais compositores, Jenny Lewis e Blake Sennett (The Elected), engataram em carreiras solo, bem sucedidas, e lançaram dois trabalhos excepcionais. A família Rilo Kiley é ligada com Bright Eyes, Tilly And The Wall e Mates of State, todos prediletos desse colunista na cena indie dos EUA.

Em 2005 eu vi um show deles aqui em Londres, no Marquee, e foi demais, inclusive invadi o palco para tirar uma foto com minha Deusa, Jenny Lewis. E 2007 parece ser o retorno desse grupo tão especial.

O novo single chama-se “Moneymaker”, e vê a banda mais apimentada e sexy do que nunca (por isso gostei do vídeo). Rilo Kiley dá sinais de que esse novo trabalho será o mais sexy de todos. Em entrevista concedida para a NME, Jenny Lewis disse que “como mulher, quanto mais velha eu fico, mais confortável me sinto ao escrever sobre sexo e cantar sobre isso, enquanto que na minha adolescência, eu jamais iria ousar em abordar esse tópico”. Jenny Lewis escrevendo sobre sexo? I can’t wait.

Assista o clip de “Moneymaker”, que entrevista atores pornô, e tem algumas cenas picantes.









Para finalizar, aí vai o comovente clip da música “Does He Love You?”, que trata de adultério. Rilo Kiley em plena forma.












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Thursday, July 19, 2007

 

coluna 12 de julho

JOE LEAN AND THE JING JANG JONG
Ao vivo no Proud Gallery, Camden Town, Londres, 06/07


Foi confirmado na semana passada o maior hype que vai rolar nos próximos meses aqui na Inglaterra desde, er, Strokes. Entra em cena Joe Lean and The Jing Jang Jong, um quinteto do East London que vem pra salvar a cena indie da pobreza musical e roupagem fake da new-rave. A tentativa da indústria de reformular aquele formato manjado de guitar-bands-with-skinny-boys adicionando um pique de rave-music foi frustrada, e o que vai acontecer novamente será o mainstream acolher uma nova onda dessas guitar-bands. Se é batido ou não nesse desgastado 2007, isso pouco importa quando a banda é boa. E esse é, felizmente, o caso de Joe Lean and The Jing Jang Jong.

Com um repertório recheado de nuggets aludindo as passagens mais pop do início do Kinks, emoldurado por uma energia remanescente dos Strokes e Cribs e ainda com algumas pitadas indie-pop, essa banda tocou para uma platéia entusiasmada, que cantava as músicas e, certamente, via ali algo genuíno. Talvez esse frisson foi causado pelas dezenas de paparazzi que tentavam desesperadamente enquadrar a banda em suas câmeras, ou o afiado visual mod-chic deles, ou ainda, mais provável, suas infalíveis pop-songs. O que pairava no ar da Proud Gallery na última quinta era hype, esperança e excitação.

Qual não foi minha surpresa ao chegar no show e ver que o líder da banda, o tal de Joe Lean, é na verdade os baterista das Pipettes! Ou melhor, era... Joe fazia parte dos The Cassets, a banda que acompanhava as Pipettes. Recentemente ele decidiu deixar amigavelmente as meninas para juntar-se a seus camaradas e montar sua própria banda, e foi assim que surgiu o Joe Lean And The Jing Jang Jong. Mais legal foi ver que Joe me reconheceu, pois há dois anos atrás eu seguia as Pipettes por toda Londres, e acabei tendo um certo contato com eles. Cheguei até a assistir junto com Joe um show, em 2005, do The Boy Least Likely To, e deu pra sentir desde o início que o rapaz tinha ótimo gosto musical, com raízes no twee-pop. Não foi a toa que ele foi um dos fundadores das Pipettes.

Pouco antes do show começar fui bater um papo com Joe, ele estava muito animado, e disse que tinha assinado um record-deal há algumas horas atrás, e que esse seria o show para comemorar. Veja bem, esses caras surgiram no início do ano, não chegaram a fazer nem dez shows ao vivo, e JÁ ASSINARAM CONTRATO. Tem banda que fica na espera por cinco, dez anos, e ainda sim fica a ver navios. Os rumores que rolam é que nada mais nada menos que OITO gravadoras fortes estavam na disputa, de pernas abertas oferecendo os melhores contratos, e quem levou foi a Vertigo, lar de artistas como The Killers, Razorlight, The Rapture e Dirty Pretty Things, entre outros. Os primeiros singles do Joe Lean & JJJ devem surgir agora no segundo semestre, com um álbum previsto para o início do ano que vem.

Voltando ao show, uma coisa que notei foi a postura do Joe Lean: o cara é um popstar nato. Realmente não fazia sentido ficar ali atrás tocando bateria. O lugar dele é na frente do palco, comandando e cantando. Pude sentir que os quatro anos que ele passou em companhia das Pipettes não foram em vão, e ao vivo Joe Lean também tem suas dancinhas, seus pacinhos e reboladinhas, nos mesmos moldes das coreografias das Pipettes. Há ainda outra ligação com a girl-group de Brighton: o guitarrista Tommy B é irmão da Rose Pipette. Ou seja, ta tudo em casa, tudo entre família, e calibre pop é o que não faltará nas músicas do Joe Lean And The Jing Jang Jong.

Músicas essas que, com certeza, serão poderosos hits. Pegue por exemplo “I Ain’t Sure”, uma faixa que os Strokes tentam fazer desde Is This It? e não conseguem. Com uma guitarra romântica, uma levada sedutora, o final chega com Joe Lean cantando “My Sweetheart, my sweetheart, my sweetheart” com uma expressão de ‘cafajeste solitário’ no rosto. O apelo pop encravado nas canções dos Joe Lean é de causar arrepios na espinha.

