Wednesday, September 21, 2005
coluna 07 de setembro
Acabei de chegar de um show gratuito do The Go! Team e soh digo uma coisa: meu, essa banda tem o Funk!
A apresentacao aconteceu na HMV Megastore, na Oxford Street, centro de Londres. Foi curta, e embora o comeco tenha sido meio estranho, com som embolado, do meio pro final a banda se acertou bonito e deu pra deixar a gente com gostinho de quero mais. Tocaram ateh musicas novas, uma delas pra la de contagiante e explosiva. E a vocalista Ninja mexe e remexe que eh uma beleza! Ela ‘ganha’ a plateia facil com seu carisma e jeito de dancar.
Se voce nao conhece o The Go! Team, ouca ja o album ‘Thunder, Lightning, Strike’, lancado no ano passado. Foi o disco do ano na minha opiniao. Eh uma explosao de cores, beats e energia. Eh por causa de bandas como essa que eu digo: IN THE NEW MUSIC I TRUST!
*** *** ***
THE SHORTWAVE SET
Ao vivo no Windmill, Brixton, Londres, 03/09/2005
Londres eh a cidade mais cosmopolita do mundo. Fato. E isso influi na vibe da cidade em varios sentidos. Um deles eh a musica. Podem falar o que for, mas de todos os polos conhecidos de bom sons, diga-se Nova Iorque, Detroit, Manchester, Berlin, Glasgow, Estocolmo, Brighton etc, eu ainda acho que Londres eh a cidade mais fertil. E como estou morando e vivenciando a cena daqui, eu super apoio as bandas londrinas, assim mesmo como eu fazia com as paulistas quando eu morava em Sao Paulo.
Quando surge um grupo como o The Shortwave Set, fico me perguntando como nao trombei com eles antes. Tipo, eles sao tao originals e fofos, e fazem musicas tao bonitas, e moram aqui no bairro vizinho do meu. Ainda nao me acostumei com a ideia que na rua ao lado alguem pode estar gravando um disco lindo que vai pegar meu coracao em cheio, assim mesmo como o The Shortwave Set fez. Por que quando ando pelas ruas de Londres eu so vejo pessoas com pressa e gente de diferentes cores e cortes de cabelo e chavs e mulcumanos e putas e rockers e executivos, mas ninguem que possa parecer que faz parte de uma banda que cria musicas tao introspectivas e magicas como o The Shortwave Set.
Embora um pouco avessos a demasiada exposicao publica e shows, no ultimo sabado o trio The Shortwave Set se apresentou ao vivo no Windmill, um pequeno pub indie no sul de Londres. Somente cinco contos de entrada. Com isso, nao pensei duas vezes e fui. Sem medo de ser feliz.
Eram 21h30 quando a banda, acompanhada de mais dois musicos de apoio, subiu ao pequeno palco do Windmill. E assim a viajem comecou. O que mais me atrai no som deles eh que eles compoem cancoes extremamente simples e folk, e ainda sim soam mais atuais do que bastante gente por ai. Ao contratio de muitos, sao inventivos em suas influencias. E isso eh tudo que uma banda precisa ser em 2005.
Quando ouvimos o recem lancado disco de estreia deles, o soberbo ‘The Debt Collection’, a principio caimos numa vibe moderna e supomos que a maioria dos sons foi feito em computador. Ai quando assistimos um show da banda, babamos de supresa com o fato de que quase tudo que tocam ao vivo eh organico e de que so sao cinco pessoas. Eh tao simples e tao cheio de surpresas. Cada barulhinho eh feito na hora. Ateh nos momentos dos samples voce ve um cara da banda rodando o vinil na picape.
Usam instrumentos diversos, com banjo, teclado de brinquedo, teremim, violao, baixo e outros que nem sei o nome. O pequeno palco do Windmill mal comportava a parafernalia toda da banda. Com a dupla girl-boy de vocalistas Ulrike Bjorsne (uma linda garota nativa da Suecia e de visual sixtie) e Andrew Petitti a frente, o show foi um desfile de sussurros e climas intimistas do comeco ao fim, recheado de harmoniosos vocais e melodias doces. Soam como uma perfeita trilha sonora para um filme obscuro frances. Ouca a bela ‘Slingshot’ e voce vai sentir isso.
