Thursday, November 17, 2005

 

coluna 17 de novembro

Huauahuhauahuahuahuahuahahuahauuah. God, o que é esse novo clip do The Darkness??? O que é aquela baba saindo da boca do vocalista?? O que é essa nova música deles, 'One Way Ticket'??? O que é aquele refrão plágio de Bon Jovi ???? Sim, minha gente, THE DARKNESS ARE BACK!!

Quando você acha que não é possível ser mais brega, eles sempre conseguem ultrapassar o limite. E sabe o que é pior?? Eu adoro The Darkness.

Eu falo que tô ficando cafonão, eu falo… Vocês não acreditam, né?

Lá embaixo tem o Do Me Bad Things… Affff Mariaa…

Antes disso, daremos um giro pela arquitetura de Helsinki…

*** *** ***

ARCHITECTURE IN HELSINKI + ABSENTEE
Ao vivo no The Scala, Londres, 13/11


Pois é. Architecture In Helsinki em Londres, tocando no Scala. Diretamente de Melbourne, Austrália. Sabe da maior? Os ingressos estavam esgotados. E eu não tinha ingresso. Pensei que seria impossível um show desses esgotar. Pensei errado. O jeito foi batalhar na porta. No meio dos cambistas mau encarados (gente, por que os cambistas de King's Cross são os PIORES???), achei uma turma de espanhóis com um ingresso sobrando. Pediam o preço original. Moleza. Corri pra fila e logo uns autralianos chegaram na minha. Eram dois, o Francis e a Lisa. Estavam dando risada de ver o AIH lotar um lugar para mil pessoas em Londres, sendo que na Austrália a banda não enche nem um pub com cinquenta negos, segundo eles. Pra você ver, Londres não brinca com o roque.

Quem ficou com a obrigação de abrir a noite foi o Absentee, comentado aqui na coluna há duas semanas. Não sei de onde eles são, mas o show foi bem legal, eles soam tão bons ao vivo quanto em estúdio. Eita som charmoso, o deles. Rock-pop de ótima qualidade, remetendo a Nick Cave e Leonard Cohen. Como show de abertura, valeu mais do que a pena.

Lá pelas dez da noite, o coletivo Architecture In Helsinki toma conta do palco. Oh, que coisa mais fofa. Eram muitos deles! Uns nove. Ou dez. Iniciaram com o hit 'It's 5' pra delírio do público presente, que dançava e pulava feito criança feliz. Gente, eu estava num show do Architecture In Helsinki! A ficha caiu só nessa hora.

Se você está morrendo de curiosidade, então leia: sim, eles tocam tudo ao vivo, perfeitamente como no álbum. Nem um barulhinho a mais, nem a menos. Álbum? Que álbum? Ah, sim. O AIH lançou um dos cds mais fofinhos desse ano, chamado 'In Case We Die'. E esse show cobriu praticamente esse disco inteiro, e ainda mais números.

O que mais ficou legal ao vivo foi a desenvoltura das músicas. Elas mudam a todo momento, com a banda toda alternando nos vocais, assim como nos instrumentos. Aliás, o que não faltou foram instrumentos de metais, pra minha alegria. E aquelas paradinhas nas músicas? Ohh, soberbas. Só para em seguida os saxophones, trompetes e trombones explodirem. Arrepiou.

A música que eu mais queria ver era 'Wishbone', e foi tocada com empolgação, recebida pelo público com maior empolgação ainda. Ai, aquela vocalista quase meio gordinha, ela era uma graça cantando. Essa música é uma graça, aliás. Dois minutos do mais puro twee-pop. Eu tava felizão.

Mais fofo que as músicas, só mesmo a postura da banda no palco. Eles dançavam e corriam e pulavam e sorriam, parecendo crianças em dia de gincana na escola. Adorei. Essa banda é pura felicidade. Alto astral. Inocência.

O lugar quase veio abaixo com o novo single, a maravilhosa 'Do The Whirlwind'. Esse é o cartao de visita da banda, mas foi tocado mais pro final. Todo mundo dançando feito nerd. Não tem outro jeito de dançar Architecture In Helsinki. Vocês sabem como os nerds dançam? Balançam os ombros e os braços de forma desengonçada e discreta, sempre tomando cuidado para os óculos não cairem, e com um sorriso besta estampado na cara.

Sem perder o entusiasmo, saíram do palco e retornaram para um biz. Depois de mais ou menos uma hora e meia, fim de show. Eram pouco mais de 23hs, hora de criança voltar pra casa. Foi o que fiz. Só sei de uma coisa, quem não gosta de Architecture In Helsinki, boa pessoa não é.