O primeiro single, “Lucio Starts Fire”, em contrapartida, vem num pique rápido e rasteiro, e qualquer fã dos Ramones tem o dever de gostar dessa pepita. Fora que essa música deve ser uma homenagem ao nosso paizão Lucio Ribeiro, é ou não é? O set-list da apresentação foi permeado por uma música mais cativante que a outra, e por isso acredito que essa banda vai longe. No meio do show fomos empurrados por uma turma de groupies, que chegaram botando pra quebrar, todas flamejantes, com decotes berrantes, saltos, maquiagem, cabelos loiros e muito fogo. Chegaram gritando, cantando, dançando e causando. Groupies profissionais, que me trouxeram a memória aquele filme “Quase Famosos”. A final, fiquei pensando: hype, groupies, visual, boas canções, for god's sake, não tem como essa banda dar errado.

O próximo show do Joe Lean And The Jing Jang Jong é no dia 17 de julho, no club White Heat, que rola no Madame JoJos, centro de Londres. Eu vou.

Ouça músicas: www.myspace.com/joeleanandthejingjangjong


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ARCTIC MONKEYS NO JONATHAN ROSS

Hehe. Essa eu gostei. Na última sexta o Arctic Monkeys foi convidado para se apresentar no programa Friday Night With Jonathan Ross, e dá uma olhadinha como foi a apresentação dos moleques. A música tocada foi a ótima “Fluorescent Adolescent”. Pra quem reclamava que os Monkeys tinham um look tosco, toma essa.









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LANÇAMENTOS DE DISCOS – 2007
A lista continua...

ASH – ““Twilight Of The Innocents”

Aí esta o sexto e último álbum do Ash, lançado semana passada aqui em Londres. Não vai decepcionar nem um pouco os fãs, e pode certamente cativar novatos. Esta tudo ali: great indie rock songs, escritas com a marca registrada de Tim Wheeler, vocalista, guitarrista e líder do Ash. Esse novo registro sonoro encapsula tudo o que essa banda já fez no passado, unindo torpedos pulsantes a bonitas baladas. Ou seja, se você se familiariza com clássicos como “Girl From Mars” ou “Shining Light”, pode levar esse novo disco sem medo. Wheeler tem uma puta capacidade para escrever canções cativantes, melódicas e variadas, e “Twilight Of The Innocents” espelha isso muito bem. Digo que esse é o último álbum dos caras pois recentemente eles anunciaram que daqui pra frente lançarão, esporadicamente, apenas faixas para downloads, desistindo do formato de álbum. É ver para crer. Os destaques desse novo trabalho são “Blacklisted” (bombástica), “Polaris” (balada épica), “End Of The World” (clássico Ash) e “Dark And Stormy” (vai fluindo, fluindo, nunca atingindo o clímax, porém despindo pura maestria em seus quatro minutos...).

JUSTICE – †
Coisa linda de Deus esse disco aqui, viu. Essa dupla oriunda de Paris é responsável pela música eletrônica mais fresh e good-vibe desse ano, dando continuidade naquela linha de som já explorada no passado por artistas como Mylo, Royksopp, Daft Punk e Les Rythmes Digitales. Esse é um álbum pra dançar, dirigir, pular e pirar; doze faixas hibridas, carregando o melhor da rave-music. Justice deveria ser o carro-chefe da new-rave, e não a farsa do Klaxons. Justice? Quem dera, o mundo é pra lá de injusto. Enfim, preciso dizer mais alguma coisa? Se você é chegado num George Moroder, drinks psicodélicos, Es, funks e electros, baixe já esse cd. Highlights: “D.A.N.C.E.”, “Gênesis”, “New Jack” e “The Party”.




BRYAN FERRY – “Dylanesque”
Finalmente Bryan Ferry realizou seu sonho de gravar um disco só com músicas de Bob Dylan. Ele já tinha, no decorrer dos 30 anos de sua carreira, gravado algumas; mas um álbum inteiro, só agora. Em Dylanesque encontramos praticamente o mesmo Bryan Ferry de sempre, com sua voz charmosa, auxiliada pelos sempre glamourosos backing-vocals femininos. Esse disco foi gravado ao vivo, sem uma produção muito requintada, e isso é visto nas texturas que caracterizam o som dele, que aqui está mais discreta, mas não menos divinas.

Engraçado que eu ouço Bryan Ferry e Roxy Music desde minha adolescência, ele foi trilha sonora de muitas tardes solitárias, assim como algumas festinhas agitadas. Quando eu morava no Brasil, não fazia idéia da Figura Aristocrática que ele é aqui no Reino Unido. Eu achava que era mais a turma cult que acompanhava Ferry; engano meu. Ele é uma das figuras mais posh do UK, sempre vai a eventos da Realeza Britânica, e tem presença constante em glossários de celebridades e programas de TV para dondocas. Recentemente fez parte de uma campanha publicitária dos supermercados de classe média-alta Marks & Spencer, e havia gigantescos outdoors com Bryan Ferry espalhado por todo lugar. Só constatando, quem assistiu ele tocando no concerto para a Princesa Diana, em Wembley, com os príncipes Harry e Willian dançando “Let’s Stick Together”? É mais ou menos por aí.

Esses números de Dylan soam maravilhosamente bem com a áurea de Ferry, como vemos em “Simple Twist Of Fate” e “Make You Feel My Love”, essa última uma melancólica e tocante balada. Foi escolhido, em sua maioria, faixas da fase sessentista de Dylan. A clássica “Knockin' On Heaven's Door” não foi esquecida. Outros destaques vão para “Positively 4th Street” e “Gates OF Eden”. Dylanesque é uma consistente e charmosa coleção de canções, endereçada aos poucos românticos decadentes desses tempos.



