Saturday, April 28, 2007

 

coluna 26 de abril

JACK PEÑATE – “Spit At Stars EP”

Então, tem esse EP e tal, desse tal de Jack Peñate... Vamos ver qualé e tal...

Sempre que passava o clip de “Spit At Stars” na MTV (e eram muitas vezes), eu meio que ignorava. Levantava, saía, fazia outra coisa, ou mudava de canal. Sei lá. A estética não me atraía. Talvez foi aquele tufo de cabelo na frente, que me remeteu levemente a uma franja emo. Nossa, franjas hoje em dia deixam seu visual tão deplorável, desgastado, pisoteado, ridículo... Há quatro anos atrás era outra história, mas em 2007... Tudo por causa dos emos. Sinceramente, acho que vai levar uns cinco anos para eu poder novamente levar a sério alguém com franjinha. E o Jack Peñate tem uma. Um tufo. Ta quase lá. Por isso ignorei-o no começo.

Aí um fala dali, outro daqui, vejo de relance uma notinha dele no jornal acolá, e então resolvo apurar melhor a parada. Mas mesmo assim não me rendo tão fácil. Falam de soul. Hum. Era só o que faltava, a moda ser Emo-Soul. Pois afinal se até aquela merda de Get Cape Wear Cape Fly fez sucesso com o que chamam de Emo-Folk, porque não o Jack Peñate com Emo-Soul?

Porém, depois de sacar melhor a coisa toda, para minha felicidade, o aspecto emo estava só mesmo naquele tufo-franja. Só. Musicalmente, Jack Peñate aparece em 2007 com o que podemos classificar de, sem tirar nem por, Soul-Music dos anos 80. É isso. Plastic Soul. A faixa título, o grande hit, é um pastiche que não iria fazer feio na trilha sonora do filme ‘Curtindo a Vida Adoidado’, clássico da telinha nos 80s. Mas acontece que as vezes pastiches são divertidos, e esse é bem o caso de “Spit At Stars”. Acabei me rendendo. Abracei o hype.

O resto do EP é uma maravilha só; são quatro faixas, com as ótimas “My Yvone” e “Cold Thin Line” se sobressaindo. A cover de Darondo Pulliam and Al Turner para a linda “Didn’t I” também é um ponto forte. Se você gosta dos momentos mais calmos do Style Council, Matt Bianco, Dream Academy e Dexys Midnight Runners, clássicos oitentistas, você com certeza irá morrer de amores por Jack Peñate. Marvin Gaye ou Aretha Franklin? Peñate trilha mais ou menos o mesmo caminho, mas com uma roupagem “dois mil e sete”.

Ele é do sul de Londres e está arrasando na cena musical por aqui. Dizem que seus shows ao vivo são incendiáveis e seus passos de dança hipnóticos (temos uma idéia disso assistindo o clip de “Spit At Stars”). Podemos, por que não?, dizer que Jack Peñate é a versão Soul para o rap branquelo do Jamie T. Depois dos clips, da franja e do hype, eu boto fé no Jack Peñate. Keep an eye on the boy.

Assista o clip de “Spit At Stars”. O rapaz tem ginga.



JACK PEÑATE TOCA EM LONDRES NESSE SÁBADO, DIA 28/04, NO ULU. MAIS INFORMACOES: www.myspace.com/jackpenate


*** *** *** *** ***

Estamos ainda em abril mas já posso dizer que 2007 já tem ganhador para melhor clip e música. O que acontece quando você pega uma melodia certeira, criada por uma banda fantástica, produz de um jeito maneiro e embrulha num vídeo-clip simples e genial? A resposta é uma só: THE CRIBS – “Men’s Need”.

As vezes na vida tudo que precisamos é de uma idéia simples e certeira. Sou mesmo um jambrolheiro, oras.

Detalhe: Depois das dez da noite aqui na Inglaterra, esse clip é exibido sem as tarjas pretas. Sou mesmo um jambrolheiro, oras.



*** *** *** *** ***

Outro clip que não me canso de assistir é “Your Love Alone Is Not Enough”, novo single dos Manic Street Preachers, contando com um estupendo dueto entre James Dean Bradfield e Nina Person (Cardigans). Faixa matadora, só pra variar. Olha, me diz, por favor, quando os Manics lançaram alguma coisa ruim. Eu não sei quando foi. E se foi. Quem me disser ganha de presente meu fusquinha azul-marinho.





xxx

 

coluna 19 de abril

THE HORRORS
Ao vivo no Coronet, sul de Londres, 13/04


Cheguei e eles já estavam tocando. Deixei rápido minha mochila no cloakroom e corri para bater nas pessoas na pista. Eu tava na pilha. Me surpreendi com o tamanho do lugar; acho que cabiam ao todo uns dois mil negos. Veio “Count In Fives” e quando me dei conta eu estava sendo pisoteado e pisoteando pessoas. Empurra-empurra nervoso, logo senti que tinha uma galerinha agindo de má fé. A mesma turma escrota que freqüenta os shows do Babyshambles. Fui jogado no meio da rodinha, mas saí logo dali. Caí em cima de uma mina, me apoiei nos seus peitos. Acho que doeu pra ela. A banda foi tocando, “Draw Japan” e “Death At The Chapel”, pouca luz no palco.

Mais um show que a porrada toma conta. A primeira vez que isso aconteceu com este escriba foi com os Manics em 2001, no Reading Festival. Prometi pra mim mesmo nunca mais. Mas no ano seguinte fui ver Yeah Yeah Yeahs no mesmo festival e da-lhe pontapés. Tive que sair de crowd-surf, senão ia desmaiar. Depois rolou mais algumas vezes com Libertines e Babyshambles, e só. Cansei dessa. Mas as vezes meu ‘dark-side’ vem me visitar e entro na pilha. Nada mais apropriado que atender as vontades do capeta no show do Horrors. Eu só não sei como tem lindas garotas de 17 anos que agüentam esse inferno. Certamente estão com seus diabinhos tilintando dentro de si. Aí “Thunderclaps” veio com todo o seu groove. Puta música fodida. Da-lhe Cramps. Em “Gloves” tive o primeiro pensamento de sair dali e ir para um lugar mais seguro.

Aos trancos e barrancos eu conseguia ficar de pé. Numa situação dessas, a única coisa que você tem que fazer é bater. Se ficar só se defendendo, só se equilibrando, você cai e te pisam na cara. Bater nos filhos da puta ao seu redor é a única forma de sobreviver. Senti meu bolso e percebi que meu celular não estava lá. Caralho, como foi cair do bolso da minha calca jeans??? Estranho. Sei que eu não estava nas situações mais apropriadas, mas o bolso da frente do meu jeans é apertado. Como meu móbile saiu de lá? Porra, porra. Todos meus contatos... Fiquei meio puto, mas desencanei.