*** *** ***

2005

Tá chegando o final do ano e por isso seguem mais resenhas dos discos legais lançados em 2005 (as colunas anteriores vem sendo praticamente só isso).

Acho que ouvi uns 150 álbuns novos esse ano, mas só curti uns 100... Lá pra dezembro farei um ranking dos melhores. E dos piores também. Por hora, tente baixar esses daqui, ó:

THE CLIENTELE -- "Strange Geometry"
Mais um álbum do Clientele. O terceiro, sem contar os Eps. O que dizer sobre essa banda? Por mais que você esteja animado, por mais que você esteja de bem com você mesmo na vida, sempre quando ouvir um álbum do Clientele, uma melancolia tomará conta da sua alma. Pelo menos é isso que acontece comigo. E eu não sei explicar o porquê. Nesse novo trabalho, o compasso das canções está um pouco mais rápido, são dez nuggets pop esbanjando nobreza. Porém, a voz do vocalista Alasdair MacLean, sim, aquela voz, não da ponto sem nó: estraçalha sua alma. E as guitarras? Baixas, elas mal existem. Entretanto, a cada acorde tocado, é uma lágrima que cai. O grupo é baseado no norte de Londres, mais precisamente no bairro de Finsbury Park, que por sinal é pertinho da minha casa. Eles estão sempre tocando nos pubs locais. No entanto, eu nunca os vi ao vivo. Que pecado.

DO ME BAD THINGS -- "Yes"
Em 2005 vale de tudo pra ser original. É a corrida das bandas para tentar soar o menos datado possível. E o que temos aqui é o seguinte: riffs pesados, R'n'B contemporâneo, metais e pianos jazzisticos, uma colherada de breguisse e uma pitadinha indie. Eis a receita dos britânicos Do Me Bad Things, tudo se encaixando no seu devido lugar, dando forma a uma sonoridade espalhafatosamente colossal. É brega. Poderia facilmente ser número 1 nas radios cock… ooops… digo, rock, de São Paulo. Mas eu gosto. Guilty pleasure, y'know. Fora que Do Me Bad Things ganha no quesito 'melhor nome de banda de 2005'. Me empolgo muito com essas faixas aqui, ó: 'Liv Ullman On Drums', 'The Song Rides', 'Molly's Wood', 'Off The Hook' e 'What's Hideous'. Se empolgue você também.

WE ARE SCIENTISTS -- "With Love and Squalor"
Seguindo a linha art-rock que vem predominando nesses dois últimos anos, com uma envergadinha para o indie-rock, o trio We Are Scientists aparece na cena com esse fantástico álbum de estréia, mandando ver doze petardos pra lá de robustos, e nenhuma balada. É porrada atrás de porrada. Sinceramente, eu não dava nada pra eles, pensando que fosse mais uma banda tentando pegar a rabeira do Franz Ferdinand ou Interpol. Mas me surpreendi. Esse disco é bem feito. Puta banda boa, essa. Ouça essas faixas no volume máximo e você possivelmente concordará comigo: 'Nobody Move, Nobody Get Hurt', 'This Scene Is Dead', 'Cash Cow', 'Worth The Wait' e 'The Great Escape'.

TELEPOPMUSIK -- "Angel Milk"
Lembra do trip-hop? Aquele estilo sereno que predominou no final dos anos 90 na música eletrônica, mas que foi evaporando aos poucos, nessa nova década? Pois é, esquecida, porém não morta, eis que o Telepopmuzik lança um álbum repleto das mais suaves e tocandes melodias trip-hop, em pleno 2005. Mas quando uma coisa é bem feita, como é o caso desse 'Angel Milk', a última coisa que ficará é datada. Pelo contrário, esse segundo trabalho do trio francês é um passeio por musicais dos anos 20, atualizado para esse mundo moderno de hoje, cheio de batidas penetrantes e os vocais-sussurros mais afetuosos desses tempos. Quinze canções que jorram ternura para nosso interior. São três vocalistas convidados, sendo que um deles, a Angela McCluskey, possui uma voz deliciosamente rouca e gentil, soando o cruzamento ideal entre as musas Beth Gibbons (Portishead) e Roisin Murphy (Moloko). A moça canta em quatro faixas nesse álbum: 'Don't Look Back', 'Love's Almighty', 'Brighton Beach' e 'Nothing's Burning'. Ainda, o resto do cd não fica nem um pouco atrás. Deite na sua cama e confira. E boa viajem.

