Tuesday, February 28, 2006

 

coluna 16 de fevereiro

Em duas semanas aqui em São Paulo, senti mais saudade de Londres do que eu senti de São Paulo morando três anos em Londres. If you know what I mean...

Caramba, será que eu nunca vou crescer? Acho que não.

Indie kid at heart. Yes I am.

Amo São Paulo, mas quero minha Londres de volta.

Nhé.

Vamos falar do que interessa. Esse lance de pegar o disco dois ou três meses antes do lançamento nunca foi comigo. Sinceramente, eu não entendo o porquê de tanta ansiedade. Será que o povo não tem mais nada pra ouvir a não ser a três novas canções do Morrissey que vazaram?

Mas, como tudo nesse mundo, existem as exceções. Exatamente. Semana passada não resisti e peguei o álbum do Johnny Boy. Foi uma coisa "é agora ou nunca", já conhecendo o pique da banda. Vai saber se algum dia eu iria me deparar com ele de novo, em mp3 ou em cd à venda...

Já essa semana, em madrugadas longas e quentes e sem vontade de fazer nada a não ser ficar na internet (AKA efeito SP), me deparei com o novo Flaming Lips e o debute do Be Your Own Pet. Agarrei-os com toda força possível. E eles estão aqui, agora, calminhos, tocando no meu Real Player. Não tem capinha, não tem encarte, mas tudo bem. O som é bacana do mesmo jeito. Vou comentar deles, em primeira mão aqui na coluna. Ainda, falo do Destroyer e outras paradas. Se joga, bee.

*** *** ***

THE FLAMING LIPS - "At War With The Mystics"
Caramba. Noite dessas um amigo no msn gritou: "Pára tudo! O novo dos Lábios Flamejantes tá a uma clicada dos seus ouvidos!". Parei, cliquei e baixei. Esse eu tava curioso pra escutar. "Para onde iriam agora?", era a pergunta que martelava meus pensamentos. Deu que "At War With The Mystics", mais do que novo disco dos americanos The Flaming Lips (o cd em si ainda nem foi lançado...), é uma grata coleção de músicas pop do mais alto calibre. Soa complexo e esperançoso, com um início meio comédia. Tentam arranjos engraçadinhos, mas sem cair no lado ordinário da coisa. Se "The Soft Bulletin" soava a mais pura beleza melancólica, e "Yoshimi Battles the Pink Robots" foi uma boa tentativa de sair dessa, aqui a banda praticamente cai de cabeça num clima mais ensolarado, ainda que remetendo de leve aos dois trabalhos anteriores e também outras de suas obras passadas. A faixa de abertura "Yeah Yeah Yeah Song" não me deixa mentir, assim também como a seguinte "Free Radicals". Mestre Wayne Coyne jorrando falsettos na nossa cara, sem nenhum pudor. Que beleza. A partir daí, o tempo fecha um pouquinho, mas nada muito alarmante. Em "The Sound Of Failure / It's Dark... Is It Always This Dark??", com seus robustos sete minutos, há ecos do "The Soft Bulletin", e não desaponta nem um poquinho. No mesmo jeitão é "My Cosmic Autumn Rebellion". O álbum segue em frente, soltando riffs complexos, algum funk e o humor característico da banda. A "Mr. Ambulance Driver" é caso de polícia, de tão boa que é, enquanto que "Pompeii Am Götterdämmerung" tem lá o seu lado épico. O trabalho se dá por terminado com o rock irradiante "Pilot Can at the Queer of God". Que belo strike de Wayne Coyne e seus bichinhos. Como é bom ver que um grupo, mesmo depois de duas décadas de jornada, ainda consegue nos presentear com tamanha sensibilidade e talento como esse "At War With The Mystics". The Flaming Lips: eu tiro o chapéu.


BE YOUR OWN PET – "Be Your Own PET"
Rapaz, eu nem acredito que ainda to ouvindo uma banda dessas. E pior, to adorando. Não adianta, sou indie kid mesmo, e com muito orgulho. O que você queria? Que eu ficasse ouvindo anos 80? Electro? Remixes? Blah! Eu quero é rock, e de preferência com todas suas reciclagens. Tipo o Be Your Own Pet, oriundo dos EUA. Olha só a deles: um bando de moleques de 17 anos que gostam de punk rock mal tocado. E há lugares que eles não podem tocar ao vivo pois o lugar não permite entrada de menores de 18. Claro que não podem tocar outra coisa a não ser punk rock mal tocado. O diferencial é que eles não são dessas bandas que se apresentam na Vila Madalena e são HORROROSAS. O Be Your Own Pet tem punch, talento e flerta com o indie, e ainda conta com a vocalista Jemina, que além de ser linda, tem uma puta voz. A única bola-fora que dão nesse disco de estréia é o fato da não inclusão do primeiro single e melhor música deles, "Damn Damn Leash". Pô, tudo bem, ter semelhanças sonoras ao Yeah Yeah Yeahs pode até ter sido coincidência, mas precisava fazer igual eles e não incluir o primeiro single e melhor música? (No caso do YYYs, to falando do single "Bang!"). Deixa quieto. O disco tem quinze faixas novas que, se não alcançam a beleza de "Damn Damn Leash", pelo menos não fazem feio. Um exemplo disso é "Girls On TV". Dois minutos e trinta segundos de rock´n´roll pra lá de brilhante. Falando nisso, a média de duração das faixas é de dois minutos. Ponto pra eles. Quando as músicas são barulhentas, pra que ficar se arrastando? Tem que ser assim mesmo: pá púm acabou, próximaaa!. E assim o disco consegue fluxo. A música "October, First Account" tem um pegadinha pop, pra sair um pouco da podreira. Já "Ouch" foi outra que ganhou minha simpatia. O Be Your Own Pet lembra aquelas bandas dyke riot girls dos anos 90, e também, claro, remete ao Yeah Yeah Yeahs. E quem é fã de X-Ray Spex, tem grandes chances de gostar. A vocalista Jemina tem fama de vomitar nos shows. Aqui parece que ela vomitou todas as quinze músicas, embrulhou e nos deu de presente. Ela mesmo fala: "não sabia que tinha tanta gente que curtia vômito". Pois é, eu sou um desses. Já virei meu próprio animal de estimação, e você?