Tava até cantando em “Excellent Choice” quando levei ma botinada na canela. Puts, vi estrelas. Caralho, como dói uma pancada na canela.... Dói muito... Fiquei me contorcendo. Era hora de sair dali. Quando me dou conta, Farris dá um dos maiores moshs que eu já vi na vida. Ele tomou distância no palco, correu e pulou uns quatro metros platéia adentro. Nossa, deve ter matado um. A banda continuou tocando enquanto tentavam resgatar Farris, mas tava difícil. O cara tava no meião. Vi acho eu umas cem pessoas caídas no chão. Eis que depois de alguns minutos ele retorna e já engata em “Sheena Is a Parasite”. Mais porrada. A coisa ficou estranha. A música acabou e alguns da banda saíram do palco. Silêncio. Depois a banda toda caiu fora, mas as luzes continuaram apagadas. Porra, acho que eles tinham tocado umas oito músicas apenas. Alguns começaram a vaiar. Ninguém sabia muito o que tava rolando e minha canela ainda doía pra caralho. Tava me afastando quando as luzes se ascenderam e as vaias ecoaram pra valer. Deve ter rolado alguma treta por causa daquele mosh.

Com as luzes acesas, fui procurar meu mobile no chão da pista. Nada. Percebi que tinha um monte de gente fazendo o mesmo. Todo mundo procurando algo na pista. Perdi as esperanças de ter meu mobile e contatos de volta, e saí dali. Passei pelo Bobby Gillespie a caminho da saída. Lá, no meio de pessoas sangrando e algumas brigas e discussões rolando, decidi reportar para um segurança que eu tinha perdido o mobile. O sujeito falou para eu conversar com o chefe da segurança, pois um monte de gente também tinha perdido coisas. Aí o chefe me diz que lá dentro hoje tinha uma quadrilha especializada em roubar celulares e que prenderam um dos caras e que mais ou menos 50 pessoas tinham reportado a perda de celulares e que a polícia já estava a caminho. Caralho, bem que eu senti a bad-vibe na galera hoje. Saquei na hora a energia dos filhos da puta, vermes do inferno. No meio da pancadaria e empurra-empurra, típico rock’n’roll, os caras enfiam a mão no seu bolso e tomam seu celular. Bando de cuzões.

Mas não adianta chorar pelo leite derramado, eu pedi para aquilo acontecer. Fui ali no meio da bandidagem, no meio dos função, dar e levar porrada, é claro que alguma merda tinha que rolar. Vi uma mina chorando pela sua maquina digital roubada, com todas as fotos de suas férias. Outro mano tava bem puto com a perda de seu celular. Desencanei. Tinha duas opções, ou ficar lá esperando a polícia e ver no que ia dar, ou deixar meus details com os funcionários do Coronet e sair fora. Decidi vazar. Minha canela ainda doía quando eu estava na plataforma do metrô. Fazer o que, eu tava na pilha, oras.


*** *** *** *** ***



MONKEY SWALLOWS THE UNIVERSE
Ao vivo no Metro Club, centro de Londres, 14/04


As vezes me questiono quão valiosa é uma música. Se vale a pena perder tanto tempo da minha vida escutando música, mesmo depois de adulto. Só mesmo quando vou num show como esse que percebo que música é muito potente e me provoca reações muito fortes.

Monkey Swallows The Universe é um quinteto acústico de Sheffield, UK, e no ano passado eles lançaram um álbum muito bonito. Se eu não resenhei aqui foi por preguiça e falta de tempo. Mas então, esse álbum é bacana e remete muito aos meus tempos de adolescência, quando eu ficava escutando as compilações da El Records. Coisas indie dos anos 80 que fui descobrir nos 90. Deus, como sou nostálgico.

No show, fiquei triste pra caralho. Lembrei de muitas pessoas e ponderei porque tinha perdido o contato. Lembrei de lugares e escolas. E não sei por qual razão fiquei triste e baixo-astral, pois meus tempos de juventude foram pura diversão, não posso reclamar. Mas relembrar o passado é uma merda pra mim. Sou uma pessoa horrível, nostálgica, triste e medrosa. Foi isso que fiquei sentindo enquanto o MSTU apresentava suas canções no pequeno palco do Metro. O que eles tem a ver com as bandas da El ? Nada, mas o simples fato de se assemelharem musicalmente já me provoca essa enorme tristeza e pavor. Efeito colateral. Pavor de viver. Cadê todo mundo? Onde foi parar todo mundo?

Monkey Swallows The Universe é responsável por um triste indie-pop acústico, apropriado para as fãs da El, da Sarah e coisas como Belle And Sebastian e Camera Obscura. Ao vivo são absurdamente baixos. A vocalista/guitarrista Nat Johnson canta e toca seu violão como se estivesse sozinha em seu quarto; canta pra dentro, abrindo e fechando os olhos e com expressões gélidas no rosto. Teve um momento que fiquei na dúvida se os violões estavam plugados nos amplificadores, de tão baixos que estavam. Deus, ela canta muito baixo. E isso foi o que mais me atraiu no show. Quase não saíam palavras. Mas saíam. Baixas, tristes e poderosas o suficiente para fuder com minha cabeça.


*** *** *** *** ***



ASH
Ao vivo na Virgin Megastore, centro de Londres, 18/04


Existem bandas que você pode assisti-las ao vivo dezenas de vezes que jamais vai enjoar, pelo contrário, sempre amar. Ash é uma delas. Devo ter visto umas cinco vezes, mas aqui estou para mais um round. Show na loja de discos Virgin é sempre uma beleza. Curto, fácil de chegar, no início da noite, sem maiores funções. Foram anunciados pelo staff da Virgin e da-lhe Ash no palco. Dessa vez estão apenas em três, um perfeito POWER-TRIO, já que a guitarrista Charlotte decidiu seguir carreira solo e abandonar o Ash. Vai com Deus. Os remanescentes dão conta do recado.

Tim Wheeler manda ver muito bem na guitarra, e quando começam com “Burn Baby Burn”, quase não há diferença de quando eram um quarteto. Ash é uma puta banda, peloamordedeus, não tem ninguém que faça um punk-power-pop tão bom como esse. Depois veio uma predileta minha, “Orpheus”, do álbum metal que lançaram em 2004. Quase ninguém gosta, mas eu adoro essa música. Como estavam promovendo o novo single “You Can Have It All”, essa não poderia faltar. Hum, que delícia conhecer uma nova música do Ash sendo apresentada ao vivo. Música ao vivo é a melhor coisa do mundo, né? No caso do Ash, com certeza.