SIGUR ROS -- "TAKK"
O quarteto glacial Sigur Ros retorna com mais uma formidável obra. Ainda que não tão forte e poderoso como os dois trabalhos anteriores, "Takk" tem tudo que você espera do Sigur Ros: arranjos sonhadores, orquestras ricas, aquela voz sensível e climas lustrosos. Mesmo com tudo isso, algumas músicas estão levemente com um formato mais pop, o que deixa esse álbum um pouco mais distinto. O disco foi gravado na Islândia, terra natal da banda. Enfim, ouça "Takk" e deixe as músicas preencherem seu coração, como ja é de praxe acontecer quando se ouve Sigur Ros.

*** *** ***





COLUNAS ANTERIORES:
http://bestmusic2004.blogspot.com/

MARCIO CUSTODIO
marcio_custodio1980@yahoo.com.br





***

 

coluna 10 de novembro

Ae. Coluna recheadissima. Dae.

Quem viu Jools Holland na ultima sexta? Eu. Pois eh, teve Maximo Park, mas foram completamente ignorados no programa. Pena. Quem se deu bem foi Robbie Willians. Sim, voce nao leu errado. No final, ele emendeou seu numero cantando num ritmo comedia as linhas ‘I bet that you look good on the dancefloor, dancing to electro-pop like a robot from 1984, from 1984!’. Roubou o show. Eu gosto de Robbie Willians. Sim, gosto. Ele eh engracado. Sabe entreter. Deveria desistir da carreira de pop-singer e tentar ser comediante. Eu to na torcida.

Falando em Jools Holland, semana retrasada comentei sobre o novo DVD da serie Cool Britannia, lancado a pouco aqui na Inglaterra.

Nos extras, tem uma entrevista com Morrissey, entre outras coisas. Jools sentado ao piano com Mozza, perguntou como era Los Angeles, a cidade onde o ex-Smiths reside atualmente. Naturalmente, com seu humor nao-humor, Mozza respondeu: ‘It’s very pleasant city, as long as you don’t meet people’.

Impagavel esse momento.


*** *** ***

UNCUT: best of 2005


A atual edicao da revista britanica Uncut vem com David Bowie na capa, numa reportagem sobre o filme ‘The Man Who Fell To Earth’, no qual Bowie atua. Mas por incrivel que pareca o melhor da revista nao eh isso, e sim a classificacao dos 50 melhores albuns de 2005. Ainda vem um cd ‘Best Of 2005’ que realmente vale a pena.

Achei bacana os discos que eles elejeram, mas na boa, acho que quando chega final do ano e as revistas especializadas em musica comecam a se preparar para escolher os melhores albuns, com certeza deve rolar um ‘jaba’ das gravadoras. Por exemplo, a Uncut resenhou diversos outros discos no decorrer desse ano e deu ‘cinco estrelas’ para uma serie deles, mas muitos nao aparecem aqui. O que aparece sao as coisas mais obvias: Franz Ferdinand, White Stripes, Arcade Fire, Kanye West, Gorillaz, LCD Soundsystem e por ai vai. Alem disso nao entendi o que Rolling Stones, Bob Dylan, Neil Young, Bruce Springteen, John Cale, Robert Plant e Paul Weller estao fazendo na lista. Estamos em 2005 mesmo ou voltamos no tempo?? Tirando isso, esta ok. Indo do ultimo para o primeiro, confira a lista na integra:

50. M.I.A. - Arular
49. Richard Hawley - Coles Corner
48. Boards of Canada - The Campfire Headphase
47. CocoRosie - Noah's Ark
46. Paul Weller - As is now
45. Kaiser Chiefs - Employment
44. Kraftwerk - Minimum Maximum
43. Smog - A River ain't Too Much to Love
42. Richmond Fontaine - The Fitzgerald
41. Robert Plant - Mighty Rearranger
40. Vic Chesnutt - Ghetto Bells
39. The Go-Betweens - Oceans apart
38. Hal - Hal
37. Beck - Guero
36. The Pernice Brothers - Discover a lovelier you
35. Vitalic - OK Cowboy
34. Bright Eyes - I'm Wide Awake it's Morning
33. Espers - Espers
32. John Cale - blackAcetate
31. The Magic Numbers - The Magic Numbers
30. Big Star - In Space
29. Josh Rouse - Nashville
28. Brendan Benson - The Alternative to Love
27. Bruce Springsteen - Devils & Dust
26. My Morning Jacket - Z
25. Gorillaz - Demon Days
24. Animal Collective - Feels
23. Richard Thompson - Front Parlour Ballads
22. Antony & the Johnsons - I am a Bird Now
21. Lightning Bolt - Hypermagic Mountain
20. Elbow - Leaders of the Free World
19. Ariel Pink's Haunted Graffiti - Worn Copy
18. Dungen - Ta Det Lugnt
17. Neil Young - Prairie Wind
16. Annie - Anniemal
15. Ryan Adams & the Cardinals - Cold Roses
14. Kanye West - Late Registration
13. Devendra Banhart - Cripple Crow
12. Super Furry Animals - Love Kraft
11. Ry Cooder - Chavez Ravine
10. Rufus Wainwright - Want Two
09. Franz Ferdinand - You Could Have It So Much Better
08. The White Stripes - Get Behind me Satan
07. LCD Soundsystem - LCD Soundsystem
06. The Rolling Stones - A Bigger Bang
05. The National - Alligator
04. Black Mountain - Black Mountain
03. Bob Dylan - No Direction Home: Bootleg Series vol. 7
02. Sufjan Stevens - Illinois
01. Arcade Fire - Funeral