DESTROYER – "Rubies"
O Destroyer é o projeto solo de Dan Bejar. Na verdade, seu day-job é o combo The New Pornographers. Mas o rapaz canadense é prolífico. Ano passado, sua banda principal lançou um aclamado trabalho. Ao mesmo tempo ele também se jogou nas lojas via Destroyer, com o belíssimo cd "Your Blues", resenhado aqui na coluna. E agora no comecinho de 2006, o moço ataca novamente, nos oferecendo "Rubies", sexto álbum sob a alcunha Destroyer. No disco anterior as coisas estavam melodramáticas, com baladas a um fio de estraçalhar seu coração. Amei. Aqui, parece que o sucesso com o New Pornographer fez efeito e Dan Bejar parece desfrutar dessa onda: as canções são mais agitadinhas, up-beat e chegam atém a soar uma banda de pop-rock. Sua voz infalível continua brilhando. A influência Bowie fase 70s é inegável. A última faixa, "Sick Priest Learns to Last Forever", parece que foi tirada diretamente do álbum "Aladdin Sane", de Mr. Bowie. "Your Blood " e "European Oils" é a prova de que o pop feito por Destroyer é bem trabalhado, arranjado e esbanja competência. Prato cheio pra quem curte a dupla Bolan&Bowie e coisas mais recentes como os também canadenses The Dears e The Hidden Câmeras. O Canadá sempre nos deu boas bandas, e 2006 parece que não será diferente.


*** *** ***

POP LINK

Essa semana fui convidado especial do programa de radio on-line Pop Link, transmitido pelo site UOL. Meu irmão Gilberto foi comigo.

Pra quem não conhece, o Pop Link, encabeçado por Fernando Kaida, é um programa de música alternativa que já está indo para o seu quinto ano. Desde 2001 trazendo em primeira mão o melhor dos sons underground mundial. Obrigatório. Recentemente, Kaida entrevistou o Guillemots e Maximo Park, só pra citar dois. Hummm, que delícia!

Lembro-me de quando eu morava em SP, a três anos atrás, eu sempre ouvia o Pop Link. Depois que me mudei pra Londres foi mais difícil acompanhar, mas sempre dou minhas orelhadas pra ficar a par das coisas.

http://musica.uol.com.br/radiouol/poplink.jhtm

Nessa edição que participei, escolhi algumas músicas e fiz alguns comentários, assim como meu irmão. O programa vai ao ar nesse sábado (18/02), às 18hs. Não perca.

Esses dias falei que a voz do meu irmão era de mongol. Meu Deus, a minha consegue ser pior.

*** *** ***

IMPLOSÕES DO FOLK

E mais programinhas de rádio. Como de praxe, ta no ar a mais nova edição do podcast Implosões do Folk, conhecido por alguns como o podcast mais legal da internet. Dando continuidade a edição da semana anterior, aqui eles dão uma geral em bandas novas britânicas. Só tem filé. Pra quem não sabe, o Implosões do Folk é apresentado pelo meu irmão Gilberto Custódio, e também pela querida Liz De Munno. Eu ouço sempre. Ouça você também.

www.microfonia.org/

Segue o tracklist:

1. The Projects, "New Fun"- Voice is Glue EP (Track & Field Organization, 2006)
2. The Mystery Jets, "You Can't Fool Me Dennis" - 7" single (679 Recs, 2005)
3. Larrikin Love, "Happy as Annie" - 7" single (Trangressive, 2005)
4. Ladyfuzz, "Oh, Marie" - 7" single (Transgressive, 2005)
5. Comanechi, "Naked" 7" - single (White Heat, 2005)
6. The Kooks, "Sofa Song" - 7" single (Virgin, 2005)
7. The Romance, "Curse Our Love" - Demo (2005)
8. Yeti, "Never Lose Your Sense of Wonder" - 7" single (Moshi Moshi, 2005)
9. Shitdisco, "Disco Blood", 12" Single (Fierce Panda, 2005)
10. The Chalets, "No Style" 7" single (Setanta, 2005)
BG:
Jonathan Richman, "I, Jonathan" (Rounder, 1992)

Destaque para o The Projects (que funk…), The Mystery Jets, The Kooks e Yeti.

*** *** ***

Kaiser Chiefs ganhou três BRITS Awards ontem na Inglaterra. Aqui no Brasil, os Rolling Stones chegam para tocar ao vivo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Enquanto isso, eu faço as malas de volta ao UK. Semana que vem a coluna volta ao normal.

Tô louco pra ouvir a música nova do Guillemots.

Tchau. See you in Tuffnel Park.





***

Thursday, February 16, 2006

 

coluna 09 de fevereiro

Terra Brasílis. Aqui estou eu. Olha só. Essa coluna foi a mais difícil pra escrever EVER. Simplesmente porque eu não raciocino com esse calor. Mas aqui estou, na batalha para arrancar linhas diretas da insanidade do meu cérebro. Tenho que aproveitar que estou fresquinho fresquinho, pois acabei de sair do TERCEIRO banho de hoje. E pensar que na Inglaterra eu fico as vezes três dias sem olhar a cara do chuveiro... hihihihi...

Como eu sou chatinho, né? Lembro de quando comecei a escrever a coluna para o site, cerca de um ano atrás, eu reclamava do frio inglês. Agora aqui estou, derretendo nesse calor de Zâmbia. Quem me viu, quem me vê.

Mas essa é a natureza do ser humano, queridos leitores. Quando estou em Londres eu reclamo de Londres. Quando estou em São Paulo eu reclamo de São Paulo. (nhé). E vai ser assim até o final dos meus dias.

Falando em Terra Brasílis, alguém me explica como é possível passarem filmes de terror em todos os canais 24 horas por dia na TV brasileira. Sim, a TV Brasileira é TERROR TOTAL. Eu tenho muito medo de ligar a TV daqui.

Esses dias minha querida mãezinha tava vendo uns programas e eu entrei de gaiato. Tive pesadelos nas duas noites seguintes. O rádio eu nem me atrevi a ligar. Posso entrar em depressão profunda e ser internado direto num psiquiatra.

Dicas para ser feliz no Brasil: não ligue a TV nem o Rádio. JAMAIS. Os jornais eu ainda leio. A parte de esportes, claro. Li uma ótima entrevista do Zagallo esses dias, inclusive. Vou levar para Londres. Conheço alguns turcos lá que idolatram o Zagallo, "the old man from Brazil", segundo os próprios.

[SÓ UM INSTANTE, VOU TOMAR OUTRO BANHO E JÁ VOLTO]

[BACK]

E ontem eu fui na Nuvem Nove, uma das melhores lojas de discos aqui em SP, e fiquei extremamente magoado. Triste mesmo, sabe?! A pastelaria ao lado da loja não existe mais. Desapareceu. Na verdade, eu costumava freqüentar a Nuvem Nove antes e, confesso, era meio que uma desculpa para comer aqueles pastéis de queijo cheios de gorduras e deliciosos. Mas agora a pastelaria não existe mais. Nem sei se vou voltar a Nuvem Nove. Quer dizer, claro que vou, pois a loja é ótima e os funcionários são melhores ainda. Mas agora toda vez que for lá, vou de barriga cheia já. E o dinheiro dos pastéis vai para os discos.