Esses são os outros lançamentos de 2007 recomendado aqui nas colunas passadas. Tem muita coisa boa, have a look:
COCOROSIE – "The Adventures Of Ghosthorse & Stillborn"
THE CLIENTELE – “God Save The Clientele”
THE RAKES – "Ten New Messages"
MAXIMO PARK – "Our Earthly PLeasures"
BRETT ANDERSON – "Brett Anderson"
ARCADE FIRE – "Néon Bible"
KEREN ANN – "Keren Ann"
TAP TAP – "Lanzafame"
AIR – "Pocket Symphony"
EXPLOSIONS IN THE SKY - "All of a Sudden I Miss Everyone"
JOHN HOWARD – "Same Bed, Different Dreams"
BRIGHT EYES – "Cassadaga"
THE BISHOPS – "The Bishops"
ELECTRELANE – "No Shouts, No Calls"
MANIC STREET PREACHERS – "Send Away The Tigers"
DARTZ! – "This Is My Ship"
THE HORRORS – "Strange House"
GOOD SHOES – "Think Before You Speak"
LUCKY SOUL – “The Great Unwanted”
JAMIE T – “Panic Prevention”
THE KISSAWAY TRAIL – “The Kissaway Trail”
BUTCHER BOY – “Profit In Your Poetry”
THE CRIBS – “Men’s Need, Women’s Need, Whatever”
THE APPLES IN STEREO – “New Magnetic Wonder”
THE ORCHIDS – “Good To Be A Stranger”


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Deixo vocês com o clip da dupla BLOOD RED SHOES, com a música “It's Getting Boring By The Sea”. Adorei. Groovy, punky, stompy.









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Saturday, July 14, 2007

 

coluna 05 de julho

SHOW DO WRY

Gostaria de convidar os leitores dessa coluna que estão em Londres para prestigiar a banda brasileira WRY, que na próxima quarta-feira, dia 11/07, fará um show celebrando os lançamentos do novo single e EP. Como já foi noticiado aqui nesse espaço virtual, o grupo assinou contrato com a gravadora inglesa AC30 e está lançando o single “Sister” em vinil 7” e o EP “Whales And Sharks” em CD.

Semana passada eles tocaram junto com o Ash na casa de shows Koko, aqui em Londres. Foi bombástico, as guitarras do Wry estiveram mais potentes do que nunca. Inclusive, achei o concerto do Wry melhor que do Ash.

A apresentação de lançamento acontecerá no Goonite Club, que rola no Buffalo Bar. Avise seus amigos! Contamos com sua presença!

Para deixar a noite ainda melhor, este colunista será o DJ, selecionando as melhores faixas que marcaram presença na coluna esse ano.

Fora isso, teremos três bandas de abertura: KISSING KALINA, SONICFLYER e DEEPCUT.

Uma noite imperdível. See you!

Quarta-feira, 11 de julho
BUFFALO BAR259 Upper Street - Tube: Highbury&IslingtonDoors from 8.30 til 2am.Ticket £5 / £4 (nus, flyer, email) / £3 after 11pminfo 02073596191
www.myspace.com/wrymusic
www.myspace.com/gooniteclub

Falando em Goonite, aqui vai o toque que, há um mês, estou como DJ residente da festa, todas as quartas, fazendo uma seleção de indie, soul e shoegaze. Além disso, tenho escrito, em inglês, as resenhas dos shows que rolam por lá. Visite nosso Blog:
www.gooniteclub.blogspot.com/


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O FIM DA FOPP

Semana passada aconteceu algo trágico e triste aqui no Reino Unido. Não, não foram as tentativas de terrorismo, mas sim o fim da loja de discos Fopp. Por causa de uma falha na administração, a loja vai deixar de existir. A Fopp era a melhor loja de discos aqui no UK, por causa de seus preços baixíssimos, pelo seu conceito e também pela política de trocas-reembolso.

Com exceção dos cds lançamentos, que vinham com o preço padrão de 10 libras, todo o catalogo de velharias da Fopp custava 5 libras por item. CD novo, lacrado. Todos os maiores clássicos da história da música pop eram 5 librinhas ou menos. Minha coleção ficou muito mais completa depois que passei a freqüentar a Fopp. Por exemplo, a discografia completa do Sonic Youth, por 5 libras cada. A discografia completa do Lambchop, por cincão. A discografia completa do Low, David Bowie, Morrissey, New Order, Pulp, Scott Walker, Marvin Gaye, Roxy Music, Bright Eyes, Radiohead... cinco libras cada!!! Era o paraíso.

Para completar, tinham os DVDs. Filmes por cinco libras. Todos do Pedro Almodovar, Alfred Hitchcock, Shane Meadow, David Lynch... a preços de banana! Filmes clássicos, cults, tinha para todo mundo. A mesma coisa era com livros. Clássicos do Oscar Wilde, Fyodor Dostoevsky, Shakespeare, Charles Dickens, Jean Genet, Virginia Woolf, Anton Chekhov, ou até mesmo contemporâneos como Charles Bukowski, Nick Horby, Zadie Smith, Hunter Thompson, as principais obras desses escritores tinham preços lá embaixo. Coisa de 3 a 6 libras.

Eu ia para a Fopp diariamente, dar uma olhada nas novidades e tomar café. Em algumas filiais rolavam shows ao vivo. Cheguei a ver coisas muito boas, como uma clássica apresentação do Franz Ferdinand lá, em 2004. Recentemente presenciei um explosivo show do Johnny Boy.

Infelizmente, isso tudo é coisa do passado. A Fopp era uma companhia que dava lucro, a loja estava sempre cheia, pois era de fato irresistível, porém seus administradores quiseram dar um passo maior que a perna. A loja tinha umas cinco ou seis filiais espalhadas pelo Reino Unido. Cerca de um ano atrás, uma outra loja aqui, a Music Zone, faliu, e então a Fopp decidiu pegar o ponto da Music Zone, que possuía 30 lojas. Foi demais. Uma expansão mal pensada, e o que aconteceu foi que a Fopp se afundou em dívidas, pois acabou comprando todo o estoque da Music Zone. Semana passada a Fopp não conseguiu segurar a barra, pois os credores e distribuidores estavam processando ela por falta de pagamento. Tiveram que fechar as portas e deixar milhares de funcionários na mão. Há boatos que os funcionários não receberam os salários de junho, e precisam agora acionar a justiça. Que lástima!

Essa conversa de que a Fopp não segurou a onda por causa dos downloads é conversa fiada. A Fopp estava sempre cheia, seus CDs, discos de vinil, DVDs e livros vendiam como água aqui no Reino Unido. O que ferrou mesmo foi essa expansão mal pensada. Fico imaginando o que vão fazer com aqueles milhões de discos que estavam na mão da Fopp. Um dia antes do fechamento ser acionado, passei na Fopp de Camden Town e a loja estava cheia, normal, com pilhas e mais pilhas de CDs e DVDs. Mal pude imaginar que ela morreria no dia seguinte. RIP Fopp.