P.s.: Curioso que eu comprei o cd do Arcade Fire em outubro de 2004 e ele foi eleito o melhor de 2005 na Uncut. Never Mind.

*** *** ***

MELHORES 2005, o meu veredicto continua…

HOT HOT HEAT - “Elevator”
O quarteto canadense pop-indie Hot Hot Heat voltou em 2005 com seu segundo album completo. Quando surgiu em 2003 com o excelente ‘Make Up The Breakdown’, parecia uma revolucao. Sentimos um frescor, nos empolgamos, dancamos ‘Bandages’ ateh nao poder mais, mas depois a banda foi… murchando. E ai os Franz dominaram. Para voce ver como eh a vida, o primeiro show do Franz Ferdinand que eu vi aqui em Londres foi ABRINDO para o Hot Hot Heat. Hoje a coisa seria o inverso. Never mind. Em ‘Elevator’, os canadenses ainda sao responsaveis por uma pegada pop unica que, mesmo sem a sustancia do primeiro lp, ainda sim nos faz dancar e pular e curtir. ‘Middle Of Nowhere’ eh sem duvida um dos melhores singles desse ano. E ainda meu irmao me diz que, tirando os Long Blondes, eu nao apresentei a ele nenhuma musica pop esse ano. Como ele ousa?

LOW - “The Great Destroyer”
Apesar da sonoridade indiscutivelmente Low, esse oitavo trabalho da dupla americana surpreende pelo pique das cancoes. O que antes era devagar, lento e triste, agora esta um tanto quanto irradiante, com as cancoes numa media de tres minutos de duracao e com compasso uma bocadinho acelerado. Sim, o Low tambem consegue fazer musica pop. Nas primeiras audicoes, eu achei estranho aquelas guitarras barulhentas, mas depois entrei no clima. Parece que todo disco bom comigo eh assim. Se eu gosto de algo logo de cara, eh porque certamente isso nao vai durar. Bom sao aquelas obras que te cospem na cara nos primeiros encontros, mas que depois pedem desculpas, fazem cara de melosos e te abracam. Mas enfim, Low eh Low, dificil eles darem bola fora, entao, mais um classico pra voce.

PICASTRO - “Metal Cares”
Ja que esse ano o Low tirou ferias de suas vagarosas e tristes cancoes, quem tomou o lugar deles foi esse tal de Picastro, do Canada. Liderado pela vocalista Liz Hysen, o conjunto oferece esse otimo segundo trabalho, chamado ‘Metal Cares’, contando com dez numeros repletos de cellos e violinos, originando um folk penetrante e coberto por angustia.

GO-KART MOZART - “Tearing Up The Album Charts”
Go-Kart Mozart eh o projeto solo de Lawrence daquela banda Felt, dos anos 80. Se nao me engano esse eh o Segundo disco que ele lanca solo. Se voce procura por musicas artificiais e simples, mas que ainda sim sao ganchudas e deliciosamente pop, corra atras desse “Tearing Up The Album Charts”. As melodias sao engracadinhas, e soam apropriadas pra fazerem criancinhas nanar. Mas depois de um tempo encaramos que elas nada mais sao que cutie-twee-songs elevadas a categoria maxima. A producao eh simploria e da a impressao que as gravacoes foram feitas na cama de Lawrence, num tascan podre, com uma bateria eletronica fajuta, um teclado de brinquedo e efeitos de video-games. Musica indie pra criancas de 6 anos. Adoro.

BIG BOSS MAN - “Winner”
O Big Boss Man eh um grupo de Londres composto por uns caras chegados numa trip mod, e esse eh o segundo album que lancam. Saiu pelo traditional selo ingles Blow Up. Se voce curte dancar ao som de orgao Hammond, esse eh pra voce. A pedida aqui eh Acid Jazz, Boogaloo, Moog e Funk, passando por Latin-Beats e French-Lounge. A primeira faixa ‘Kelvin Stardust’ ja mostra logo pra que vieram. O disco alterna entre faixas instrumentais e com vocais. Coloque sua melhor vestimenta mod, pegue sua vespa e caia na balada com esse som. Eles tem o funk, se eh que voce me entende.