O resultado dessa minha visita a Nuvem Nove foi que, como de praxe, gastei uma bufunfa. Comprei alguns badulaques, entre eles o tão-falado-oh-meu-Deus-do-ceu-vamo-q-vamo primeiro disco do Cansei de Ser Sexy. 25 pratas, tá valendo. Voltei da Nuvem Nove ouvindo o disco dos caras no talo. Quer dizer, das minas + o cara. Ou melhor, do cara + as minas. E sabe o que? Adorei, claro. Que produção legal, né? E o swing então? Vish, arrasaram. Há um fluxo de idéias ali. Me empolguei, até. Quando cheguei em casa, fui tomar um banho. Saí e, pelado mesmo, já coloquei o cd deles rapidinho. Bem alto, como as batidas pedem. Fiquei ouvindo o álbum por meia hora e daí minha mãe veio me pedir pra buscar minha irmã na escola. Sempre às ordens, claro. Peguei o carro e mais uma vez coloquei o CSS pra bombar. Ar condicionado e CSS no talo. Dá hora. No caminho, parei num farol e tinha um vendedor de suco de laranja. Mesmo depois do banho, eu já tava um pouquinho grudentinho, então resolvi acenar pro tiozinho, e pedir um suco. Ele veio e quando abri o vidro, tava bombando o refrão "Bezzi, eu já peguei o Bezzi". O tio ficou meio intimidado com o volume do som, que claro eu não abaixei quando ele se aproximou. Tirei umas moedas do bolso e comprei o suco geladinho e quando ele tava se afastando do carro, pensei que ele ia perguntar "Você já pegou o Bezzi também???". Mas isso não aconteceu, claro, ficou só na minha imaginação. Depois veio uma faixa chamada "Off The Hook", com a vocalista mandando um inglês meio de sotaque americano. Curti. Eu adoro sotaque americano. Esse negócio de brasas quererem falar inglês em sotaque inglês é coisa de mané. Sotaque americano é muito mais fácil e muito mais sexy. Adoro cada r puxadinho que os americanos têm. E fui ouvindo o cd. Peguei minha irmã e na volta continuei com o CSS. Eles me lembraram o Stereo Total em alguns momentos. Simpatizei com a música "Music is My Hot Sex". Cheguei em casa e ainda ouvi mais um pouco. Mas sabe o que aconteceu? Depois de mais de duas horas ouvindo o disco, não fiquei com nenhuma melodia deles na minha cabeça. E eu não sei se isso é bom ou ruim. Quer dizer, pra mim um refrão explosivo é essencial em qualquer música pop. Mas talvez eles pensem diferente.

Do pouco que ouço de bandas pop brasileiras, o Cansei de Ser Sexy é uma das melhores, mesmo sem nenhum refrão matador. O Brasil pode acolher muito bem eles, acredito. Mas no mercado internacional ela é só mais uma. E eu encaro isso como um elogio. Às vezes essas bandas só-mais-uma-banda acabam se dando muito bem. Veja o caso do Editors na Inglaterra. Inclusive há boatos de que vão assinar contrato com uma gravadora ícone da cena independente americana. E eu torço por eles.

http://www.trama.com.br/portalv2/css/

*** *** ***

Mas então chega de fábulas brasileiras, pois esse site/coluna fala da Swinging London. E o que anda acontecendo por lá, hein? Desce aí...


JOHNNY BOY


Semana passada, no dia que eu estava embarcando para São Paulo, consegui baixar o tão aguardado álbum do Johnny Boy, dupla de Londres formada por Davo e a vocalista Jolly. Fiz um cd-r rápido e trouxe aqui comigo. Eu estava esperando esse disco há mais de um ano. Tomei conhecimento deles em agosto de 2004, com o lançamento do super-hit-single "You Are the Generation That Bought More Shoes and You Get What You Deserve". Caí de amores logo nas primeiras notas que ouvi. Esse tipo de banda aparece uma vez por ano no mundo da música. Qual é a deles? Uma dupla responsável pelas melodias pop mais cativantes desses tempos, tudo isso com uma roupagem Phil-Spector, aliadas a samples, guitarras certeiras, soul music, vocais femininos melodramáticos e muitas idéias criativas indo e vindo. A última coisa mais ou menos semelhante que apareceu foi o The Go! Team.

Esse LP de estréia do Johnny Boy ficou dentro das minhas expectativas, que eram altas. Uma certa vez, eu, cansado de esperar por esse disco e preocupado com o sumiço deles, resolvi mandar um e-mail para a banda, através do site deles. Este escriba disse que fazia uma coluna musical para um guia turístico on-line e que gostaria de saber se eles teriam alguma previsão para o lançamento do disco. Me responderam mais ou menos assim: "Ao invés de você ficar esperando pela gente, porque você não forma uma banda?". Resposta antológica. Fiquei ainda mais apaixonado pela banda. É claro que não formei uma banda e é claro que fiquei ainda mais ansioso pelo lançamento do LP. Eis então que, meses depois, eu acho o dito cujo dando sopa na internet. Vapt Vupt! Direto pro meu HD, baby. O que é estranho é que se você entra no site deles, não há informação nenhuma de quando o disco será de fato lançado. Pelo que vasculhei pela net, fiquei sabendo que a banda assinou um contrato com uma micro-gravadora da Suécia e que o possível primeiro lançamento será por lá. Inclusive a banda quebrou o jejum de shows e tocou recentemente em Estocolmo, onde essa foto foi tirada. Mas parece que estão analisando propostas de gravadoras grandes de todo o mundo. Sei que esse disco que peguei é genuíno pois, quando baixei, o track-list bateu com uma resenha que encontrei por aí. E também o som é totalmente eles. Não há dúvidas.

Aí é que tá. Como eu queimei um cdzinho esperto e trouxe para a viagem, os nomes das músicas estão no meu lap-top em Londres. Tirando a primeira faixa, que é o delicioso single "You Are the Generation That Bought More Shoes and You Get What You Deserve", e a última, chamada "Johnny Boy Theme", eu não sei os títulos do restante das faixas. Mas isso não importa. O que importa, por exemplo, é que a faixa número TRÊS é uma das coisas mais empolgantes que meus ouvidos saborearam esse ano e que a QUATRO não fica atrás, nem um pouquinho. Música pop a todo vapor, com refrão contagiante "to die for" e *aquela* voz da vocalista Jolly. O som é basicamente cheio, poluído sonoramente e cuspindo alto astral para todos os cantos, tudo sob um espírito totalmente pop e acessível.