O hit do grupo ‘Is It Any Wonder’ foi calorosamente recepecionado pelas nao mais de 150 pessoas presentes, e surprendeu pela tamanha fidelidade de que possui ao vivo em relacao a gravacao em estudio. O refrao viscoso a la Saint Etinne fez muita gente balancar a cabeca e cantar junto. As exoticas ‘Roadside’ e ‘Better Than Bad’ deram um toque tradicional folk-escandinavo ao show, enquanto que ‘Head To Fill’, uma das faixas mais bonitas desse ano, inexplicavelmente me deixou triste e melancolico durante seus quatro minutos. Deve ser porque os vocais de Ulrike sao tao sensiveis e consistentes ao mesmo tempo, que dao um contraste singular a cancao. Me senti fragil, talvez por que estava entre melodias frageis.
Ja ‘Figures Of '62’ e ‘Yr Room’ sao o tipo de musicas que sentimos que estao empoeiradas, ficamos com a imagem de que foram compostas num porao escuro com cheiro de mofo, e suas ingenuidades e roupagem retro nos remetem diretamente a decada de 60. A banda mal fala entre as musicas, somente agradecem de forma timida, trocam os instrumentos entre si e comecam um novo numero. Finalizaram o show com a extensa ‘In Your Debt’, fazendo com que o publico pedisse ‘mais uma’. So que a banda nao tinha mais repertorio, deixando o palco sob vastos aplausos. A viajem tinha terminado e depois de mais ou menos uma hora eu voltava a sentir meus pes no chao. Sai de la com a certeza de que o The Shortwave Set eh sem duvida uma das bandas mais preciosas de 2005.
*** *** ***
O HOMEM-MULHER.
E voces viram que o Antony & The Johnsons ganhou o prestigiado Mercury Prize aqui na Inglaterra, com o magico disco ‘I Am Bird Now’?? Nossa, serio, fiquei muito contente com isso. Pois ele merece. O disco, ja resenhado aqui nas colunas anteriores, eh um classico instantaneo. Musicas com o poder pra te levar ao ceu. Esse album esta entre os cinco melhores dessa ano com certeza.
*** *** ***
A opiniao de Ian Brown a cerca do Kasabian
Essa semana a NME traz uma entrevista com o ‘monkey’ Ian Brown e, entre diversas coisas, olha so o que o Ian Brown soltou:
NME: Guitar bands estao fazendo musicas dancantes novamente…
Ian Brown: Eu gosto do Bloc Party, acho o cara um bom vocalista. Gosto da voz dele e de sua atitude. Mas Kasabian… Pra mim eles sao como o Jesus Jones! Eles sao como uma banda tributo as piores baggy-bands. Eh como se eles tivessem assistido todos os video-clips e estao tentando recriar isso. Conheci a banda e eles sao caras legais. E isso eh tudo o que eles sao: caras legais, educados, de classe media. O foda eh que eles ficam tentando se vender como se fossem da classe-operaria do norte, mas nem do norte eles sao, e sim da regiao central!
Soh digo uma coisa: MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!!
Ja que comecei a falar do Kasabian, vamos ateh o final. Outra descolada balada indie aqui de Londres tirou uma com a banda. Dessa vez foi o Stay Beautiful, que colocou nos flyers da festa: ‘O gerenciamento do clube reserva-se no direito de barrar a entrada de chavs e fas de Kasabian’.
Como ja foi dito aqui, diversos clubes indie de Londres vem expressando desgosto pelo Kasabian atraves de flyers e mensagens na internet, ridicularizando a banda e tal. Acho otimo, pois Kasabian eh um lixo, peloamordedeus.
*** *** ***
BURN IT: musicas da semana!
COLDPLAY “Fix U”: O poder do Coldplay aqui eh tao esmagador que as vezes enche o saco. Nesse pais so se fala em Coldplay nos ultimo quatro meses. Ateh revistas de culinaria tem o Chris Martin na capa. Dai minha pouca vontade de ouvir o album novo deles. So me liguei nos singles, e o ultimo, ‘Fix U’, eh legal. Comeca lento e depois fica uma coisa gigantesca. Melhor o clip, que comeca com Chris Martin andando sozinho pelas ruas de Kings Cross e depois do nada entra num estadio lotado com fogos e tudo mais e canta a musica com sua banda para sei la quantas mil pessoas. Eh pra rir ou pra chorar? Mas ‘Fix U’ eh bonita. Gostei.
BLOC PARTY “Two More Years”: Em alta rotacao nas radios e tv daqui de Londres, esse eh o otimo single novo do Bloc Party, onde abracaram completamente uma veia pop e melodica, com espertas harmonias vocais e, como de praxe, riffs de guitarra pra la de astutos. Essa faixa nao esta presente no album ‘Silent Alarm’ e deve ser lancada como single em breve.