MY MORNING JACKET - “Z”
Quem diria que a voz astral de Jim James estaria ainda mais astral nesse quarto classico do My Morning Jacket. Um falsetto, ateh. Entretanto, nao ha sinais daquela atmosfera country-corvo-morto, dos dois primeiros albuns. Aqui a banda da continuidade ao trabalho anterior, com alguns numeros mais up-beats e rock’zinhos maneiros, tudo sob camadas etereas e epicas e trevas. Tem ateh uma tentativa de reggae, como mostra o single ‘Off The Record’. Nao, Nao, Nao. O My Morning Jacket nao brinca com o rock e ‘Z’ eh mais uma excelente obra desse combo americano.

BELL ORCHESTRE - “Recording a Tape The Colour of The Light”
A musica do Bell Orquestre eh sonhadora. Flutuante. Voadora. Uma trilha sonora para um sonho estranho, onde pouco acontece e voce esta metade adormecido metade acordado, e a musica permeia tanto o lado de la quanto o de ca. Orquestrada, extrema, pura, serena. A banda, de Montreal, Canada, eh formada por dois ex integrantes do Arcade Fire, Richard Reed Parry and Sarah Neufeld. Se nao me falhe a mamoria, esse eh o primeiro trabalho deles. Recomendo para os do lado de la, e tambem os de ca.



*** *** ***

Dica de video
Em tempos de revolta racial na Franca, se vc ainda nao assistiu corra ja e alugue ‘La Haine’ (‘O Odio’ em portugues) para entender melhor as razoes do conflito na sociedade francesa. Estrelado por Vincent Cassel e digirido por Mathieu Kassovitz em 1995, o filme retrata a revolta de jovens filhos de imigrantes confinados a um universo de crimes e violencia em tower blocks na periferia de Paris. Casado c/ a belissima Monica Belucci e c/ fama de tough boy, Cassel eh na verdade um ator carismatico e responsavel por performances vigorosas e marcantes. Nos ultimo anos seu talento foi reconhecido por Hollywood e ele comecou a co-estrelar produces inglesas e americanas, mas eh nas produces francesas que Vincent rouba a cena. O filme pode ser encountrado nas prateleiras das boas lojas do ramo (HMV, Virgin, Fopp) ou na sua locadora alternativa preferida (a minha predileta eh a de Chanel Films ao lado do Sainbury’s de Camden Town). Alguns outros titulos estrelados por Cassel que valem a pena conferir: Irreversible (de 2002, puta, esse eh HARD), Sur mes lèvres (2001), Doberman (1997), L’Apartment (1996) e o hilario ‘Come mi Vuoi’(1996)

*** *** ***

BURN IT: musicas da semana. Download nelas!

MONTT MARDIE - “Highschool Drama”:
Em chats on-line com meu irmao por madrugadas afora, ficamos um mostrando musica pro outro. Nerd nao tem outra opcao. Esses dias eu mandei Babyshambles e ele respondeu: classico. Em seguida ele tirou da manga esse tal de Montt Mardie e me mandou, e eu respondi: classico. Nao conheco nada dessa banda, mas vou te falar, puta musica linda. Disparado a musica mais afetada desse ano. Precisava ser TAO gay? Claro. Pois eh, jamais vou desistir de encontrar o proximo Orlando. Oh, mundo cruel. >>> Pesquisarei sobre esse combo e semana que vem falo mais.

THE TAMBORINES - “Be Around”: Oh, que grata surpresa dos Tamborines. Ha momentos na vida que todos nos precisamos de um tempo para nos recolocar, e foi justamente isso que o Tambonires fez. Oriundos de Maringa, Brasil, a banda deu um tempo, reorganizou as ideas e agora esta baseada em Londres. Liderado pelo mestre Henrique, o trio lancou algumas demos pela internet recentemente e foi ai que “Be Around” caiu em meus ouvidos. Com menos de dois minutos, a faixa eh uma gema psicodelica que nao fica devendo nada para grupos como The Superimposers ou The Orgone Box. Majestosamente simples. Os vocais sao baixos, dando aquele charme shoegazer. Sabe aquelas bandas que soam sixtie mas sao mais legais que as bandas sixtie? Entao, o Tamborines eh uma delas. Amei. Quer ouvir? Toma: http://www.myspace.com/thetamborines