A clássica “A Life Less Ordinary” veio em seguida, sendo emendada com “Kung Fu”. Depois tocaram mais duas músicas novas, “Polaris” e “Twilight Of The Innocents”, ambas longas e épicas, não tão pesadas, mas sempre com o pique lá em cima. Finalizaram com “Girl From Mars”, a mais conhecida da banda e a mais divertida de pular no show. Ash ao vivo, sempre que der eu vou.

*** *** *** *** ***



MAXIMO PARK – "Our Earthly PLeasures"

Muito ridículo a atitude da NME perante o Maximo Park. Compro a NME há anos, sempre soube que é direcionada para um público bem mais jovem, e ainda assim sempre achei que tinha algo de valor ali. Sabe como é, a gente vai envelhecendo, mas o espírito continua jovem. Nos quatro anos que estou aqui em Londres, esse semanário inglês tem sido de extremo valor para informações, opiniões e entender melhor o espírito da cena musical inglesa. Entretanto, nos últimos meses ela esta limitando demais as coisas, apelando demais, hypando bandas ruins demais, rumando por um caminho equivocado demais. O que eles pensam, que os jovens são burros?

Esse segundo disco dos ingleses Maximo Park não é, sonoramente, tão direto e potente quanto o primeiro, mas ainda sim é um excelente trabalho. É o que se costuma chamar de "grower", vai melhorando e crescendo conforme a gente vai escutando. Nas primeiras audições soa estranho, mas depois ficamos viciados. E a NME, que ano passado louvou o Maximo Park como gênios, agora ta metendo o pau neles, tentando enterra-los para o esquecimento. Será que os críticos atuais da NME ouvem álbuns mais de duas vezes?

A molecada fã de indie-rock pode mesmo preferir um disco potente, arrojado e cheio de frescor, mas acho que eles também compreendem obras como esse "Our Earthly Pleasures". Sem muitos hits meteóricos, porém recheado de marcantes melodias e ótimas letras, esse é um álbum com o qual você precisa passar um tempo junto, convida-lo para tomar café, ou para uma caminhada. Que tal pegar uma estrada com ele de trilha sonora? Uma ótima pedida. Acompanhar as letras enquanto o cd percorre seu player é o melhor que você pode fazer já que Paul Smith é um letrista dos mais requintados.

A única coisa que NÃO se deve fazer é escuta-lo rapidamente e descartá-lo em seguida. O que? Tem muita coisa pra ouvir? Seu soulseek acabou de baixar outros cinco lançamentos? Tem muita coisa pra checar no MySpace e não tem 'tempo' para explorar uma obra mais desafiadora? Essa é a grande merda atualmente, as pessoas tem tanta coisa pra ouvir e conferir, que deixam de gastar a energia necessária que certos álbuns requerem. Escutam uma ou duas vezes e já saem julgando. Grande bosta. Vai querer ficar com os singles do Klaxons ou embarcar nos "Our Earthly Pleasures"?

Primeiro de tudo, Paul Smith é um cara sensacional. Seu eu tivesse 17 anos ele certamente seria meu ídolo de adolescência, mas como essa idade já passou faz tempo pra mim, ele é só um cara pelo qual tenho o maior respeito e admiração. Sua letras passam longe de ser megalomaníacas, retratam coisas reais, que eu e você vivenciamos diariamente, mas com o devido toque poético. Ele é um popstar, mas temos a impressão que trabalha de barman em algum pub, apenas observando as coisas pequenas e essenciais da vida.

"Your Urge", na minha opinião a faixa mais bonita do album, possui uma letra incrível, mexendo com nossos desejos e necessidades do dia a dia. "You don't have to deny your urges / it doesn't make you bad // People are judged on their mistakes / and how much money that they make". Já "Nosebleed" emociona qualquer um que passa por problemas de relacionamento. Claro que gosto de rockstars doidões como Pete Doherty e Keith Richards, que não são pessoas normais como eu; são rockstars e agem como tal. Mas no fundo no fundo, é com Paul Smith que me identifico pra valer.

Os primeiros dois números, "Girls Who Play Guitars" e "Our Velocity", são remanescentes do primeiro álbum, ambas energéticas e com o carimbo Maximo Park. Depois o clima fica menos acelerado, porém sempre com rajadas sônicas aqui e acolá. "By The Monumet" é um belo exemplo disso. "Our Earthly Pleasures", essa segunda obra do Maximo Park, apenas pede um tempo para iniciar a relação. Tudo bem, porque a pressa? Com essa banda, não temos nada a perder, só a ganhar. Outros destaques: "Parisian Skies" e "Books From Boxes".


xxx

Saturday, April 14, 2007

 

coluna 12 de abril

FESTIVAIS DE VERÃO















Quem acompanha a coluna, já ta sabendo das principais atrações do Reading Festival e Wireless Festival, ambos com data marcada para julho e agosto. Mas acontece que o verão britânico não vive apenas desses dois festivais, e sim de dezenas deles. É por isso que na coluna dessa semana organizo, por ordem de data, um guia completo com os melhores festivais que vão chacoalhar a Grã-Bretanha nos próximos meses. Tem para todos os gostos, confira!


HAMPTON COURT FESTIVAL
Quando? 5 e 23 de junho
Onde? Hampton Court Palace, no bairro de Surrey, Londres.
Quem toca? Van Morrison, Tom Jones, Buena Vista Social Club, Jools Holland, Bryan Ferry, José Carreras, Josh Groban, entre outros.
Tickets: de £40 a £95.
http://www.hamptoncourtfestival.com/


DOWNLOAD FESTIVAL
Quando? 8, 9 e 10 de junho
Onde? Donington Park, Leics
Quem toca? My Chemical Romance, Linkin Park, Iron Maiden, entre outros.
Tickets: £145 para os três dias.
http://www.downloadfestival.co.uk/


FREEDOM ROCKS
Quando? 9 e 10 de junho
Onde? East Park, Hull
Quem toca? Keanes, Groove Armada, entre outros.
Tickets: £60 para os dois dias, £ 33 para um dia apenas.
http://www.freedomrocksfestival.com/


WIRELESS FESTIVAL
Quando? 14, 15, 16 e 17 de junho
Onde? Hyde Park, Londres.
Quem toca? White Stripes, Daft Punk, Kaiser Chiefs, LCD Soundsystem, Editors, Faithless, entre outros.
Tickets: £135 para os quatro dias, ou £40 por dia.
http://www.wirelessfestival.co.uk/