Morre uma, nasce outra. Como já disse, não são os downloads ou ipods que vão acabar com a cultura de discos aqui no Reino Unido. Veja abaixo...



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ROUGH TRADE ABRE MEGA LOJA


A loja de discos mais tradicional e conceituada do Reino Unido (e possivelmente do mundo), Rough Trade, anunciou que vai abrir uma megastore no East London (zona leste de Londres) no final de julho.

Recentemente as grande lojas como Virgin e HMV divulgaram relatórios mostrando uma drástica queda nas vendas de CDs e DVDs, apontando os downloads como principal fator para as péssimas vendagens. Mas como essa nova loja da Rough Trade mostra, basta ter identidade e credibilidade, que as coisas não estão tão ruins como dizem, pelo contrário, o mercado de música está mais a favor do que nunca.

A Rough Trade Shops é a principal loja de discos independente do UK. Ela nasceu há 30 anos em Notting Hill (foto), e desde então virou ícone da música independente britânica. Dela brotou a gravadora Rough Trade Records, que deu ao mundo bandas como Smiths, Strokes e Libertines. Nas prateleiras da Rough Trade encontramos um extenso acervo de música contemporânea, junto a alguns clássicos, dos mais obscuros aos mais populares. Fora isso, a loja sempre deu ênfase ao formato de vinil.

E é nesse formato que a loja vai apostar nessa nova empreitada. Segundo deu nos jornais daqui, essa nova loja da Rough Trade vai destacar e expandir ainda mais suas vendas de vinil. Não é uma má idéia, já que, como você já deve ter lido aqui na coluna, as vendas de vinil estão em alta no Reino Unido. Na minha opinião, no futuro, sobrarão apenas downloads e vinil, e o CD ficará obsoleto. Com certeza a Rough Trade deve pensar o mesmo.

Como se não bastasse, essa mega loja contará com um espaço para shows ao vivo, e também um internet café. Ainda, as paredes da loja servirão como vernissage, para artistas, fotógrafos e pintores exibirem seus trabalhos. A idéia da loja é dar suporte para todo o tipo de artista independente, assim como os já bem estabelecidos. Por isso, a Rough Trade pede a você, músico, para entregar seu disco para a ela vender, caso você ainda não tenha um esquema de distribuição.

A abertura dessa mega Rough Trade será na sexta-feira dia 20 de julho, e será localizada no seguinte endereço:
The Old Truman Brewery, off Brick Lane (London E1). Metrô: Liverpool Street.

Vida longa a Rough Trade!!!

www.roughtrade.com/site/


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PETE DOHERTY NO JOHATHAN ROSS

Na última sexta feira, nosso junkie favorito Pete Dohety foi novamente ao Programa Friday Night With Jonathan Ross, o programa de auditório de maior prestígio na Inglaterra. Ele tocou uma nova música e foi entrevistado pelo Jonathan. Como já era de se esperar, os tele-espectadores se deliciaram com o humor, carisma e inteligência de Pete, que fala de seu novo livro, de uma possível reunião dos Libertines e como andam as gravações do novo álbum do Babyshambles. É impagável o momento que ele comenta do policial que está lhe prendendo, e ao mesmo tempo pede um autógrafo. Assista a entrevista, divida em duas partes.

Parte 1






Parte 2







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BAT FOR LASHES

Finalizo a coluna com o lindíssimo novo clip da Bat For Lashes, para a música “What’s a Girl to Do”.






Wednesday, July 04, 2007

 

coluna 28 de junho

LATITUDE FESTIVAL

Com o verão fervendo na Inglaterra em julho, nada melhor que um festival perto da costa. É por isso que comento aqui sobre o Latitude Festival, que acontece nos dias 13, 14 e 15 de julho num local perto de Londres, e conta com um line-up sensacional. Segundo informações circuladas nos jornais britânicos, esse é o festival com as melhores condições de acampamento, inclusive com opções de ficar em trailers, para quem for levar a família inteira.

Sem contar que as atrações artísticas do festival não são restringidas apenas a música, mas também teatro, poesia, cinema, palestras, passeios ecológicos e parques de diversão. Um dos destaques é o Uncut Stage, com bandas selecionadas pela ótima revista de música Uncut. Definitivamente, é o mais completo festival que vai acontecer nesse verão. E o melhor de tudo, ainda há ingressos disponíveis para os três dias! Não perca tempo e compre já seu ticket. Veja abaixo algumas das atrações do Latitude Festival 2007.

Sexta, dia 13 de julho:
Damien Rice
Wilco
The Magic Numbers
Midlake
Two Gallants
Hot Club de Paris
The Kissaway Trail
Fields
New Young Pony Club
Bonde do Role
Les Rita Mitsouko
Alberta Cross
I Was A Cub Shout
Vessels
... e muitos outros

Sábado, dia 24 de julho:
The Good, The Bad & The Queen
CSS
Clap Your Hands Say Yeah
The Hold Steady
Bat For Lashes
Herman Dune
Annuals
Turin Brakes
I’m From Barcelona
The Rumble Strips
Jo Lean And The Jing Jang Jong
Loney, Dear
Simple Kid
... and many others!

Domingo, 15 de julho:
Arcade Fire
Jarvis Cocker
The Rapture
The National
Beans On Toast
Andrew Bird
Au Revoir Simone
Gruff Rhys
Câmera Obscura
Final Fantasy
The Silent League
Blood Red Shoes
The Hot Puppies
Paris Motel
Charlotte Hatherley
... e outros!