*** *** ***
Ai que sono… Essa semana eu durmi umas tres horas por noite… To pregado. See you next week.
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A apresentacao aconteceu na HMV Megastore, na Oxford Street, centro de Londres. Foi curta, e embora o comeco tenha sido meio estranho, com som embolado, do meio pro final a banda se acertou bonito e deu pra deixar a gente com gostinho de quero mais. Tocaram ateh musicas novas, uma delas pra la de contagiante e explosiva. E a vocalista Ninja mexe e remexe que eh uma beleza! Ela ‘ganha’ a plateia facil com seu carisma e jeito de dancar.
Se voce nao conhece o The Go! Team, ouca ja o album ‘Thunder, Lightning, Strike’, lancado no ano passado. Foi o disco do ano na minha opiniao. Eh uma explosao de cores, beats e energia. Eh por causa de bandas como essa que eu digo: IN THE NEW MUSIC I TRUST!
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THE SHORTWAVE SET
Ao vivo no Windmill, Brixton, Londres, 03/09/2005
Londres eh a cidade mais cosmopolita do mundo. Fato. E isso influi na vibe da cidade em varios sentidos. Um deles eh a musica. Podem falar o que for, mas de todos os polos conhecidos de bom sons, diga-se Nova Iorque, Detroit, Manchester, Berlin, Glasgow, Estocolmo, Brighton etc, eu ainda acho que Londres eh a cidade mais fertil. E como estou morando e vivenciando a cena daqui, eu super apoio as bandas londrinas, assim mesmo como eu fazia com as paulistas quando eu morava em Sao Paulo.
Quando surge um grupo como o The Shortwave Set, fico me perguntando como nao trombei com eles antes. Tipo, eles sao tao originals e fofos, e fazem musicas tao bonitas, e moram aqui no bairro vizinho do meu. Ainda nao me acostumei com a ideia que na rua ao lado alguem pode estar gravando um disco lindo que vai pegar meu coracao em cheio, assim mesmo como o The Shortwave Set fez. Por que quando ando pelas ruas de Londres eu so vejo pessoas com pressa e gente de diferentes cores e cortes de cabelo e chavs e mulcumanos e putas e rockers e executivos, mas ninguem que possa parecer que faz parte de uma banda que cria musicas tao introspectivas e magicas como o The Shortwave Set.
Embora um pouco avessos a demasiada exposicao publica e shows, no ultimo sabado o trio The Shortwave Set se apresentou ao vivo no Windmill, um pequeno pub indie no sul de Londres. Somente cinco contos de entrada. Com isso, nao pensei duas vezes e fui. Sem medo de ser feliz.
Eram 21h30 quando a banda, acompanhada de mais dois musicos de apoio, subiu ao pequeno palco do Windmill. E assim a viajem comecou. O que mais me atrai no som deles eh que eles compoem cancoes extremamente simples e folk, e ainda sim soam mais atuais do que bastante gente por ai. Ao contratio de muitos, sao inventivos em suas influencias. E isso eh tudo que uma banda precisa ser em 2005.
Quando ouvimos o recem lancado disco de estreia deles, o soberbo ‘The Debt Collection’, a principio caimos numa vibe moderna e supomos que a maioria dos sons foi feito em computador. Ai quando assistimos um show da banda, babamos de supresa com o fato de que quase tudo que tocam ao vivo eh organico e de que so sao cinco pessoas. Eh tao simples e tao cheio de surpresas. Cada barulhinho eh feito na hora. Ateh nos momentos dos samples voce ve um cara da banda rodando o vinil na picape.
Usam instrumentos diversos, com banjo, teclado de brinquedo, teremim, violao, baixo e outros que nem sei o nome. O pequeno palco do Windmill mal comportava a parafernalia toda da banda. Com a dupla girl-boy de vocalistas Ulrike Bjorsne (uma linda garota nativa da Suecia e de visual sixtie) e Andrew Petitti a frente, o show foi um desfile de sussurros e climas intimistas do comeco ao fim, recheado de harmoniosos vocais e melodias doces. Soam como uma perfeita trilha sonora para um filme obscuro frances. Ouca a bela ‘Slingshot’ e voce vai sentir isso.