Um clima ritualístico. A faixa CINCO flerta com o Massive Attack e o resultado é bacana, muito bacana. A SETE e OITO atacam novamente com uma explosão pop de gelar a espinha. Ah, esqueci de dizer, mas o tal super-hit-single que abre o disco foi produzido por James Dean Bradfield, líder dos Manic Street Preachers. Ele é um dos fiéis seguidores do Johnny Boy. O disco é curto o suficiente com um total de dez números, com a linda "Johnny Boy Theme" deixando na gente um gostinho de 'quero muito mais'. Resta saber afinal quando esse clássico instantâneo vai estar nas prateleiras das lojas. Espero que muito em breve. Enquanto isso não acontece, Soulseek já!

www.johnnyboyinc.co.uk

*** *** ***

BELLE AND SEBASTIAN – "The Life Pursuit"
E o conjunto escocês começa o ano de 2006 com cd novo nas lojas do Reino Unido. Mais um álbum do Belle And Sebastian, e mais uma obra impecável. O LP anterior teve produção do maestro tecnopop Trevor Horn e muita gente torceu o nariz. Não no meu caso. Adoro aquele disco. E agora nesse novo trabalho, embora não tenha produção de Horn, sentimos que a banda deu continuidade ao caminho trilhado no anterior. Quem acha o B&S uma banda indie-chata, vai morder a língua ouvindo jóias como "We Are The Sleepyheads". Clima pra cima, a faixa parece que é o Orange Juice em rítmo de carnaval, com um solinho de guitarra que, me desculpem, está emulando muito bem o J. Macis. Já "White Collar Boy" chega logo de cara com uma base electro, para depois cair em puro pop orgânico. Quem diria, hein? Mas não se preocupe, ainda sim soa B&S do jeito que a gente gosta. Também em climinha contagiante é a "Sukie In The Graveyard". Delícia. O primeiro single tirado desse álbum foi "Funny Little Frog", e é linda de morrer. Aqui vemos o quanto a voz de Stuart Murdoch é especial. Ainda há baladas dreamy-folk, que caracterizaram a banda. Pegue "Mornington Crescent", uma música feita em homenagem a estação de metrô mais simpática e vazia de Londres. O Belle And Sebastian está aí há uma década. A cada lançamento, temos a impressão que eles ganham fôlego pra muito mais. Sorte nossa.

*** *** ***

THE MAN WHO CAME TO STAY

Pete Doherty é um homem livre! Yeah! Ele recebeu uma sentença de 12 meses em reabilitação e a meu ver isso foi o melhor que poderia ter acontecido com ele. Se fosse preso, o rapaz arrumaria drogas a cada cinco minutos nas celas. Mas agora tem que se cuidar. Se derrapar e cair pesado nas drogas novamente, ele vai direto pra cadeia. Tomara que Pete tenha consciência. Mas isso é meio difícil.

Há algumas semanas eu comentei que tinha assistido os Babyshambles tocarem "Albion" no programa de TV Jools Holland, e que essa tinha sido a melhor apresentação do programa até hoje. Pois então, agora você pode assistir e constatar que estou certo. Clique no link abaixo, espere carregar e assista os Babyshambles numa apresentação de gala, orgânica, genuína, simples e sensacional. É visível que a banda não ensaia e o que rola ali é uma soberba improvisação. E, claro, um pouco de química, também.

http://www.youtube.com/w/Babyshambles---Albion-(Live-on-Later!-with-Jools-Holland)?v=iczI52gwsZM&search=libertines

Isso é pra demonstrar que o circo de Pete Doherty não é apenas drogas, modelos e polícia. O verdadeiro motivo que gostamos dele é a música e essa apresentação é um bom exemplo disso. Oh, que gaita... Enjoy.

*** *** ***


IMPLOSÕES DO FOLK

A mais nova edição do podcast Implosões do Folk está no ar. Corre pra lá e se delicie com o melhor das novas bandas britânicas. O programa é apresentado pelo meu irmão Gilberto Custódio, junto com sua 'missus' Liz De Munno.

www.microfonia.org/

Confira o set-list:

1. Good Shoes, "Small Town Girl" – CD single (Young & Lost, 2005)
2. Neil's Children, "Stupid Band" – Always the Same 7" (Poptones, 2005)
3. The Young Knives, "Weekends and Bleak Days" – Junky Music Make My Heart
Beat Faster 10" (Transgressive, 2005)
4. ¡Forward, Russia! , "Twelve" – 7" single (Dance to the Radio, 2006)
5. The Subways, "With You" – 7" single (City Pavement/Warner, 2005)
6. Art Brut, "My Little Brother" - Bang Bang Rock & Roll CD (Fierce Panda,
2005)
7. O Fracas, "Zeroes And Ones" – 7" single (Marquis Cha Cha, 2006)
8. The Long Blondes, "Appropriation (By Any Other Name)" – 7" single
(Angular, 2005)

BG: Fiery Furnaces, "EP" (Rough Trade, 2005)

Olha só o que meu irmão solta logo no início do programa: "As bandas britânicas são muito melhores que as americanas, não há nem o que discutir". Nossa, não precisava humilhar, né?


*** *** ***

É isso aí. Eu ia falar das novas faixas do Andrew WK e The Upper Room, e também do novo disco do canadense Destroyer, mas fica pra próxima.

Minhas discotecagens por aqui estão em full-swing. As faixas que causaram maior comoção foram "So Alive" do Ryan Adams e "You Can´t Fool Me Dennis" dos Mystery Jets. Hoje, quinta, tem Milo Garage, aqui em SP. Amanhã na hora do almoço caio para o Rio de Janeiro. E por aí vai. Encontro vocês na balada.

SEE YOU WHEN I SEE YOU.





***

Wednesday, February 08, 2006

 

coluna 02 de fevereiro

E por aqui...

* Vocês sabem o BNP (British National Party)? É o partido racista aqui da Inglaterra, onde seus líderes são arianos puros e fazem saudações nazistas em seus discursos. Deu que o líder do partido afirmou na última edição do jornal The Observer que seu estilo de música preferido é o reggae. E eu pergunto: what's going on??