Para a escalação completa do Latitude Festival, incluindo atrações de teatro, poesia e cinema, e também compra de ingressos, visite o site oficial: http://www.latitudefestival.co.uk/


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GLASTONBURY 2007
> Melhores momentos


O festival mais tradicional do mundo aconteceu no último final de semana aqui na Inglaterra. Centenas de bandas se apresentaram nos diversos palcos no três dias de festival, no meio de muito, mas muita lama. O line-up do Glastonbury esse ano estava arrasador. Uma pena que é difícil conseguir ingressos para o festival. Mas quem não foi pôde conferir uma cobertura completíssima na BBC, ao vivo, com shows, comentários e entrevistas. A seguir destaco o que foi, na minha opinião, os destaques do Glasto 2007!

THE GO! TEAM
Fique com um vídeo do início do show da melhor banda inglesa. Duas baterias, várias guitarras, muitos samples e uma vocalista maravilhosa e ensandecida! It’s The Go! Team!!!!







MAXIMO PARK – “Our Velocity” (Other Stage)
O furacão Maximo Park passou pelo Glasto 2007 para deixar sua marca. Foi um dos melhores shows. Aí você assiste a meteórica “Our Velocity”, um dos singles do ano.









BABYSHAMBLES – “What Katie Did” (Other Stage)
Na minha opinião, quem estava melhor vestido nessa edição do Glastonbury foi Pete Doherty. Sua camisa bordô com pontilhada de bolinhas brancas foi um arraso. Sem contar seu chapéu e seu jeitão ‘heroin-chic’. No vídeo abaixo você vê Babyshambles tocando a clássica “What Katie Did”. Repare na multidão cantando junto.









THE KILLERS – “When You Were Young”
Possivelmente o show mais bombástico do Glasto desse ano. Quando você tem hits como “This River Is Wild”, “Bonés” e “Mr. Brightside”, a coisa fica fácil. Aí você confere a ótima “When You Were Young”.







CSS – “Let’s Make Love” (Other Stage)
A fama do CSS está mais potente do que nunca. Simplesmente milhares de fãs cantando “Let’s Make Love And Listen To Death From Above”. Olhando para a banda, eles parecem estar vivendo os dias das vidas deles. We have to be proud of them!







ARCADE FIRE – “Wake Up” (Other Stage)
Aí está Árcade Fire, banda predileta e muita gente, levando todo seu esplendor para a multidão do Glasto 2007. Excepcional.







AMY WINEHOUSE – “Rehab” (Other Stage)
A Amy é cool. Mesmo sendo terrivelmente mainstream por aqui, seu som é legal, a roupagem retrô na qual ela produz as faixas é magnífica. Sua banda de apoio é ótima.







MANIC STREET PREACHERS – “Faster” (NME Stage)
Os vídeos que encontrei no YouTube dos Manics tocando no Glasto 2007 estavam com a qualidade de som ruim, resolvi então colocar eles no Glasto 1994, com Richey e tudo mais!! It’s heavy, man!!!!!








Para você ver uma cobertura completa de como foi o Glastonbury 2007, acesse o site da BBC. Eles dedicaram uma página especial ao festival, com mais de 100 fotos, e com quase todos os shows disponíveis para assistir online, além de resenhas e comentários. Veja: www.bbc.co.uk/glastonbury/



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THE LAST FROG

Nesse sábado, 30/06, aqui em Londres, acontecerá a última edição da festa FROG, no Mean Fiddler. Comentei aqui na coluna há duas semanas atrás sobre esse projeto, que era a maior noite indie aqui de Londres. O FROG vai deixar saudades. Te vejo lá nessa última noitada.









































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THE IRREPRESSIBLES
Ao vivo no Goethe Institute Garden, Londres, 21/06

Em tempos modernos e tecnológicos como os de hoje, onde a geração Facebook-Orkut passa mais da metade do dia de frente a um monitor se ‘entretendo’ com ‘profiles’, uma banda como The Irrepressibles (“Os Irreprimíveis”) é mais do que bem vinda para nos trazer de volta um certo charme e romantismo que foi perdido com o passar das estações. Ou seja, se você hoje em dia se identifica com Antony & The Johnsons, Joanna Newsom ou Marc Almond, e lê tudo quanto é escritor só para ter a certeza de que Oscar Wilde continua sendo o maior, The Irrepressibles pode lhe fazer boa companhia. Formada nos cabarés de Londres, esse coletivo de dez músicos dá sinais de que lançarão, em breve, um álbum sólido e impecável. Se tomarmos como exemplo o concerto que presenciei na última sexta, isso fica evidente.

Com uma estética aludindo a Deuses Gregos, The Irrepressibles ao vivo exibi uma musicalidade que, embora aterrorizante e tensa em alguns momentos, jorra sensibilidade, riqueza e passionalidade, e em cada número apresentado, repletos de ousadia e acertadas variações de astral, tínhamos a certeza de que algo divino estava se passando ali na nossa frente. Liderados pelo vocalista Jamie McDermott, uma figura cândida, dono de uma voz digna das mais variadas notas, a sonoridade da banda esbanja um tom de melancolia e desamparo, ao mesmo tempo que é sulcada de braveza e audácia; é um folk barroco, requintado, com cheiro de proibido. Canções como “The Boy In The Lake” e “My Friend Jo” espelham exatamente isso.

A música do The Irrepressibles não vem num formato convencional de rock. Capturam elementos de música clássica, barroca e folk, mesclam tudo e adicionam colheradas de atos ilícitos, romances proibidos e sexualidade libertada. Tudo isso é finalizado instintivamente pelos músicos resultando num trabalho singular. Se você está cansado de artistas formulados, que ao invés de criar apenas seguem fórmulas, não seria má idéia checar a obra dessa banda.

The Irrepressibles toca no Latitude Festival no dia 14 de Julho.

Conheça mais sobre eles aqui: www.myspace.com/theirrepressibles

A seguir, assista o espantoso vídeo da música “The Boy In The Lake”:










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THE THRILLS

Para finalizar a coluna, mostro aqui o novo trabalho dos irlandeses The Thrills, que voltaram depois de três anos. A música se chama “Nothing Changes Around Here” e é, como já era de se esperar, maravilhosa. O clip, pelo que parece, foi filmado no Brighton Pier. O lançamento do single será nessa segunda, dia 02 de julho.









 

coluna 21 de junho

Começamos a coluna com vídeos recém lançados aqui na Grã-Bretanha!