HYDE PARK CALLING
Quando? 23 e 24 de junho
Onde? Hyde Park, centro de Londres.
Quem toca? Aerosmith, Peter Gabriel, Crowded House, Chris Cornell, entre outros.
Tickets? £80 para os dois dias ou £ 45 para um dia só.
http://www.hydeparkcalling.co.uk/


KNOWSLEY HALL MUSIC FESTIVAL
Quando? 23 e 24 de junho
Onde? Knowsley Hall, Liverpool
Quem toca? The Who, The Coral, Keane, The Zutons, entre outros.
Tickets: £43 para o sábado, £38 para o domingo.
http://www.knowsleyhallmusicfestival.co.uk/


CORNBURY FESTIVAL
Quando? 7 e 8 de julho
Onde? Charlbury, Oxfordshire
Quem toca? Blondie, David Gray, Waterboys, Suzanne Vega, Proclaimers, entre outros.
Tickets: £80 para os dois dias, ou £45 por cada dia.
http://www.cornburyfestival.com/


LATITUDE FESTIVAL
Quando? 12, 13, 14 e 15 de julho
Onde? Henham Park, Southwold, Suffolk
Quem toca: Arcade Fire, CSS, Jarvis Cocker, Explosions In The Sky, Magic Numbers, Damien Rice, entre muitos outros.
Tickets: £112 para todo o evento, ou £45 para cada dia.
http://www.latitudefestival.co.uk/


FFLAM
Quando? 13, 14 e 15 de julho
Onde? Singleton Park, Swansea Bay
Quem toca? Keane, Manic Street Preachers, Placebo, Enter Shikari, entre outros.
Tickets: £115 para os três dias
http://www.fflamfestival.co.uk/


RISE: LONDON UNITED
Quando? 15 de julho
Onde? Clapham Common
Esse é o festival do prefeito Ken contra o racismo, com alta diversidade de bandas, audiência e comida. As atrações ainda serão anunciadas.
Tickets: GRATUITO
http://www.risefestival.org/


BBC 2 CAMBRIDGE FOLK FESTIVAL
Quando? De 26 a 29 de julho
Onde? Cherry Hilton Hall, Cambridge
Quem toca? Joan Baez, Nanci Griffith, Waterboys, Steve Earle, Toots & The Maytals, entre outros.
Tickets: a venda a partir do dia 6 de maio, no site do evento
www.cambridge.gov.uk/ff


WOMAD
Quando? 27, 28 e 29 de julho.
Charlton Park, Wilts
Quem toca? Peter Gabriel, Baaba Maal, Candi Staton, Dhol Foundation, entre outros.
Tickets: £120 para os três dias.
http://www.womad.org/


THE BIG CHILL
Quando? 3, 4 e 5 de agosto.
Onde? Eastnor Castle Deer Park, Malvern Hills
Quem toca? Mika, Isaac Hayes, Skatalites, Cinematic Orquestra, entre outros.
Tickets: £125 para os três dias
www.bigchill.net/festival.html


SUMMER SUNDAE
Quando? 10, 11 e 12 de agosto.
Onde? De Montfort Hall and Gardens, Leicester
Quem toca? Magic Numbers, Divine Comedy, Echo & The Bunnymen, entre outros.
Tickets: £90 para os três dias
http://www.summersundae.com/


GUILFEST
Quando? 13, 14 e 15 de agosto.
Onde? Stoke Park, Guildford
Quem toca? Supergrass, Squeeze, Madness, Magic Numbers, entre outros.
Tickets: £100 para os tres dias, ou £40 um dia so
www.guilfest.co.uk/2007


GREEN MAN
Quando? 17, 18 e 19 de agosto.
Onde? Glanusk Park, Brecon Beacons
Quem toca? Robert Plant, Joanna Newsom, Bill Callahan, Stephen Malkmus & The Jicks, entre outros.
Tickets: £98 para os três dias.
http://www.thegreenmanfestival.co.uk/


V 2007
Quando? 18 e 19 de agosto
Onde? Hylands Park, Chemsford > Bramhan Park, Leeds
Quem toca? Foo Fighters, Snow Patrol, Amy Winehouse, Killers, Kasabian, Kooks, Lily Allen, entre outros.
Tickets: £ 130.00 para os dois dias ou £63.50 para um dia apenas.
http://www.vfestival.com/


READING FESTIVAL
Quando? 24, 25 e 26 de agosto.
Onde? Reading.
Quem toca? Razorlight, Kings Of Leon, Interpol, Red Hot Chilli Peppers, Arcade Fire, Bloc Party, Klaxons, Nine Inch Nails, The View, We Are Scientists, Ash, The Subways, The Gossip, Maximo Park, Gogol Bordello, entre muitos outros.
Tickets: £145 para os três dias, ou £63 para cada dia.
http://www.readingfestival.com/


METRO WEEKENDER
Quando? 25 e 26 de agosto
Onde? Clapham Common, sul de Londres.
Quem toca? Dizzee Rascal, The Streets, Paul Van Dyk, entre outros.
Tickets: £35 por dia.
http://www.metroweekender.co.uk/


BESTIVAL
Quando? 7, 8 e 9 de setembro
Onde? Robin Hill Country Park, Newport, Isle Of Wight
Quem toca? The Gossip, Beastie Boys, Chemical Brothers, Billy Bragg, The Orb, entre outros.
Tickets: £115 para os três dias.
http://www.bestival.net/


END OF THE ROAD
Quando? 14, 15 e 16 de setembro
Onde? Larmer Tree Gardens, Dorset
Quem toca? Super Furry Animals, Broken Family Band, Howe Gelb, entre outros.
Tickets: £95 para os três dias.
http://www.endoftheroadfestival.com/



P.s.: Infelizmente, o Glastonbury Festival, o mais famoso e tradicional da Inglaterra, já esgotou os ingressos. Por isso, decidi não publicar as atrações e informações desse festival. Melhor que passar vontade, é ou não é?


***************************************


UMA TARDE COM MAXIMO PARK
Pure Groove, norte de Londres, 05/04


























































































Semana passada foi mesmo o bicho. Na segunda testemunhei o Maximo Park tocando para 300 sortudos, devidamente relatado na coluna anterior. E eis que na quinta eu me encontro numa loja de discos, a cinco minutos a pé da minha casa, para conhecer toda a banda. As vezes a vida lhe proporciona bons momentos. As vezes.

Pois é, se eu conto lá em casa que passei uma tarde com o Maximo Park, ninguém acreditaria. Mas é verdade. A banda decidiu fazer uma tarde de autógrafos e um set acústico numa das lojas de discos mais legais de Londres, a Pure Groove. E eu, sortudo, moro a dois quarteirões da loja. “Quando eu teria a oportunidade de encontrar com Paul Smith aqui na esquina de casa?”, pensei. Assim sendo, i’m sorry, pedi folga do trabalho, pois a parada iria rolar num dia de semana, horário comercial. Falei para meu chefe que iria buscar um amigo no aeroporto. Essa é minha desculpa predileta. Nem a pau que eu perderia essa chance.