* Preston, vocalista do Ordinary Boys, virou o mais novo garanhão-gostosão sex-symbol aqui da Inglaterra depois de sua participação do programa Celebrity Big Brother. Ele saiu na capa do tablóide Sunday Mirror, sem camisa, mostrando todas suas tatuagens, e com aquela manchete manjada: "My Story". Fora isso, ele esta na capa de TODAS as revistas de fofocas do UK, tudo devido ao seu quase romance com a loira-aguada-mula Chantelle. Agora o moço vai posar pra revistas do estilo Capricho ou Atrevida por aqui e tocar em programas de TV para meninas de 13 anos. Em paralelo, as vendas dos discos do Ordinary Boys aumentaram DEZ vezes e o single "Boys Will Be Boys" foi relançado e entrou direto no top ten. Ainda, a banda faz no mês de Marco sua maior turnê pelo UK. Bom, com mais de 15 milhões de telespectadores espiando o cara por três semanas direto, o que mais poderíamos fazer? Eu adoro Ordinary Boys >> www.theordinaryboys.co.uk/

* E Pete Doherty está na cadeia. Pois é. Ele foi detido tantas vezes nos últimos meses (semana passada foram duas vezes no mesmo dia) que a polícia resolveu deixar ele preso até o dia de sua sentença, 8 de fevereiro. Parece que dessa vez o rapaz vai rodar. O que será que ele fará se for realmente condenado? Acho que ele se mata na prisão. Oh, que triste fim. Mas ele sempre quis isso anyway...

*** *** *** ***

Essa semana vou dar uma geral nas publicações de músicas que circulam pelo UK, já que muita gente me pergunta como eu fico sabendo de tanta banda boa. Eu adoro ler revistas em papel, acho muito mais legal que ficar na internet. Será que já falei de revistas aqui? Não lembro.

Mas enfim, a Inglaterra é um paraíso para quem gosta de ler sobre música pop, indie e afins, com pelo menos umas dez revistas boas a disposição nas bancas. Haja dinheiro e tempo pra ler tudo. Eu não compro todas todo mês. Dou uma variada, uma filtrada e tal. Mas geralmente as que eu não compro eu acabo dando uma lidinha/folheada em pé mesmo nas bancas, para ódio mortal dos indianos donos dos newsagents. Hehehe.

O lance é não ficar bitolado numa só revista. Sempre variar, e você vai pegar as melhores informações.

Chega de papo furado. Revistas de cultura pop tem AOS MONTES aqui no UK e chegou a hora de você conferir o guia completo (com uma mãozinha do meu irmão Gilberto):

* NME
Podem falar mal a vontade da NME, mas sem ela não teríamos mais da metade das bandas mainstream dos dias de hoje. Bloc Party, Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs, Maximo Park, Arctic Monkeys. Todos eles foram praticamente 'fabricados' pela NME. O semanário inglês continua sendo vital para grupos emergentes aqui na Inglaterra e para o aumento do público de rock alternativo. Tudo bem que os artigos dela não são mais cheios de tanta poesia e blá blá blá, mas estamos na era da internet e a juventude não tem muita paciência com isso. Quem quiser que compre a Mojo ou Uncut. A NME é um tablóide indie: cria cenas, faz fofoca, publicam textos simples e infestados de gírias, zoam com meio mundo, inventa histórias; Mas também empurra as melhores bandas novas. Fora que promove festas e festivais por todo o UK. É uma grande corporação em prol do indie. Já tive fases que não curtia ela, mas desencanei e voltei atrás. Compro toda semana e não tenho vergonha de dizer isso.
www.nme.com

* CLASH
Essa é uma revista bimestral que abriga 90% de música e 10% de moda.
Ela praticamente vai na onda do que ta rolando no momento, colocando na capa bandas como Franz Ferdinand, Babyshambles, Kasabian, Doves, Beck etc. Mas sempre tem uma porrada de matérias e resenhas sobre outros grupos mais desconhecidos. Na edição de janeiro/fevereiro, a revista tá irresistível. A capa é com The Strokes, e há reportagens e entrevistas com: The Long Blondes, The Kooks, Belle And Sebastian, Clap Your Hands Say Yeah, The Magic Numbers, Bloc Party, The Subways, Regina Spektor, Boy Kill Boy, The Infadels, White Rose Movement, The Spinto Band, The Upper Room, The Automatic, The Like, Shitdisco, Tiga, Tortoise… E AINDA MUITO MUITO MAIS. Deus do céu, tem muita coisa. Vale muito a pena comprar. Fora que tem fotos de moda e alguns comentários a respeito, além de vinhetas/news sobre cultura em geral. Nessa mesma edição tem um box falando da favela de Vigário Geral no Rio, relatando as coisas boas que vem acontecendo na favela. Bizarro.
www.clashmagazine.com/

* DISORDER
Revista que flerta com um público jovem, sempre abordando 'as bandas do momento'. O design entrega que eles querem ficar parecendo um fanzine. Há sessões de moda, comportamento e, claro, muita música. Já botaram na capa artistas como The Magic Numbers, Arcade Fire, The Tears, Babyshables, Maximo Park. Recomendo. Eu compro às vezes. A publicação é mensal.
www.disordermagazine.com/

* MOJO
Revista mensal com grande tradição. Dizem que é a melhor revista de música do mundo. Eu comprava todo mês mas enchi o saco e agora compro as vezes. É mais ou menos 50% velharias, 25% nova música, 25% livros, filmes, dvds, shows. Há meses que eles publicam artigos CLÁSSICOS, obrigatório para fãs de música, como por exemplo agora que eles mandam uma puta matéria dos The Kinks, com entrevista com Ray Davies e tudo mais. Suculenta. Fora que a parte de resenhas é de muito bom gosto e a revista sempre vem com um cd legal.
www.mojo4music.com

* UNCUT
Essa é praticamente no mesmo estilo da Mojo. Também aborda em sua maioria os clássicos do rock. Eu nunca vi uma edição que eles não falaram de Bob Dylan. Há sempre artigos essenciais e super bem escritos, assim como na Mojo. Compro quase todo o mês. Ah, e também traz cds interessantes toda edicão.
www.uncut.co.uk

* PLAN B
Vocês conhecem o Everett True? É um lendário jornalista britânico que escreveu para a Melody Maker nos anos 80 e 90, além de outras coisas. Ele também lançou uma biografia sobre os Ramones e está pra lançar uma sobre o Nirvana. Inclusive foi ele que descobriu o grunge, dizem. E dizem também que foi ele que apresentou Courtney Love para Kurt Cobain. Enfim, só estou falando isso porque ele é o editor/dono da revista Plan B. Essa é uma das publicacões que mais gosto, com design lindo e MUITA informação. Ela é bimestral e numa única edição tem mais informações de grupos e cultura underground do que a NME em um ano. Matérias com bandas diversas, comportamento, resenhas de shows, discos, livros, dvds, filmes, quadrinhos e tudo mais. E também seus textos são muito bem escritos e empolgantes. A revista tenta sair da mesmice e sempre aborda as bandas de um jeito diferente. Ano passado quando o Franz lançou disco novo, todas as revistas falaram a mesma coisa da banda. Se você lesse uma, não precisaria ler outra. A Plan B sempre diferente, fez perguntas do tipo: "Quando foi a última vez que você caiu da bicicleta?" As vezes as perguntas são as mais idiotas, mas acaba sendo o diferencial numa matéria. Fora que eu não conheço nenhuma outra revista que coloca Joanna Newson na capa. Compro sempre.
www.planbmag.com/