JESSIE DIAMOND AND THE THOUSAND - “Take Me”: Deus do ceu, upa lele. Que tesao de musica. Que folego que tem essa tal de Jessie! Vozeirao. Parece um dragao. Jessie Diamond And The Thousand eh a banda do namorado de uma amiga minha, ele eh o baixista ‘sweet-look’. Esse quarteto eh baseado em Nova Iorque e ainda esta dando duro no circuito underground da cidade, tocando em botecos e muquifos pra la e pra ca. Mas gravaram umas demos, colocaram no site MySpace.com e eh la que encontramos essa maravilha apimentada de sabor 50’s. Da uma orelhada e voce nao vai se arrepender.
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=5522971&Mytoken=14AC3C2B-A0F8-6F48-73BD102B47E633CE8735131

www.jessiediamond.com

GUILLEMOTS - “Train To Brazil”: Assisti essa banda abrindo para o The Tears recentemente. E agora estao em alta rotacao na MTV2 com o clip dessa musica, ‘Train To Brazil’. Meio Flaming Lips, Mercury Rev, mais comedia, menos tristeza, com metais e pianos. Achei legal. www.guillemots.com/

JOHN HOWARD - “Silent Madness”:
Confesso que as vezes meu pique com musica se enfrequence. Ando chatao e borococho ultimamente. Nao gosto de muitas bandas novas e falta-me paciencia para cavar as velharias. Mas de repente cai o meu destino esse tal de John Howard e recebo novamente um sopro de motivacao para seguir em frente. Eu ja comentei de John Howard aqui na coluna e ja expressei o tanto que a musica dele me tocou nos ultimos meses, desde que trombei com uma apresentacao ao vivo dele. Essa faixa, presente no album ’The Dangerous Hours’ (2004) espelha toda a beleza da obra recente de Howard. Eh cafona. Mas eh lindo. Ou talvez eu esteja ficando cafona mesmo. Ouvir as linhas “save my heart from hopelessness, allow de faith I don’t possess” eh um conforto pra mim. De Magic Numbers a The Tears, John Howard foi a coisa mais linda que ouvi esse ano. www.kidinabigworld.co.uk


*** *** ***

COLUNAS ANTERIORES:
http://bestmusic2004.blogspot.com/

MARCIO CUSTODIO
marcio_custodio1980@yahoo.com.br





***

 

coluna 03 de novembro

Pete Doherty escreve um manifesto para o seu amado time de futebol

Isso mesmo. O mad-man publicou no jornal inglês The Guardian uma declaração de amor ao seu time do coração, o Queens Park Rangers, de Londres. O time é da segunda divisão do campeonato inglês e é mais ou menos do mesmo porte do Juventus da Rua Javari de Mooca, Sao Paulo.

O texto saiu semana passada. Leia os comentários dele sobre futebol e você verá que Pete Doherty é O CARA!!

"Imagine uma relação na qual você se dá mal mas que você segura por anos: Isso é o que é torcer para um time de futebol. Sua lealdade para um time nunca morre. Os laços são muito mais fortes do que estar com uma mulher. Se ela vai e dorme com seu melhor amigo, a relação já era. Se o Ian Holloway, presidente dos Rangers, dorme com seu melhor amigo, os Rangers ainda sim seriam meu time. Mesmo que muitas das melhores coisas sobre ir a um estádio já se foram – arquibancadas sem assentos, camisetas de times sem patrocinadores e poder fumar no campo - você mesmo assim fica com seu time."

"Quando era um garoto, eu não imaginava nada a não ser ir ou morar na Ellerslie Road ou no White City Estate, perto da Loftus Road, onde os Rangers jogam [uma espécie de rua Javari dos Juventus]. Só pra você ver quão importante são os Rangers para a minha existência. Eu costumava escrever um fanzine sobre os Rangers, 'All Quiet On The Western Avenue'. Eu sempre era levado para diferentes lugares [Pete tinha pais que mudavam constantemente de casas e cidades], então havia uma falta de raiz na minha vida, mas o time me deu uma identidade. Jogar futebol faziam as pessoas ficarem juntas."

"Minhas memórias mais afetuosas envolvem coisas que aconteceram no gramado. No verão, eu pulava o muro do estádio na Loftus Road quando estava vazio e sentava atrás do gol com uma caneta, um caderno e um baseado. Uma vez, minha namorada e eu entramos no vestiário e eu roubei um par de shorts. Aquele foi o momento mais romântico da minha vida, dar uns amassos na minha mina no vestiário dos Rangers!!"

"Minha música é um numero de ska. A letra é assim: I'll be, I'll be there/And just before I hit the bar/With the ghost of Rodney Marsh in his pre-smug pundit days/ Before he sold Rangers down the Swanee/With Gerry Francis's offshore money/ It's a toss-up between Mick Jones/And a consortium from the Middle Eastern equivalent of Barrett Homes /I'll be, I'll be there/With blue and white ticker tape in my hair/Up the Rs/Up the Rs/Up the Rs/What a life on Mars".