Então, fui um dos primeiros a chegar, duas horas antes. Hehehe. Tinha pouca gente, e então fiquei dando umas bisbilhotadas no que a loja tinha para oferecer. Quando me dei conta, uma fila estava sendo formada fora da loja. Me joguei nela. Aos poucos foram chegando indie-kids por todos os lados. Na hora marcada, tinha uma muvuca na frente da loja, como você confere na foto.
A banda chega, caminhando pela rua, sorridentes, vindos da estacao de Archway, Paul Smith uma figura. Eles falaram que vieram de metrô, pela famosa Northerm Line, e que vieram num vagão lotado. Entraram e logo em seguida iniciaram os autógrafos. Eu, como bom fã, levei um pequeno arsenal de material para eles assinarem. Revistas, pôsteres, vinil, singles 7”. Fã é foda. Cheguei dizendo que era do Brasil, aí eles ficaram empolgados, disseram que É CERTEZA que irão ao Brasil em outubro. Não duvidei, já que a banda já passou por Tailândia, China, Rússia.... Por que não o Brasil? Paul Smith foi assinando tudo, cheio de carisma, troquei uma idéia com ele sobre Joanna Newsom. E como sei que ele adora futebol, fui com minha jaqueta do Corinthians (veja a foto). Ele curtiu e também conversamos sobre futebol. E ele escreveu bem grande no meu vinil “PAUL SMITH THANKS TO YOU”. Oh, que graça.

Depois que todo mundo tirou foto e pegou autógrafos em seus apetrechos do Maximo Park, foi hora deles pegarem um violão e, sem microfone mesmo, iniciarem o set acústico. Tocaram apenas quatro números (“Going Missing” e “Our Velocity” como destaque). Todo mundo cantou junto. O clima tava ótimo. Ao final, disseram que tinham que pegar o trem de volta a Newcastle, e foram embora em direção ao metrô. Um tarde com Paul Smith e Cia., quem iria imaginar?



xxx

Thursday, April 05, 2007

 

coluna 05 de abril

MAXIMO PARK
Ao vivo no 100 Club, Londres, 02 de abril


Num minuto estou no trabalho, lendo um livro, matando o tempo. N’outro estou suado, espremido num club intimista para não mais que 300 negos, vendo Maximo Park, uma de minhas bandas prediletas, tocar num palco que, na real, nem palco é, e sim meros degraus acima do nível da pista. As vezes a vida lhe proporciona bons momentos. As vezes. Assistir uma banda que você gosta muito tocar ao vivo num palco minúsculo é uma das coisas que vou sentir saudades quando deixar Londres, definitivamente. Franz, Libs, Suede, Magic Numbers, Coldplay, Tears... Palcos tão pequenos que sentimos até a respiração de nossos ídolos. A casa de shows 100 Club, para quem não sabe, ficou conhecida por ter abrigado a primeira apresentação dos Sex Pistols em Londres, em 1976. Mas hoje o dono da noite é o Maximo Park.

Mas antes de Paul Smith e sua gang, teve o To My Boy, uma dupla de nerds encarregada de abrir a noite. Não fizeram feio. Pelo contrário, me impressionaram com seu repertório moldado sob guitarras, beats e bons refrões. Era um technopop querendo deixar a timidez de lado, ou então como se o Erasure passasse por uma crise de identidade e quisesse referenciar a todo custo bandas como Pulp, Hefner, Bis e Ladytron. Nada mal. Vou até, outra hora, pescá-los no MySpace.

Quarenta minutos depois, o cinco rapazes do Maximo Park passam no meio da platéia espremida para subirem ao palco. Percebemos que a noite será especial quando as estrelas passam por você para apresentarem o espetáculo. Todos a posto, “Graffiti” veio com tudo explodindo das caixas de som. Mister Paul Smith de terno, gravata e chapéu, pulando, dançando e exercitando seus dotes de malabarista. Emendaram com “Girls Who Play Guitar”, um dos destaques do novo álbum. Daí pra frente o que se viu foi suor, gritos, pulos e uma seleção de hits do primeiro e segundo disco. Minhas expectativas já estavam altas, e foram superadas no decorrer do show.

Uma coisa que percebi foi que as faixas novas soam estupidamente explosivas ao vivo. Tudo bem, o novo álbum não é 100% como o anterior, digamos que ta quase lá, mas as músicas novas - “Your Urge” por exemplo - soam muito bem ao vivo, tão perfeitas quanto as que já conhecíamos. Aliás, após a conclusão dos hits “The Coast Is Always Changing” e “Now I’m All Over The Shop”, dois torpedos do primeiro trabalho, me dei conta que eu tinha perdido a voz. Por uma boa causa, refleti. E mais uma vez, da-lhe Paul Smith, que com suas acrobacias e seu carisma, aliado ao seu jeito totalmente genuíno de representar cada canção, se coloca facilmente entre os melhores performers de sua geração; senti-o cheio de confidência enquanto cantava. Você percebe quando um vocalista é forçado. Paul definitivamente não é um desses.

Pensei que a casa viria abaixo quando o fabuloso novo single “Our Velocity” foi tocado. Mal sabia eu que a agitação e excitação do público seria muito mais intensa em “Apply Some Pressure”, o cartão de visitas do Maximo Park. Depois dessa, o show teve que entrar numa pausa para socorrer as pessoas que estavam sendo amassadas e pisoteadas na primeira fila. Tudo sob controle, ainda tivemos tempo para nos deliciar com “Going Missing”, “Limassol” e “Books From Boxes”, antes que noite terminasse . De alma lavada, dei tchau para o Maximo Park. Em maio nos vemos novamente.