THE GO! TEAM – “Grip Like a Vice”
Estreou essa semana nos canais de música o novíssimo clip do coletivo The Go! Team, a banda mais explosiva e inventiva da atualidade. A faixa se chama “Grip Like a Vice” e o vídeo é tudo aquilo que esperamos do The Go! Team: uma detonação de cores, imagens e sons, cobertos por uma paixão viva e muito entusiasmo. Assista AGORA!



JACK PEÑATE – “Torn From The Plataform”
Aí está o novo single do nosso soul-boy Jack Peñate. Uma delícia, pra variar. Jack Peñate, do sul de Londres, faz soul-music com roupagem oitentista, recheado de elementos de ska e indie. Esse é o segundo single do rapaz por uma grande gravadora. O primeiro foi a matadora “Spit At Stars”, que sempre discoteco nos bares aqui em Londres e sempre incendeio as pistas. O álbum desse garoto promete!!



THE RUMBLE STRIPS – “Motorcycle”
Esse sem dúvida é um clip genial. Você vai assistir e comprovar você mesmo. Um fato interessante é que esses dias o diretor do clip deu uma entrevista a NME contando como rolaram as gravações. Ele disse que gravou tudo num shot só, e que devido as proporções tiveram que filmar cedinho de manhã, para não atrapalhar o tráfico de carros. Parece que os vizinhos ficaram irritados com o barulho do play-back e atacaram ovos na produção. Fora isso, a bicicleta e o carro usados para segurar a câmera foram roubados assim que as filmagens terminaram. Eu hein. Assiste aí.



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MAXIMO PARK
Paul Smith e sua turma estão com tudo. Com uma extensa turnê já marcada para o outono inglês, o Maximo Park tem sido presença constante na televisão britânica. A seguir você assiste com exclusividade a banda tocando a fantástica “Books From Boxes” no programa Popworld. Vale lembrar que o Maximo Park vai tocar nos mais importantes festivais de verão pelo mundo. Não perca a chance de vê-los ao vivo.



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O FIM DO ASH???
Essa semana a notícia que o Ash ia acabar tremeu a cena musical aqui no UK. Na verdade, a banda apenas vai parar de lançar discos em formato físico, e vai continuar gravando e lançando apenas no mundo virtual. Embora seja legal ver o Ash nas principais manchetes dos jornais populares, fiquei triste pra caralho com essa notícia, afinal sou um colecionador de LPs e CDs. A seguir traduzo com exclusividade aqui na coluna um artigo que saiu no jornal The Independent na semana passada, reportando a atitude do Ash e dando uma geral na indústria das músicas digitais. Vale muito a pena ler.

“Fim para os álbuns do Ash já que novas músicas terão apenas lançamentos on-line”.
Por Jonathan Brown
Tradução livre de Marcio Custódio.

A banda da Irlanda do Norte Ash, que ganhou notoriedade junto com a explosão do Britpop no meio dos anos 90, vai daqui pra frente lançar todas suas músicas na internet.

A banda, responsáveis por dezenas de hits e que ganhou vários prêmios durante os 15 anos de carreira, disse ontem que seu novo álbum “Twilight Of The Innocents” será o último a ser lançado no formato convencional.

O líder do conjunto Tim Wheeler disse que o Ash, que apareceu no festival Isle Of Wight no último final de semana, iria “se dedicar inteiramente na arte dos singles para a era digital”.

Com o abandonamento dos métodos tradicionais de gravar e promover, Wheeler disse que os fãs poderiam baixar as músicas logo que elas ficassem prontas.

Ele disse que isso criaria uma nova era de “espontaneidade e criatividade” e colocaria um fim nas cada vez mais longas esperas para os consumidores de música entre um disco e outro.

“Temos nosso próprio estúdio em Nova Iorque, e podemos gravar uma faixa e lança-la no dia seguinte se quisemos, oferecer para as pessoas enquanto a faixa ainda esteja recém-feita. Somos a primeira banda a fazer isso, mas duvidamos muito que seremos as últimas”, ele disse.

Vendas de discos em formato físicos estão em queda livre, e a indústria da música está oprimida devido as tenebrosas previsões acerca de seu futuro. No ano passado a venda de CDs nos EUA caiu 20%.

A indústria está sendo criticada com sua deficiência em reagir rápido o suficiente contra as ameaças e oportunidades apresentadas pelos downloads, primeiro tentando reprimir os sites ilegais de compartimento de arquivos, antes de tardiamente tentar pegar para si mesma parte dessa fatia do mercado digital.

Nos primeiros três meses desse ano nos EUA, o maior mercado fonográfico do mundo, houve 288 milhões de downloadas legalizados, com 46 milhões a mais comparando ao mesmo período no ano passado. Pelo mundo, vendas da música digital quase que dobraram para um valor de £1 bilhão nos últimos 12 meses. O sucesso de artistas como Arctic Monkeys, Lily Allen e Sandi Thom, que construíram vasta audiência na internet antes de se transformarem em altas vendagens no formato físico, ofereceram alguma esperança.

Mas o crescimento do mercado digital não condiz para o colapso no mercado de álbuns em CD, com consumidores preferindo em baixar apenas algumas faixas individuais ao invés de discos inteiros.

O Ash foi formado em 1992, mas foi somente em 1995 que atingiram as paradas com o hit “Girl From Mars”. No ano seguinte o disco “1977” foi para o topo das paradas, o primeiro de cinco discos top-10 da banda, incluindo o álbum “Free All Angels” de 2001. Assim como terem sido premiados com um prêmio Ivor Novello e terem emplacados 17 músicas no top-40, o Ash foi pioneiro na revolução da música digital como sendo a primeira banda com seu próprio fórum on-line e terem conseguido ser os primeiros a atingir o número 1 nas paradas de downloads.


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There’s a new sensation...
IT’S A TEENAGE REVOLUTION!