"Estou um pouco desapontado por eu não ter sido chamado pra compor o hino do Queens Park Rangers. Estou fazendo de tudo por eles. Eu tenho uma foto da minha musa [Kate Moss] com a camiseta dos Rangers no encarte do disco dos Babyshambles, 'Down In Albion'. Isso sim é fantasia."
___


* Olha só, mesmo depois de dois anos morando aqui na Inglaterra, ainda não tinha escolhido um time de futebol pra torcer. Sei lá. Acho os times daqui meio 'sem vida', as torcidas não são de nada. Talvez porque eu não seja inglês. Claro que é isso. Mas depois dessa do Pete, meu time aqui será o Queens Park Rangers. Hehe… Sempre tive a curiosidade de saber como era torcer para um time pequeno de segunda divisão e agora vou poder sentir o gostinho. Depois falo como é. A desgraça que deve ser. Mas como o Pete disse, temos que ser leais!

* Pete tem realmente bom gosto nessa vida. Assim como eu, odeia patrocinadores em camisetas de time e prefere uma arquibancada zoneada do que numeradas. Eh por isso que eu digo, esse tem futuro…

* Só pra sua informação, os Rangers estão em sétimo lugar na segunda divisão do campeonato Inglês. Avante, Rangers!!! Avante!!

* Pelo menos meu Coringão ta liderando o Brasileiro! ;-)

*** *** ***

Continuo com algumas resenhas de discos lancados em 2005. So tem fileh.

A NORTHEN CHORUS - “Bitter Hands Resign”

A banda americana A Northern Chorus lanca seu terceiro long-play, contendo oito majestosas e longas faixas, soando o cruzamento perfeito entre Sigur Ros e Coldplay. Exatamente. A instrumentacao eh exuberantemente lenta, se arrasta aos poucos, e muitas vezes duela com um vocal a la Chris Martin. Gostei bastante. Quem disse que o post-rock tambem nao pode ser meloso?!

ABSENTEE - “Donkey Stock EP”Mais uma bela supresa do selo Memephies Industries, casa do The Go! Team e Pipettes, entre outros. O Absentee lancou em julho esse EP com seis cancoes apropriadas para quando voce estiver degustando aquele seu vinho barato numa sexta de madrugada. Soa urbano e pastoral ao mesmo tempo. Emula a Leonard Cohen, Eels e Smog. Parece que sao os pais dos membros do Magic Numbers tocando. Falando neles, Romeo, vocalista dos M’Numbers, toca baixo aqui em cinco faixas. Absentee eh charmoso e cool.

GRAVY TRAIN!!!! - “Are You Wigglin?”
Esse eh o novo album do quarteto americano Gravy Train!!! e nao tenho certeza se eh o segundo ou terceiro da banda, a unica certeza que tenho eh que esse disco, assim como tudo que ja fizeram, eh um atentado contra as pessoas chatas desse mundo. Eh como se eles tivessem com metralhadoras coloridas nas maos e gritassem: pessoas chatas, MORRAM TODAS. Adoro. Isso sim eh uma banda escrachada. Quem os viu ao vivo sabe do que estou falando. Mas ‘Are You Wigglin?’ pode te dar uma ideia. Eh como se fossem os Cramps de plastico. Dois rapazes e duas garotas, visual New Wave dos pes a cabeca, mandam ver um casio-pop maluco, tosco e divertidissimo. Sempre up-beat. Letras sobre bichas, sapatas, sexo, drogas e gente CAUSANDO por ai.

LUCKY PIERRE - “Touchpool”
Ui, que disquinho interessante. Lucky Pierre eh um dos membros do Arab Strap, aqui fazendo barulho sozinho. Esse eh seu segundo album e vem recheado de samples, orquestracoes e climas que nao fariam mal num filme de suspense. “Rotspots From The Crap Map” eh assustadora. “Baby Breeze” eh bela. “Jim Dodge Dines At The Penguin Café” eh caipira. O trabalho soa como o Brian Eno colaborando com Avalanches. Ui, que disquinho interessante.