MAXIMO PARK TOCA EM LONDRES NOS DIAS 10, 11 E 12 DE MAIO.
INFORMACOES:
http://www.myspace.com/maximopark



xxx

 

coluna 29 de março

LANÇAMENTOS 2007


BRETT ANDERSON – "Brett Anderson"

Muito já foi falado sobre o, enfim, primeiro disco solo de Brett Anderson. Acho que li umas 15 resenhas em publicações inglesas, e apenas duas foram positivas. O resto meteu o pau sem dó. A primeira pergunta que fica é: Será que essas revistas e jornais merecem alguma credibilidade? Sim e não. E mais fácil comparar o trabalho atual de Brett com as bandas da última modinha, e ridiculariza-lo pelas suas baladas, do que analisar pura e unicamente a música em questão e o universo no qual ela foi criada. É aquela questão de preguiça no jornalismo. Mas também a mídia vive do frescor do momento, o vigor juvenil, e elogiar a fórmula e figura já conhecida do Brett não seria uma das atitudes mais favoráveis para a integridade e vendagem dessas publicações. É o sistema. É a inércia. A segunda pergunta é: será que o publico consumidor se importa com essas criticas? Essa já não sei responder precisamente, mas posso te assegurar que Brett vem sendo tocado, aqui no Reino Unido, em rádios com ouvintes de faixa etária acima dos 30, e que esse sim é um excelente mercado para Brett explorar. Ao lado de James Blunt, Katie Melua, Rufus Wainwright e Laura Veirs, porque não? Ridículo seria bater na mesma tecla que os Arctic Monkeys e Kaiser Chiefs.

Mas afinal, e a música? Bem, não espere muita coisa. Não que seja ruim, mas é claramente o trabalho menos inspirado da carreira do Brett. Mas tudo isso é meio relativo, não é? Tem um amigo meu que nunca ouviu Suede antes e adorou o disco, esta totalmente fascinado. Tenho outro colega que acompanha Brett há tempos e não ficou nem um pouco empolgado. E vice-versa. A minha opinião é: pode ser o mais fraco de Mr. Anderson, mas ainda sim há toques mágicos que só ele consegue proporcionar. São onze baladas, cobertas por uma mantra orquestrada, momentos de serenidade e letras que podem não ganhar nenhum premio de poesia, mas não são tão mal quanto a mídia e detratores adoram proclamar.

E sua voz? Quanto a isso não precisam se preocupar, continua intacta, marcante e fascinante como sempre. Não há nenhuma faixa com o pique alto-astral de Trash ou Lovers e, convenhamos, Brett esta no direito dele com isso. Por que não esquecer os hits por um tempo e lançar um álbum suave, super adequado para deixar tocando em casa naquele seu momento de reflexão e solidão? Cada artista tem o seu momento e cada carreira passa por fases assim. O que me deixa mais excitado é saber que Brett esta colocando a cara pra bater e dando continuidade em sua carreira; ele poderia ter desistido e estar vivendo de direitos autorais. Isso mostra que o moço realmente se importa com música e que, porque não?, mais pra frente, depois de muita estrada percorrida, pode novamente lançar um masterpiece como Dog Man Star. Nothing ventured, nothing gained.

Destaques: " To The Winter", "Song For My Father", "Infinite Kiss" e "Love Is Dead".


THE HORRORS – "Strange House"

Ok, vamos falar do The Horrors. Deixa eu entrar no clima antes, apagar a luz, vestir um pretinho gótico, pintar o olho e o lábio de preto. Pronto. Quer saber? The Horrors é foooooooooooooda. Vocês já imaginaram o que seria de nós sem o The Horrors nesses tempos cruéis? Vocês já deram uma espiadinha por aí e viram o estado lastimável que esta a cena rock-indie-mainstream no momento? Sim, compreendo seu ponto de vista, o The Horros é apenas mais uma banda de garagem, não há nada de inovador e tal e somente o visual não conta e tal. Mas, caralho, eles são uma ESTUPENDA banda de garagem e, vai se fuder, o visual deles conta SIM. Até se fosse surdo eu seria um fã do The Horrors; iria apenas fitar as fotos dos caras e estaria feliz.

Julgar que remetem a isso e aquilo é desculpa, pois desde que o rock nasceu ele deriva de outras coisas, só que existem uns que são inspirados e outros que não. The Horrors, thanks God, possuem inspiração de sobra percorrendo pelas veias. O quinteto tem o pacote quase completo: visual absurdo e intrigante e uma sonoridade que, tudo bem, não é o melhor de todos os tempos, mas é retrô e pesado na medida exata, sombrio, certeiramente bem produzido e raro nos dias de hoje. E se isso não é o suficiente para fazer você simpatizar com eles, tudo bem então, fique com o The Twang ou The Enemy ou simplesmente desista do rock. Destaques: "Count In Fives", "Death At The Chapel", "Sheena Is A Parasite" e "Thunderclaps".



GOOD SHOES – “Think Before You Speak”

Outra ‘salvação’ do rock nesse fraco ano de 2007 vem do quarteto do sul de Londres Good Shoes. Uma pena que, assim como o The Horrors, ficarão confinados ao sucesso mediano enquanto que mediocridades ganham o mainstream. Talvez se tivessem surgido há dois ou três anos atrás o cenário seria diferente, com certeza teriam a mesma moral de um Franz ou Maximo Park. Mas como 2007 é o ano das bandas picaretas New Rave e do rock “copy+paste”, pouca gente irá se deliciar com esse debute do Good Shoes. “Think Before You Speak” é o segundo disco que tanto o Futureheads e Maximo Park nos prometeram, mas não cumpriram. Guitarras angulares, letras cativantes sobre o dia-a-dia e uma sensibilidade pop que poucas bandas de rock conseguem assimilar é o que prevalece por entre essas 14 músicas.

Poderíamos rotular como um exemplar e competente Pop-Punk, que pode muito bem deixar entusiasmado tanto fãs de Undertones como das Pipettes. “Small Town Girl”, um das melhores faixas desse álbum (e também desse ano), certamente prova o que estou dizendo. Os primeiros singles do Good Shoes, lançados há mais de um ano e meio, tinham uma sustância mais pesada, soavam mais punk do que pop. Felizmente, a banda re-gravou esses singles para o álbum e aqui estão mais polidos, na medida perfeita, deixando de fora aquele esporro desnecessário e aquelas pinceladas de rock-rebelde. Ainda bem. “Think Before You Speak” só não é melhor porque a quantidade de faixas (14) é um exagero e tira um pouco a consistência da obra. Mas mesmo assim, um excelente disco de uma, quem sabe, promissora banda. Destaques: “Photos”, “Never Meant To Hurt You”, “Small Town Girl” e “Morden”.