Nunca foi tão fácil ser um adolescente e fã de música ao mesmo tempo. Pelo menos aqui na Inglaterra. Como foi citado aqui na coluna anteriormente, a crescente onda de crianças e teenagers invadindo as festas e shows aqui em Londres é chocante. Além de freqüentar eventos, elas também estão criando arte e formando bandas. Revistas como NME e Artrocker notaram isso há algum tempo e vem dando cada vez mais espaço em suas publicações para o público jovem. Agora essa febre invadiu também a imprensa popular, e no último domingo o importante jornal The Obserer publicou em sua revista mensal sobre música, o Observer Music Monthly, várias matérias a respeito desse fenômeno. A seguir mostro para vocês alguns trechos importantes dessas reportagens, traduzidos por mim. Have a look!

> Começando com a tradução do editorial escrito pelo garoto Sam Kilcoyne, de 15 anos, que é o organizador da festa Underage Club e que no verão vai produzir o primeiro festival exclusivamente para menores de 18 anos, o Underage Festival, que rola no Victoria Park, zona leste de Londres. (Tradução Marcio Custódio)

“Se você gosta de música, não há dúvidas que estamos uma época sensacional para ser um adolescente. Isso já foi dito milhares de vezes recentemente, e provavelmente será dito milhares de vezes nessa edição do Observer Music Monthly, mas nunca houve tantas oportunidades para pessoas da minha idade se envolver de uma forma ou de outra com música. Graças principalmente a novas tecnologias, há um imenso número de bandas (muitas delas retratadas nas paginas a seguir), eventos e até mesmo gravadoras que floresceram através de membros dessa nova cena teen. O fato de pessoas cada vez mais jovens estarem descobrindo música e sua indústria só pode ser uma coisa boa. Recentemente, graças ao club para menores de idade e agora festival que eu organizo, tenho passado por minhas primeiras experiências com o pessoal da indústria fonográfica, e posso te dizer, é assustador. Quanto mais antenado e apaixonado por música melhor, já que atualmente essa indústria está cheio de velhos sem nenhuma noção e com prioridades equivocadas.

Na verdade, muita coisa da nata de novos artistas teen não é minha praia, mas outras pessoas gostam, e penso que a presença deles é definitivamente positiva. Comecei minha noite cerca de um ano atrás, inspirado pela idéia do club Way Out West, da zona oeste de Londres. Não entrava na minha cabeça que não havia chances para pessoas da minha idade assistir bandas como The Horrors. Começou como uma idéia simples – juntar um monte de molecada, assistir bandas legais que a gente poderia convidar e tocar músicas que outros clubs para menores não tocavam. O Underage Club se tornou algo bem maior. A demanda esmagadora nos inspirou a organizar a festa com mais freqüência, e agora, um festival, mas foi com a ajuda de um artigo publicado nessa revista (veja OMM n.38) que se iniciou uma avalanche de atenção da imprensa. Outros projetos de festas idênticas surgiram e, quando me dei conta, estava recebendo constantes ligações de jornalistas querendo aderir a esse novo ‘fenômeno’.

Graças a esse interesse, fui forcado a me inteirar em como a indústria trata os adolescentes. Fiquei confuso – recebendo mensagens variadas sobre o que deveríamos ser. De um lado, jornais e reportagens de TV pareciam sempre estar dizendo que éramos os piores adolescentes do mundo; e do outro, tive canais de TV me procurando e pedindo para eu participar num programa sobre adolescentes exemplares. Eu não conseguia compreender como eu era diferente de qualquer outro jovem do meu bairro de Peckham no sul de Londres. Estamos todos fazendo coisas produtivas e criativas, e entrando em roubadas de vez em quando. Não conseguia perceber porque a obsessão pelos teens. Não entendia porque pessoas achavam que eu era diferente dos outros, só porque eu não usava jaquetas de rap e bonés.

Tem sido meses frustrantes esses, envolvendo um monte de perguntas tolas com uma só resposta, e reuniões com patrocinadores para nosso festival que tem sugerido as mais desagradáveis idéias. Uma estação de rádio popular quase me deixou em lágrimas. Estávamos discutindo como eles selecionam o playlist da programação, e eles me mostraram uma recente pesquisa sobre teenagers que eles organizaram. Depois que eu perguntei porque nomes tão óbvios como Klaxons e The Horrors não estavam lá, a estação deixou escapar que os jovens participantes dessa pesquisa tinham que escolher as bandas através uma listagem pré-selecionada – na qual misteriosamente deixou Green Day e The Kooks como as bandas top do país. É de dar medo.

Está claro que os adolescentes nunca foram tão importantes, mas ninguém pode assegurar que os tempos estão mudando, que para entende-los melhor, é necessário se transformar junto com eles. O que todas essas tecnologias estão fazendo é deixar os teenagers mais complicados. Pesquisa na internet é a coisa mais fácil do mundo. Um garoto que se liga em The Horrors, passa a conhecer Screaming Lord Sutch por tabela. Se os publicitários querem fazer grana em cima de nós, eles precisam repensar certas coisas. Não seremos alimentados por lixos óbvios vindos dessas pesquisas de merda. Olhe pra mim, tenho 15 anos, nem sei usar MySpace direito, e ouço Ornette Coleman e Serge Gainsbourg. Vai vendo”.

> Informações sobre o Underage Festival: www.myspace.com/underage_club


A seguir mostro com exclusividade a lista dos 50 maiores sucessos de teenagers que a revista Observer Music Monthly elegeu. Por ordem de época. (Now I show you the best teenage anthems that Observer Music Monthly have listed)