* THE STOOL PIGEON
Não sei quanto a você, mas eu adoro sentar numa praça ou parque e abrir um grande jornal e ler, em companhia de uma boa brisa e uma Guinnes. E a The Stool Pigeon é isso. Um jornal que faz parecer que voltamos a uma era em que não existia avalanche de informação. As matérias da revista são dedicadas a nova música e cultura no geral. O formato deles é papel jornal mesmo, design estilo jornal antigo, e bem grandão. Gosto disso. Bem melhor que internet, nem se compara. Essa publicação é bimestral e você encontra GRATUITAMENTE nas melhores lojas de discos do UK. O conteúdo sempre é fantástico e extenso. Na edição atual temos artigos com: Maximo Park, The Priscillas, Cat Power, Belle And Sebastian, Mogwai, Noisettes, The Duke Spirit, Broken Social Scene, The Spinto Band e muito mais. For a que a banda da capa é o Liars. Realmente, essa não dá pra deixar passar nenhum número. Eu tenho um monte delas no meu quarto.
www.feedthepigeons.com/

* THE FLY
Aqui na Grã-Bretanha há uma rede de bares chamado Barfly, onde sempre iremos nos deparar com festas e shows de preza. Há Barflys nas maiores cidades aqui da Ilha. O de Londres fica em Camden e é um point indie sagrado. E a revista The Fly nada mais é que um fanzine da casa. E o melhor, é de graça. Sai todo mês, com conteúdo recheado de notícias, matérias e resenhas das novas bandas. E põe nova nisso. O número atual vem com Franz Ferdinand na capa, além de reportagens com We Are Scientists, The Open, Mystery Jets, Boy Kill Boy, Morning Runner, Stellarstar*, Clap Your Hands Say Yeah etc. Ainda, sempre tem o gig-guide, um guia dos shows que vão rolar no UK. Indispensável.
www.the-fly.co.uk/

* COMES WITH A SMILE
Taí uma boa publicação de entrevistas. Dão espaço para bandas underground,basicamente. A revista tem um gosto impecável e sempre vem com um cd trazendo o que tem de melhor na nova música. Enfim, é uma revista pra nerds como eu.
www.comeswithasmile.com

* ARTROCKER
(por Gilberto Custódio)

Essa revista feita em Londres é quinzenal e bota em suas páginas entrevistas, artigos e resenhas de shows e discos de bandas atuais e, preferencialmente, "art rockers". É meio que um fenômeno inglês: começaram 2005 como um zine, formato A3, PB/off-set e terminaram com o dobro de páginas, todas coloridas. A excelente edição de final de ano, número 27, ainda presenteou os leitores com um ótimo CD contendo 20 faixas de boas bandas inglesas atuais, além de um outro zine-brinde de um coletivo chamado Fallout. O próprio Artrocker funciona como um coletivo: além dessa revista, eles ainda organizam semanalmente as quintas uma festa no ótimo Buffalo Bar, além dos editores sempre discotecarem em festas itinerantes pela cidade. Só falta criarem uma gravadora. O puxão de orelha (se é que tenho cacife para tanto), fica por conta de um certo deslumbramento por TODA banda nova... nem tudo que eles recomendam é bom como dizem, cuidado. Sem contar a aparente pretensão de serem uma nova NME... Poupem-me. Mas a leitura garante bons momentos e o melhor: a revista custa somente uma libra e meia nos melhores mail orders ingleses. A edição de janeiro dedicou capa as Long Blondes, uma das melhores das novas bandas inglesas, além de ter uma vocalista que fica linda na foto (e em qualquer capa de revista, hehe).
http://www.artrocker.com/

* NME ORIGINALS
(por Gilberto Custódio)

Acompanhar a NME toda semana é tarefa que só endinheirados e fanáticos pelo novo rock devem fazer. Mas quaisquer fãs dos clássicos deveriam fazer de tudo para conseguir a publicação NME Originals, que costuma sair uma vez ou outra. Em 2005 foram lançadas especiais sobre o Mod, Britpop e 60's Folk. Todas apresentam resenhas, artigos, entrevistas e fotos que foram publicados originalmente nos semanários NME e Melody Maker da época, tudo dividido ano a ano (geralmente pegam um período de dez anos e resgatam o que foi publicado de mais importante nos semanários). São 150 páginas de puro deleite. Vale o preço salgado (seis libras nas bancas da Inglaterra – implore para teu amigo de lá te enviar pelo correio).
http://www.nme.com/originals


* Só lembrando os mais chegados que praticamente todas essas revistas aceitam assinaturas para o Brasil, então não perca tempo e visite já o site delas. Se você for comprar essas revistas nas bancas, você vai pagar um preço ridículo. Mas se assinar, não vai ser tão caro quanto você pensa. Agora quem mora aqui no UK, essas publicações estão praticamente em todas as bancas de jornais, ou 'newsagents', como se fala aqui.

* Não falei da Q pois acho essa revista uma grande merda. Aquilo ali é um emaranhado de clichês, mau gosto e listas horríveis. To fora.

*** *** *** ***

IMPLOSÕES DO FOLK

Não se esqueça de ouvir as Implosões do Folk, o podcast mais legal da internet. Apresentado por meu brother Gilberto Custódio, em parceria com Liz De Munno.

"Novidades e velhos clássicos da música independente do velho e do novo mundo"

http://www.microfonia.org


*** *** *** ***

* Quando você estiver lendo essa coluna, eu já estarei pisando em solo tupiniquim.

* A trilha sonora dessa coluna foi o debute álbum do Johnny Boy . Watch this space for more info.

* FUI.






*

Thursday, February 02, 2006

 

coluna 23 de janeiro

100 GREATEST BRITISH ALBUNS EVER

O semanário NME dessa semana está celebrando os 100 melhores discos britânicos de todos os tempos. Claro, eles também precisam vender o peixe deles. Sempre uma revista de música atual vai dizer que a cena de agora é a melhor dos últimos anos.

Mas o lance é que dessa vez eles estão certos e eu também acho isso. Será que sou só eu ou vocês também acham que os anos 00’s estão mais legais que os 90’s?? Justo eu falando isso. Justo eu que amo Pulp e Suede. Sim, eu realmente acho. A quantidade de bandas boas é absurda. Do mais underground até o mainstream, há dezenas de bons discos surgindo. E 2006 será O ano.

Bom. A lista é ok, mas veja meus comentários lá embaixo....