*** *** *** *** ***

OUTROS LANCAMENTOS JA COMENTADOS AQUI NA COLUNA:

ARCADE FIRE – "Néon Bible"
KEREN ANN – "Keren Ann"
TAP TAP – "Lanzafame"
AIR – "Pocket Symphony"
EXPLOSIONS IN THE SKY - "All of a Sudden I Miss Everyone"
JOHN HOWARD – "Same Bed, Different Dreams"





xxx

 

coluna 23 de março

READING FESTIVAL 2007


Foram anunciadas as principais atrações para o festival mais famoso do mundo, o READING FESTIVAL, que rola todo ano aqui na Inglaterra, em agosto. O line-up é geralmente o melhor do mundo e não a toa, os ingressos geralmente se esgotam em poucos minutos. Para o Reading 2007, as bandas confirmadas até o momento são:

Sexta, 24 de agosto
RAZORLIGHT
KINGS OF LEON
INTERPOL
MAXIMO PARK
THE GOSSIP
GOGOL BORDELLO
ASH
THE SUBWAYS
ENTER SHIKARI

Sábado, 25 de agosto
RED HOT CHILLI PEPPERS
ARCADE FIRE
BLOC PARTY
PANIC AT THE DISCO
THE VIEW
WE ARE SCIENTISTS
THE TWANG
BIFFY CLYFO


Domingo, 26 de agosto
THE SMASHING PUMPKINS
NINE INCH NAILS
LOSTPROPHETS
FALL OUT BOY
KLAXONS
LCD SOUNDSYSTEM
CSS



>>> OS INGRESSOS JÁ ESTÃO A VENDA, VISTE: www.nme.com/gigs


*** *** *** ***


VIDEO CLIPS

Quem assina MTV aqui na Inglaterra, está bem na fita. São várias opções de várias MTVs. Há a MTV-Base, com programas de auditório e coisas do tipo; Quem curte dance-music pode assistir a MTV-Dance; para aqueles que acompanham os sucessos da parada, a melhor é MTV-Chart. E os que querem mesmo é saber de rock e sons alternativos, não tem coisa melhor do que a MTV2. E é essa a única que assisto. Não é brincadeira não, mas você pode ligar a TV numa sexta a noite e numa tacada só, vir clips do Low, Cocorosie, Lambchop, Mew, Squarepusher, Antony & The Johnsons, Explosions In The Sky, Tilly And The Wal... Realmente, essa MTV consegue agradar até os fãs dos sons mais obscuros.

Mas na maioria das vezes o que rola é o que está fazendo sucesso no momento entre os indies. Foi pensando nisso que selecionei alguns vídeos que estão em alta rotação nas últimas semanas. Tem para todos os gostos.

God save YouTube!

>>>>


KINGS OF LEON – “On Call”





THE SOUNDS – “Tony The Beat”





LCD SOUNDSYSTEM – “North American Scum”





iLiKETRAiNS - 'Spencer Perceval'





FIELDS -





THE RUMBLE STRIPS – “Alarm Clock”





CHARLOTTE HATHERLEY – “I Want To Know”





THE LITTLE ONES – “Oh, MJ”





THE HOLLOWAYS – “Dancefloor”





THE RAKES – “We Danced Together”





THE BEES – “Who Cares What The Question Is”





THE ALIENS – “Setting Suns”





NEW YOUNG PONY CLUB – “The Bomb”





ARCTIC MONKEYS – “Brainstorm”





HOT CLUB DE PARIS – “Shipwreck”






xxx

 

coluna 15 de março

WIRELESS FESTIVAL

O sol decidiu dar as caras nessa última semana, não é mesmo? Então, o verão tá chegando e, com ele, os festivais também. Em 2007 teremos mais uma edição do Wireless Festival, que rola no Hyde Park, centro de Londres. Não tem que acampar nem nada, uma beleza. É só ir e depois pegar o metrô de volta pra casa. Pra mim todos os festivais deveriam ser urbanos desse jeito. Essa história de lama e ficar dias sem tomar banho só tem uma leve pincelada de romantismo quando você tem 15 anos. Depois não dá.


Confira as principais atrações do Wireless Festival desse ano:

Quinta, 14 de junho:
- THE WHITE STRIPES
- QUEENS OF THE STONE AGE


Sexta, 15 de junho:
- FAITHLESS
- BADLY DRAWN BOY
- JUST JACK


Sábado, 16 de junho:
- DAFT PUNK
- CSS

Domingo, 17 de junho:
- KAISER CHIEFS
- EDITORS
- THE TWANG
- THE CRIBS
- THE TWANG


Só te falo uma coisa: não marque bobeira e compre já os tickets, que estão a venda aqui: http://www.o2wirelessfestival.co.uk/

Sol, cerveja, Hyde Park e Daft Punk. Tem coisa melhor?


*** *** *** *** ***

BRETT ANDERSON
Ao vivo no Bush Hall, Londres, 06/03

Pois é. Não deu pra evitar. Brett Anderson aqui em Londres. E pra variar, SEMPRE AS MESMAS PESSOAS. E com elas sempre as mesmas picuinhas, principalmente entre os britânicos. Fãs do Brett, eu hein, ô raça. Fui entrando no Bush Hall e minhas energias sendo sugadas. “Dá próxima vez tomo banho de sal grosso antes de vir”, pensei. Tinha também a turma de aventureiros-viajantes-obsessivos de sempre, o pessoal do Japão, Escandinávia, Israel, Espanha. Com eles tudo na santa paz e felicidade. Vieram de longe, estão incessantemente sonhando com o Brett. São os britânicos que são ‘osso duro de roer’, um mais mala que o outro. Não acredita? Dá um pulinho no fórum oficial de brettanderson.co.uk e veja você mesmo, oficialmente o site com a maior concentração de babacas da internet mundial, tirando o orkut. Mas enfim, to aqui, vamo nessa, peguei minha pint e me enfiei, eu e minha pança, ali na frente, do ladinho. Cheguei propositalmente depois da banda de abertura.

O Bush Hall é lindo, sempre que venho me deslumbro com a arquitetura requintada. É apertado, cabem umas 600 pessoas, mas parece que sempre tem espaço de sobra. Apagam-se as luzes, as orquestrações de “The More We Possess The Less We Own Of Ourselves” iniciam, criando um clima charmoso - a cara do Brett. Depois de alguns minutos, a banda entra, Fred Ball o primeiro, Brett o último. Delírio e choro dos mais fanáticos. Começam com a minha preferida do álbum, “To The Winter”. Fui assistindo o Brett de pertinho, naquele palco pequeno, e fui tendo flashs da semana do ICA, onde também o cenário era minúsculo. Emendaram com “Love Is Dead”, o single. E da-lhe todo mundo cantar junto. Depois Brett tirou seu terno e se jogou. Tava sorridente, açanhadinho, confesso que nunca vi ele tão alto-astral assim desse jeito. Também, quer o que?, assisti os últimos dez shows do Suede, dá pra imaginar o clima entre a banda. Depois vi mais uns dez The Tears, onde a atmosfera era melhor. Mas agora parece que a bicha se encontrou.