1. Inbetween, Judy Garland (1940)
2. Bobby Sox Blues, T-Bone Walker (1946)
3. Seventeen, Boyd Bennett and His Rockets (1955)
4. Boog Woogie Teenage, Don Julian and the Meadowlarks (1956)
5. I'm Not a Juvenile Delinquent, The Teenagers (1956)
6. Sweet Little Sixteen, Chuck Berry (1958)
7. A Teenager in Love, Dion and the Belmonts (1958)
8. The Eighteen Year Old Blues, Steve Carl with The Jags (1958)
9. Teenage Love, The Five Chesternuts (1958)
10. A Teenager's Letter of Promises, Sun Ra (1959)
11. Teen Angel, Mark Dinning (1960)
12. The Beat Generation, Bob McFadden and Dor (1960)
13. The Heart of a Teenage Girl, George Chakiris (1960)
14. Don't Treat Me Like a Child, Helen Shapiro (1961)
15. The Young Ones, Cliff Richard (1962)
16. I Saw Her Standing There, The Beatles (1963)
17. Only 17, The Beatlettes (1964)
18. When I Grow Up (To Be a Man), The Beach Boys (1964)
19. My Generation, The Who (1965)
20. My Degeneration, The Eyes (1966)
21. Teenage Failure, Chad and Jeremy (1966)
22. When I Was Young, Eric Burdon and the Animals (1967)
23. Excerpt from a Teenage Opera, Keith West (1967)
24. An Open Letter to My Teenage Son, Victor Lundberg (1967)
25. Pot Party, Mike Curb (1968)
26. To Be Young, Gifted and Black
27. Sugar Mountain, Neil Young
28. Teenage Lust, MC5
29. I'm Eighteen, Alice Cooper (1971)
30. Talking the Teenage Language, The Lost Generation (1971)
31. Teenage Head, Flamin' Groovies (1971)
32. All The Young Dudes, Mott The Hoople (1972)
33. Teenage Rampage, The Sweet (1974)
34. Teenage Revolution, HELLO (1974)
35. Seventeen, The Sex Pistols (1977)
36. Teenage Lobotomy, The Ramones (1977)
37. Bored Teenagers, The Adverts (1978)
38. Teenage Kicks, The Undertones (1978)
39. 16 Again, The Buzzcocks (1978)
40. Germ-Free Adolescents, X-Ray Spex (1978)
41. I Was A Teenage Werewolf, The Cramps
42. Teenage Wildlife, David Bowie (1980)
43. Bad Seeds, Beat Happening (1986)
44. Hallucination Generation, The Gruesome Twosome (1989)
45. Smells Like Teen Spirit, Nirvana
46. Sorrow 16, Manic Street Preachers (1992)
47. Young Offender, Pet Shop Boys (1993)
48. Teenage Dirtbag, Girls Aloud (2006)
49.Sound of Silver, LCD Soundsystem (2007)
50. Fluorescent Adolescent, Arctic Monkeys (2007)


A revista também publicou uma análise sobre os visuais e tribos nas quais os adolescentes se associam atualmente. Tem pra todos os gostos. Qual é o seu perfil? (as fotos eu scaneei da revista Observer Music Monthly, e os comentários sobre as tribos são meus) > I scanned the pictures from the magazine Observer Music Monthly, and all the comments on the teenage looks are mine.

1. PUNK
Curto esse visual Punk. O único problema é que os punks que se vestem dessa maneira são, na maioria, uns vândalos, e ser Punk pra mim não é isso. Na minha opinião, ser Punk é criar arte e fazer suas coisas do jeito que você quer, usando como princípio o famoso DO IT YOURSELF. O visual pra mim nem é tão importante. Ficar bebendo e arrumando confusão na porta de bares não é nada Punk pra mim.

2. NU RAVER
Nada contra uma festinha eletrônica, mas precisa se vestir brega desse jeito? Gosto de visuais exagerados desde que seja decente, e não essa coisa cafona da new-rave.

3. HARDCORE KID
Acho legal um true-fan de hardcore. Não gosto das bandas, mas aprecio o visual. Pena que a diferença entre um hardcore e um emo chorão está bem estreita ultimamente.

4. THE SCENE KID
Nem fede nem cheira. O tal do ‘scene kid’, segundo o Observer Music Monthly, tem um visual legal, mas não corre riscos. Gostam de tudo um pouco, sem muitas obsessões, sem nada muito extremo. As vezes isso, na minha modesta opinião, pode ser falta de personalidade.

5. EMO SKATER
Eca. As musicas são horríveis, a atitude chorona é um saco e parece que eles brotam do asfalto, pois estão em toda parte. Não é a minha praia, mesmo.

6. INDIE BOHO
Esse sou eu, hehehe. O Observer Music Monthly diz que os indie-bohos gostam de coisas como Mystery Jet, Larrikin Love e Libertines, bandas que referenciam e apreciam a Inglaterra vitoriana, aquela coisa da Arcádia, o ship Albion e afins. Eu incluiria nessa lista os Les Incompetents e The Horrors. São literários, gostam dos livros clássicos, filmes antigos e são, em sua maioria, bem magros.

7. SCRANNER
Scranners na verdade é um outro termo para chav, que significa um jovem de classe trabalhadora, muitas vezes agressivo, ignorante e racista. Eu fico com muito medo quando trombo um desses na rua. E as minas são tão animalescas quanto os caras. Eles geralmente se encontram nas portas dos mercadinhos off-license ou nas lojinhas de chicken, usam sempre capuz, roupas largas e tem como hobbie predileto passear com seus buldogs ou arrumar brigas em pontos de ônibus. Enfim, é a escoria.

8. WANNABE WAG
Essas são as gostosas que adoram dançar R’n’B, compram roupas na Topshop e gostam de passear de carro conversível junto com um rapper negão musculoso cheio de correntes e com a carteira cheia de grana. O termo WAG referencia os jogadores de futebol, são as “Wives And Girlfriends” dos jogadores. Man, they are fit!

9. GOTH
Respeito muito os góticos e seu visual. Aqui perto de casa tem um pub gótico, e sempre que entro, eles estão sentados nas mesas no meio de fervorosas discussões sobre Edgar Allan Poe, Robert Smith ou o funeral do Bela Lugosi, e isso só pode ser uma coisa boa.

10. SKINHEAD
Depois do filme “This Is England”, os skinheads voltaram a moda aqui no UK. Acho o visual bem legal, o cabelo raspado, as botas, as calcas jeans dobradinhas e suspensores. Fora que eu adoro ska, então... Mas gosto dos TRUE skinheads, e não essa turma que pulou no mesmo vagão e cultuam o nazismo e coisas do tipo. Desses eu to fora. Mas os skinheads que curtem ska, fumar unzinho e curtir a vida, esses eu me identifico!
xxx

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