* Segue a lista completa dos discos legais lancados esse ano:

- ANTONY & THE JOHNSONS -- “I AM A BIRD NOW”
- M83 -- “BEFORE THE DAWN HEALS US”
- DESTROYER -- “YOUR BLUES”
- THE BOY LEAST LIKELY TO -- “THE BEST PARTY EVER”
- LEWIS TAYLOR -- “THE LOST ALBUM”
- BLOC PARTY -- “SILENT ALARM”
- MERCURY REV -- “THE SECRET MIGRATION”
- ISIS -- “PANOPTICON”
- DOMINIK EULBERG -- “FLORA & FAUNA”
- IDLEWILD -- “WARNINGS/PROMISES”
- KAISER CHIEFS -- “EMPLOYMENT”
- BRITISH SEA POWER -- “OPEN SEASON”
- M WARD -- “TRANSISTOR RADIO”
- THE SILENT LEAGUE -- “THE ORQUESTRA, SADLY, HAS REFUSED”
- THE BRAVERY -- “THE BRAVERY”
- THE SUPERIMPOSERS -- “THE SUPERIMPOSERS”
- ADAM GREEN -- “GEMSTONES*”
- TED LEO & THE PHARMACISTS -- “SHAKE THE SHEETS”
- DUNGEN -- "TA DET LUGNT"
- FINT TILLSAMMANS -- "FINT TILLSAMMANS"
- JOSÉ GONZÁLEZ -- "VENEER"
- THE FEATURES -- "EXHIBIT A"
- VHS OR BETA -- "NIGHT ON FIRE"
- TEGAN AND SARA -- "SO JEALOUS"
- SILVER RAY -- "HUMANS"
- ENGINEERS -- "ENGINEERS"
- CUT COPY -- "BRIGHT LIKE NEON LOVE"
- M.I.A. -- "ARULAR"
- JAGA JAZZIST -- "WHAT WE MUST"
- THE TEARS -- "HERE COME THE TEARS"
- THE MAGIC NUMBERS -- "THE MAGIC NUMBERS"
- ARCHITECTURE IN HELSINKI -- "IN CASE WE DIE"
- MAXIMO PARK -- "A CERTAIN TRIGGER"
- THE CRIBS -- "THE NEW FELLAS"
- HAVENOTS -- "NEVER SAY GOODNIGHT"
- THE DECEMBERISTS -- "PICARESQUE"
- LOUIS XIV -- "THE BEST LITTLE SECRETS ARE KEPT"
- THE PONYS -- "CELEBRATION CASTLE"
- OUT HUD -- "LET US NEVER SPEAK OF IT AGAIN"
- FOUR TET -- "EVERYTHING ECSTATIC"
- BOOM BIP -- "BLUE EYED IN THE RED ROOM"
- THE SHORTWAVE SET -- "THE DEBT COLLECTION"
- KEREN ANN -- "NOLITA"
- MAXIMILIAN HECKER -- "LADY SLEEP"
- THE RAVEONETTES -- "PRETTY IN BLACK"
- MARTHA WAINWRIGHT -- "MARTHA WAINWRIGHT"
- CLOR -- "CLOR"
- THE SUBWAYS -- "YOUNG FOR ETERNITY"
- THE RAKES -- "CAPTURE/RELEASE"
- GENTLEMAN REG -- “DARBY & JOAN”
- CIRCULUS -- “THE LICK ON THE TIP OF AN ENVELOPE YET TO BE SENT”
- MARIA TAYLOR -- “11:11”
- BRIGHT EYES -- “DIGITAL ASH IN A DIGITAL URN”
- ROYKSOPP -- “THE UNDERSTANDING”
- COCOROSIE -- “NOAH’S ARK”
- RICHARD HAWLEY -- “COLES CORNER”
- THE ORDINARY BOYS -- “BRASSBOUND”
- FRANZ FERDINAND -- “YOU COULD HAVE IT SO MUCH BETTER”
- SONS AND DAUGHTERS -- “THE REPULSIVE BOX”
- MARC HELLNER -- “MARRIAGES”
- ZZZ -- “THE SOUND OF ZZZ”
- ESPERS -- “ESPERS”
- CLAP YOUR HANDS SAY YEAH -- “CLAP YOUR HANDS SAY YEAH”
- BABYSHAMBLES -- “DOWN IN ALBION”

*** *** ***


BURN IT: musicas da semana! Download nelas!

MORNING RUNNER - “Be All You Want Me To Be”

Essa eh uma nova banda que vem ganhando a luz do hype aos poucos. Acabaram de lancar esse Segundo single e eh uma gema pop nos moldes de Coldplay e James. Brit-rock de melodias sensiveis e refrao vibrante.

WHITE ROSE MOVEMET - “Alsatian”
Segundo single dos post-punkers White Rose Moviment. Mandam ver um post-punk remanescente de Pil e Slits, com guitarras meio industrial. O album de estreia sera lanced logo.

THE CINEMATICS - “Chase”
Outra nova banda que vem ganhando uma base numerosa de fas. Sao de Glasgow e o som eh meio Jeff Buckey, Echo & The Bunnymen e Coldplay. O vocalista tem uma voz afiada, meio aguda, e seu visual com certeza ira cativar garotas por ai. Fique de olhos neles. ‘Chase’ eh seu primeiro single.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?