A dobradinha “Dust And Rain” e “Intimancy”, de longe o ponto mais fraco do novo álbum, também tava de duplinha no set ao vivo. Ficou melhor que no disco, mais rock, menos afrescalhadas, mas ainda sim, ruins. Brett realmente tem problemas pra escolher faixas de álbuns (e também de shows), tinha que meter essas duas ali no começo, pra quebrar o clima. Anyway, pra compensar, o número seguinte foi “Back To You”, a parceria com Fred ‘Pleasure’ Ball, e daí pra frente a qualidade foi impecável. Um pianinho familiar começou de mansinho, e logo bateu. Ah, que lindo - “By The Sea”, umas das minhas prediletas do Suede. Era fechar os olhos e imaginar o Suede dos bons tempos ali na sua frente. Ou ficar olhando o Fred Ball, que é uma sósia do Neil Codling. Brett tava bem, magro como sempre, e com um traje idêntico dos shows do “Coming Up”. Camisa preta, suada, desabotoada, calca preta com uma leve boca-de-sino. Só faltou a franja.

Não tocaram “Scorpio Rising”, e convenhamos, não fez nenhuma falta. Depois, numa tacada só, vieram “Colour Of The Night”, “One Lazy Morning”, “The Infinite Kiss” e “Song For My Father”, essa última com Brett soltando a voz, de joelhos, concentradísimo, e realmente provando que sua voz continua única e potente. As pessoas pedem as notas do “Dog Man Star”, mas acho que isso não significa ‘cantar bem’. A voz do Brett é bonita de qualquer jeito, o timbre dela é especial, com ela em forma ou não. Assim sendo, considero algumas faixas e b-sides da era “A New Morning” as melhores coisas que Brett já fez. E naquela época sim a voz dele capengava. Mas agora dá pra ver que a cena voltou aos trilhos. Só pra finalizar o primeiro ato, Brett depois da ótima “The Infinite Kiss” disse que essa era uma música sobre foder, e anunciou que a próxima seria sobre morrer, dando início a fascinante “Song For My Father”.

Bis. Brett sentado num banquinho, encarando o violão. Veio com “Clowns”, lindíssima, ‘breathtaking’. Mais um exemplo que Brett sempre peca na escolha do repertório dos álbuns. O que uma música maravilhosa como “Clowns” faz de fora do novo disco? Brett only knows. Aí ele começa os primeiros toques de “The Living Dead” e a minha noite tava feita. Memórias da minha adolescência, sensação de conforto e prazer. A vida às vezes lhe proporciona momentos de felicidade. Às vezes.

Daí em diante, foi um mini festival de músicas do Suede, pra alegria de TODOS que estavam presentes. “Everything Will Flow”, “Can’t Get Enough” e “Trash”, nessa ordem. No palco, Brett rebolava e se requebrava de um jeito para nenhum fã das antigas botar defeito. Só faltou socar o microfone no bumbum, ui, mas aí já era pedir demais, né? Na platéia, pulos, gritos e sorrisos. E o Matt ainda tava ali... Olha, não vejo problema nenhum do Brett mandar essas do Suede no final do show. Afinal, o Brett não precisa provar nada, precisa? Ele que vem lançando discos, compondo, metendo as cara, dando continuidade na carreira. Que mal há em fazer a galera feliz e tocar “Trash”? Deu uma apimentada na coisa, e depois a noite terminou e não dava pra esconder, estávamos todos de alma lavada.

No final, corri pro bar pra matar a sede com mais uma pint. E pra variar, ouvi um “Hey, Brazil Guy!” de longe, e vieram alguns conhecidos falar comigo, gente que só encontro nos shows do Brett. Isso que dar ir em todos os shows em Londres, você acaba se tornando figura carimbada entre o clã de fãs do Suede. As pessoas não sabem meu nome, apenas me chamam de “Brazil Guy”. Oh. Terminei a pint e zarpei dali, deixando esses malas pra trás. Se o show valeu a pena? Bem, comprei ingressos para a turnê de maio, então claro que valeu! Brett never fails to deliver.

BRETT ANDERSON TOCA NA FESTA POPSTARZ, NO SCALA, NO DIA 30 DE MAIO. SERÁ UM SHOW ACÚSTICO. SEE YOU THERE.
www.popstarz.org/


*** *** *** *** ***


THE HORRORS
Ao vivo na Virgin Megastore, Oxford Street, Londres, 05/03


Fazia um tempinho que eu não saía do trabalho e assistia um showzinho free na Virgin aqui do centrão. A última vez foi Lily Allen, meses atrás. Então aqui estamos, eu e minha pança, pra variar, no meio da criançada. Éramos os únicos tiozinhos ali, tirando os pais que vieram ACOMPANHAR seus filhos para o show. E todo mundo vestido a caráter, de Jack The Ripper. Menos eu e minha pança. E ela vive me perguntando, “ô aí de cima, quando você vai deixar de freqüentar showzinhos de rock pra crianças?”. Minha resposta é sempre a mesma, “não enche, pança”.

Olha, vou falar, pra mim quem é o chefe do The Horrors é o Spider Webb, não tem jeito. Sem ele a banda seria apenas mais uma banda barulhenta de garagem, indo do nada a lugar nenhum. É ele que proporciona o Horrors com pinceladas groovy e idéias certeiras. Claro, tem o Faris e toda sua altura e gritos e giros. E também contamos com o guitarrista que tem uma pinta de monstrinho Gremlins, o tal Joshua Von Grinn, com o sorriso mais mirabolante do rock. E Coffin Joe e Tomethy Furse? Bah! Paus mandados. Spider Webb é o cara, e é ele que aparece primeiro no palco (veja foto), com sua capa Jack The Ripper e franja cobrindo os olhos. A partir do momento que senta a mão em seu teclado, o demônio chega para abençoar a apresentação.

The Horrors ao vivo. Como você imagina que seja? Pois eu digo: ALTO PRA CARALHO. Yes, Yes, Yes. Exatamente como deve ser uma banda como The Horrors. Tocaram umas seis ou sete músicas, as mais famosas. Espalhado nelas, sob pouca luz, um ritual de guitarras trash-crash, teclados demoníacos, entortadas psychobilly e berros. E claro, tudo num volume muito alto. Seria o The Horrors uma das melhores bandas de rock nesses tempos de vacas magras? Com certeza. Quem acha que é mais um clássico exemplo de “visual sob conteúdo” está bem enganado. Estão salvando a lavoura nesse ano de 2007. Destaques do show: “Count In Fives”, “Gloves” e “Sheena Is A Parasite”. No final, veja só, até minha pança queria pintar o olho, de tão convencida que ela ficou. E eu disse, “tudo bem, desde que você não se torne emo”.
xxx

This page is powered by Blogger. Isn't yours?