100. DEREK AND CLIVE – “(LIVE)”
99. PATRICK WOLK – “LYCANTHROPY”
98. ROOTS MANUVA – “RUN COME SAVE ME”
97. LED ZEPPELIN – “LED ZEPPELIN IV”
96. ADAM AND THE ANTS – “KINGS OF THE WILD FRONTER”
95. JULIAN COPE – “JEHOVAHKILL”
94. THE FUTUREHEADS – “THE FUTUREHEADS”
93. BRIAN ENO – “HERE COME THE WARM JETS”
92. OASIS – “(WHAT’S THE STORY) MORNIBG GLORY”
91. THE FALL – “THIS NATION’S SAVING GRACE”
90. SUPERGRASS – “I SHOULD COCO”
89. BLUR – “PARKLIFE”
88. UNDERWORLD – “DUBNOBASSWITMYHEADMAN”
87. SMALL FACES – “OGDEN’S NUT GONE FLAKE”
86. GEORGE HARRISON – “ALL THINGS MUST PASS”
85. ABC – “THE LEXION OF LOVE”
84. REDSKINS – “NEITHER WASHINGTON NOR MOSCOW”
83. WIRE – “PINK FLAG”
82. HAPPY MONDAYS – “PILLS’N’THRILLS AND BELLYACHES”
81. ANTONY & THE JOHNSONS – “I AM BIRD NOW”
80. BLACK SABBATH – “PARANOID”
79. TEENAGE FANCLUB – "BANDWAGONESQUE" (1991)
78. APHEX TWIN – "SELECTED AMBIEN WORKS 85 - 92" (1992)
77. THE BETA BAND – "THE THREE EP'S" (1998)
76. CORNERSHOP – "WHEN I WAS BORN FOR THE 7TH TIME" (1997)
75. TRICKY – "MAXINQUAYE" (1995)
74. PRODIGY – "MUSIC FOR THE JILTED GENERATION" (1994)
73. KAISER CHIEFS – "EMPLOYMENT" (2005)
72. JOY DIVISION – "CLOSER" (1980)
71. BUZZCOCKS – "LOVE BITES" (1978)
70. SPACEMEN 3 – "THE PERFECT PRESCRIPTION" (1987)
69. ROXY MUSIC – "FOR YOUR PLEASURE" (1973)
68. THE PRETTY THINGS – "SF SORROW" (1968)
67. COLDPLAY – "A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD" (2002)
66. ELVIS COSTELLO – "THIS YEAR'S MODEL" (1978)
65. RADIOHEAD- "KID A" (2000)
64. GANG OF FOUR – "ENTERTAINMENT" (1979)
63. DAVID BOWIE – "… ZIGGY STARDUST …" (1972)
62. SAINT ETIENNE – "FOX BASE ALPHA" (1991)
61. ECHO & THE BUNNYMEN – "OCEAN RAIN" (1984)
60. THE HUMAN LEAGUE – "DARE" (1981)
59. THE CLASH – "THE CLASH" (1977)
58. SUEDE – "DOG MAN STAR" (1994)
57. THE CURE – "THE HEAD ON THE DOOR" (1985)
56. PORTISHEAD – "PORTISHEAD" (1994)
55. BLOC PARTY – "SILENT ALARM" (2005)
54. MORRISSEY – "VAUXHALL AND I" (1994)
53. THE ROLLING STONES – "LET IT BLEED" (1969)
52. MADNESS – "ONE STEP BEYOND" (1979)
51. BILLY BRAGG – "TALKING WITH THE TAXMAN…" (1986)
50. THE LA'S – "THE LA'S" – (1991)
49. THE WHO – "MY GENERATION" (1965)
48. ELASTICA – "ELASTICA" (1995)
47. THE LIBERTINES – "THE LIBERTINES" (2004)
46. PULP – "HIS'N'HERS" (1994)
45. THE STREETS – "A GRAND DON'T COME FOR FREE" (2004)
44. JOY DIVISION – "UNKNOWN PLEASURES" (1979)
43. THE ROLLING STONES "EXILE ON MAIN ST" (1972)
42. THE JESUS AND MARY CHAIN – "PSYCHOCANDY" (1985)
41. KATE BUSH – "HOUNDS OF LOVE" (1985)
40. DIZZEE RASCAL – "BOY IN DA CORNER" (2003)
39. RIDE – "NOWHERE" (1990)
38. SPIRITUALIZED – "LADIES AND GENTLEMAN…" (1997)
37. MANIC STREET PREACHERS – "THE HOLY BIBLE" (1994)
36. THE BEATLES – "THE BEATLES" (1968)
35. RADIOHEAD – "OK COMPUTER" (1997)
34. THE JAM – "ALL MOD CONS" (1978)
33. COLDPLAY – "PARACHUTES" (2000)
32. THE ZOMBIES – "ODESSEY AND ORACLE" (1968)
31. MASSIVE ATTACK – "BLUE LINES" (1991)
30. SUEDE – "SUEDE" (1993)
29. LED ZEPPELIN – "LED ZEPPELIN III" (1969)
28. NICK DRAKE – "BRYTER LAYTER" (1970)
27. PJ HARVEY – "DRY" (1992)
26. THE SMITHS – "HATFUL OF HOLLOW" (1984)
25. THE KINKS – "THE VILLAGE GREEN PRESERVATION SOCIETY" (1968)
24. PET SHOP BOYS – "PLEASE" (1986)
23. NEW ORDER – "TECHNIQUE" (1989)
22. SUPER FURRY ANIMALS – "RADIATOR" (1997)
21. MUSE – "ABSOLUTION" (2003)
20. THE BEATLES – "RUBBER SOUL" (1965)
19. THE SMITHS – "STRANGEWAYS, HERE WE COME" (1987)
18. FRANZ FERDINAND – "FRANZ FERDINAND" (2004)
17. THE STREETS – "ORIGINAL PIRATE MATERIAL" (2002)
16. DEXYS MIDNIGHT RUNNERS – "SEARCHING … SOUL REBELS" (1980)
15. PRIMAL SCREAM – "SCREAMADELICA" (1991)
14. DAVID BOWIE – "HUNKY DORY" (1971)
13. THE VERVE – "A NOTHERN SOUL" (1995)
12. THE SPECIALS – "SPECIALS" (1979)
11. RADIOHEAD – "THE BENDS" (1995)
10. THE LIBERTINES – "UP THE BRACKET" (2002)
09. THE BEATLES – "REVOLVER" (1966)
08. THE CLASH – "LONDON CALLING" (1979)
07. PULP – "DIFFERENT CLASS" (1995)
06. BLUR – "MODERN LIFE IS RUBISH" (1993)
05. ARCTIC MONKEYS – "WHATEVER PEOPLE SAY I AM…" (2006)
04. SEX PISTOLS – "NEVER MIND THE BOLLOCS" (1977)
03. OASIS – "DEFINITELY MAYBE" (1994)
02. THE SMITHS – "THE QUEEN IS DEAD" (1986)
01. THE STONE ROSES – "THE STONE ROSES" (1989)

Bem, em todas listas desse tipo há inevitavelmente algo faltando ou algo que bizarramente foi incluído. Temos mais é que desencanar e ir atrás dos álbuns que ainda não temos.