O hit do grupo ‘Is It Any Wonder’ foi calorosamente recepecionado pelas nao mais de 150 pessoas presentes, e surprendeu pela tamanha fidelidade de que possui ao vivo em relacao a gravacao em estudio. O refrao viscoso a la Saint Etinne fez muita gente balancar a cabeca e cantar junto. As exoticas ‘Roadside’ e ‘Better Than Bad’ deram um toque tradicional folk-escandinavo ao show, enquanto que ‘Head To Fill’, uma das faixas mais bonitas desse ano, inexplicavelmente me deixou triste e melancolico durante seus quatro minutos. Deve ser porque os vocais de Ulrike sao tao sensiveis e consistentes ao mesmo tempo, que dao um contraste singular a cancao. Me senti fragil, talvez por que estava entre melodias frageis.
Ja ‘Figures Of '62’ e ‘Yr Room’ sao o tipo de musicas que sentimos que estao empoeiradas, ficamos com a imagem de que foram compostas num porao escuro com cheiro de mofo, e suas ingenuidades e roupagem retro nos remetem diretamente a decada de 60. A banda mal fala entre as musicas, somente agradecem de forma timida, trocam os instrumentos entre si e comecam um novo numero. Finalizaram o show com a extensa ‘In Your Debt’, fazendo com que o publico pedisse ‘mais uma’. So que a banda nao tinha mais repertorio, deixando o palco sob vastos aplausos. A viajem tinha terminado e depois de mais ou menos uma hora eu voltava a sentir meus pes no chao. Sai de la com a certeza de que o The Shortwave Set eh sem duvida uma das bandas mais preciosas de 2005.
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O HOMEM-MULHER.
E voces viram que o Antony & The Johnsons ganhou o prestigiado Mercury Prize aqui na Inglaterra, com o magico disco ‘I Am Bird Now’?? Nossa, serio, fiquei muito contente com isso. Pois ele merece. O disco, ja resenhado aqui nas colunas anteriores, eh um classico instantaneo. Musicas com o poder pra te levar ao ceu. Esse album esta entre os cinco melhores dessa ano com certeza.
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A opiniao de Ian Brown a cerca do Kasabian
Essa semana a NME traz uma entrevista com o ‘monkey’ Ian Brown e, entre diversas coisas, olha so o que o Ian Brown soltou:
NME: Guitar bands estao fazendo musicas dancantes novamente…
Ian Brown: Eu gosto do Bloc Party, acho o cara um bom vocalista. Gosto da voz dele e de sua atitude. Mas Kasabian… Pra mim eles sao como o Jesus Jones! Eles sao como uma banda tributo as piores baggy-bands. Eh como se eles tivessem assistido todos os video-clips e estao tentando recriar isso. Conheci a banda e eles sao caras legais. E isso eh tudo o que eles sao: caras legais, educados, de classe media. O foda eh que eles ficam tentando se vender como se fossem da classe-operaria do norte, mas nem do norte eles sao, e sim da regiao central!
Soh digo uma coisa: MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!! MONKEY!!!
Ja que comecei a falar do Kasabian, vamos ateh o final. Outra descolada balada indie aqui de Londres tirou uma com a banda. Dessa vez foi o Stay Beautiful, que colocou nos flyers da festa: ‘O gerenciamento do clube reserva-se no direito de barrar a entrada de chavs e fas de Kasabian’.
Como ja foi dito aqui, diversos clubes indie de Londres vem expressando desgosto pelo Kasabian atraves de flyers e mensagens na internet, ridicularizando a banda e tal. Acho otimo, pois Kasabian eh um lixo, peloamordedeus.
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BURN IT: musicas da semana!
COLDPLAY “Fix U”: O poder do Coldplay aqui eh tao esmagador que as vezes enche o saco. Nesse pais so se fala em Coldplay nos ultimo quatro meses. Ateh revistas de culinaria tem o Chris Martin na capa. Dai minha pouca vontade de ouvir o album novo deles. So me liguei nos singles, e o ultimo, ‘Fix U’, eh legal. Comeca lento e depois fica uma coisa gigantesca. Melhor o clip, que comeca com Chris Martin andando sozinho pelas ruas de Kings Cross e depois do nada entra num estadio lotado com fogos e tudo mais e canta a musica com sua banda para sei la quantas mil pessoas. Eh pra rir ou pra chorar? Mas ‘Fix U’ eh bonita. Gostei.
BLOC PARTY “Two More Years”: Em alta rotacao nas radios e tv daqui de Londres, esse eh o otimo single novo do Bloc Party, onde abracaram completamente uma veia pop e melodica, com espertas harmonias vocais e, como de praxe, riffs de guitarra pra la de astutos. Essa faixa nao esta presente no album ‘Silent Alarm’ e deve ser lancada como single em breve.
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Ai que sono… Essa semana eu durmi umas tres horas por noite… To pregado. See you next week.
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