Entretanto, essa lista dá uma bola-fora BRUTAL ao não incluir 1)“Loveless” do My Bloody Valentine e 2)“Non-Stop Erotic Cabaret” do Soft Cell. Na boa, a NME vai me desculpar, mas uma lista dos 100 melhores discos britânicos que não tem esses dois títulos não merece meu respeito. Tolos.

*** *** ***

RESENHAS

ARCTIC MONKEYS – “Whatever People Say I Am, That's What I'm Not”
Bem, tudo o que você precisava saber sobre os Arctic Monkeys você já sabe. Eles estão em todos os jornais, revistas, programas de TV e web-sites do planeta. Então já que você já sabe, vou apenas comentar a música aqui, que afinal é o que importa. Gosto das guitarras deles. Sujas e altas. Fazia muito tempo que o mainstream não tinha guitarras como essas. Gosto da voz do Alex Turner. Gosto do swing que a banda possui. Isso aqui é apenas rock’n’roll, o diferencial é que sentimos INSPIRACÃO fluindo nas músicas. Realmente, os caras se deram bem nessa. Minhas faixas prediletas são muitas, mas fiquem com apenas três: “The View From The Afternoon”, “I Bet You Look Good On The Dancefloor” e “Mardy Bum”. Odiei a capa do cd. Eita coisa horrorosa. Eu nem ia comprar esse disco agora, já que estou indo para o Brasil e pretendia comprar o cd por lá, que é mais barato. Mas quando fiquei sabendo que eles iam ultrapassar o Oasis nos discos mais vendidos na primeira semana, eu TIVE que ajudar os Monkeys a desbancar essa merda de banda. Eu ajudei o Oasis a ser nocauteado nessa e me senti bem com isso.

THE KOOKS – “Inside In/Inside Out”
O que eu mais gosto no jovem quarteto The Kooks é a capacidade deles fazerem boas melodias pop. Percebemos uma certa inexperiência aqui (esse é o primeiro disco deles), mas ainda sim vemos que os moleques têm talento. Eles são mais uma banda que surge na rabeira dos Libertines, mas são uma boa banda, e acredito que ainda podem ser melhores. Esse primeiro trabalho nos oferece 14 faixas, algumas são hits instantâneos, outras nem tanto. Mas como um todo, é um bom disco. Highlights: “Eddie's Gun”, “Sofa Song”, “Ooh La” e “Jackie Big Tits”. Eles não estão recebendo muita atenção da mídia, o que eu acho que é a favor deles no tocante ao segundo álbum. Vamos torcer que sim.

*** *** ***

MINISTROS LÁ, MINISTROS AQUI

No Brasil quando um Ministro se envolve em algum escândalo, é porque o cara se meteu em algum esquema de propina e corrupção da mais suja.

Aqui na Inglaterra, quando um Ministro se envolve em algum escândalo, é porque o cara se meteu na cama com algum rent-boy. Hahaha.

Foi o que aconteceu essa semana aqui em Londres. Mark Oaten, do Partido Liberal Democrata, foi exposto nos tablóides pelo fato de, mesmo casado há treze anos com mulher e duas filhas, ele tinha um romance com um garoto de programa há meses. O mais engraçado é que numa de suas campanhas mais recentes, ele lutava por uma lei que tirasse as prostitutas das ruas. Dias depois de um puta discurso em prol dessa lei, ele aparece nos jornais renunciando por causa de seu escândalo com o rent-boy. E eu digo: MONDO TRASHO!

*** *** ***

RENAISSANCE TOUR

Quem é vivo sempre aparece. Fevereiro é meu mês, literalmente. Eis então que eu mesmo, Marcio Custódio, darei um pulo no Brasil, mais precisamente em São Paulo, minha cidade natal, para averiguar se todos os meus bens e propriedades estão em devida ordem. E no meio disso tudo, farei uma mini-turnê, tocando discos nos lugares mais cool da cidade. Ainda, dou uma esticada e ataco também em Campinas e Rio de Janeiro. Vou mostrar o verdadeiro Funk para a terra do Funk Carioca.

Essa turnê recebe o nome de RENAISSANCE TOUR. Seguem as datas:

FEVEREIRO
03. Sexta-Feira. REVOLUTION (Funhouse)
04. Sábado. ATARI CLUB
05. Domingo. GRIND (A Loca)
08. Quarta-Feira. ULTIMA HORA (Radio Brasil 2000)
09. Quinta-Feira. MILO GARAGE
10. Sexta-Feira. > Rio de Janeiro. INFERNINHO
16. Quinta-Feira. > Campinas. INFORMAL BAR
17. Sexta-Feira. FIM DO MUNDO

É isso aí. Cada lugar um set diferente.

Retro Soul, Cool Indie, Fresh Beats & Xtremely Rock.

Espero te ver por aí.

“Rebuilding bridges is the process”

*** *** ***

IMPLOSÕES DO FOLK

E não é que meu brother agora ataca de podcast? Pois é. Depois de zines, websites, festivais e discotecagens, meu irmão Gilberto Custódio ta com um podcast, chamado Implosões do Folk. Feito em parceria com Liz De Munno, o programa será atualizado semanalmente. Se você acha que eu só falo de bandas obscuras aqui, dá um look então no playlist da segunda edição:

1. Notre-Dame, “Sur Ton Respondeur” – CD single (Quince Japan, 1999)
2. Vacabou, “Life as interference” – Vacabou CD (All Saints, 2005)
3. Tarwater, “Stone” – The Needle Was Travelling CD (Morr Music Germany, 2005)
4. Action Biker, “Perfect Job” – Sandy Edwards 7” (Break & Enter, May 2003)
5. Baxendale, “I Built This City” – 12” single (Kompakt Germany, 2005)
6. Married Monk, “Pretty Lads” – The Belgian Kick CD (Ici d’ailleurs, 2004)
7. Four Tet, “Iron Man” – Everything Comes and Go: A Tribute to Black Sabbath CD (Temporary Residence USA, 2005)

Curtiu? A idéia é tocar novidades e velhos clássicos da música independente do velho e do novo mundo.

http://odeo.com/audio/622402/view

Dê uma ouvida. Recomendo. Só não repare a voz de mongo do meu irmão.

*** *** ***






*

This page is powered by Blogger. Isn't yours?