Wednesday, September 21, 2005

 

coluna 14 de setembro

Acabo de receber a noticia de que minha cachorrinha poodle teve filhotes no Brasil. Ai, que saudades. Quero um pra mim.

Well, o que tenho mesmo pra escrever aqui na introducao??? Errrr… Ah, sim. Acabei de chegar de Berlin. Puta cidade horrorosa. Eu, hein. Tipo assim, nao que seja feia, mas eh cinza, cheio de predios ‘tower blocks’, e nao ha muitas pessoas nas ruas. E eu ouvia o eco da minha voz numa das estacoes de metro, de tao deserta que era. Eh que estou acostumado com Sao Paulo e Londres e fui pra Berlin achando que a cidade tinha um clima de capital, mas nao. Eh morta. Ah, e eu vi a Christiane F. por la, ela tava pedindo esmolas num trem que eu peguei…

Mas ai, fui num puta clube legal, chamado Karrera Club. O espaco fisico do lugar eh o melhor que eu ja vi ateh hoje para um um clube indie, a discotecagem super atual (tocaram Arctic Monkeys, nova do Franz, The Rakes) e a vibe tava boa. Tinha quatro garotas para um garoto. Nao que pra mim faca alguma diferenca, mas isso certamente deixa o ambiante mais agradavel. >>www.karreraklub.de

Chega de conversa furada. Essa semana seleciono sete discos legais lancados esse ano. Todas as bandas eu ja tinha dado um toque aqui antes, mas segue o veredito de suas obras.

See you when I see you.

Continua a lista de melhores discos de 2005. Get it!



GENTLEMAN REG - “DARBY & JOAN”
Diretamente de Toronto eh que vem essa joia. E quando eu digo joia, eu realmente quero dizer isso. Porque um disco que possui guitarras certeiras e suaves como essas, so pode ser uma joia. Um diamante pop. E que erradia sua vida, assim mesmo como erradiou a minha. Nao acredita? Ta rindo da minha cara? Entao ouca ‘Bundle’ ou ‘Over My Head’ e cale-se. O pop nunca foi tao simples e bonito em 2005. O ultra loiro Reg Vermue eh o homem responsavel, que escreve as musicas, toca todos os instrumentos e canta. “Darby & Joan” eh o segundo album dele e um dos melhores desse ano. Recheado de cancoes ora sensiveis ora contagiantes, nao ha nenhum momento desapontante aqui. As letras sao contos gays vividos por Reg e que certamente cativarao os fas de Stephen Merrit. Outros destaques vao para ‘All My Love’, ‘The Boyfriend Song’, ‘It's Not Safe’, ‘The Deal’ e ‘Don't Bring Me Down’, ou seja, quase o disco todo. Mais do que aconselhavel para fas de The Smiths, The Hidden Cameras, Orlando ou Magnetic Fields.

CIRCULUS - “THE LICK ON THE TIP OF AN ENVELOPE YET TO BE SENT”O Circulus veio pra te levar de volta ao ano de 1207, no meio de rituais ocultos, orgias e fadas. O coletivo, que conta com nove musicos, lancou esse ano o disco de estreia ‘The Lick On The Tip Of An Envelope Yet To Be Sent’, carregado de faixas esquisitas e exoticas, pegando referencias de musica folk medieval ateh bandas ‘heavy-obscure-dark-70s-psych-rock’. Mas nao pensem que sao virtuosos chatos, pois no meio disso tudo ha uma arteria pop pulsando firme. Eh o que mostram faixas como ‘The Scarecrow’ e ‘Swallow’. A riquesa musical prevalence, e ouvimos desde diversos tipos de flautas, passando por bongos, ateh piracoes em sintetizadores analogicos. Ainda ha harmonias assoviaveis e alguns lindos vocals femininos. Um classico de 2005, com um gostinho medieval. Nao deixe de receber o Circulus em seu coracao e obter sua satisfacao espiritual.

MARIA TAYLOR - “11:11”
A cantora americana Maria Taylor eh uma metade do duo Azure Ray, e aqui ela esta pela primeira vez arriscando um disco solo, lancado pelo selo indie Saddle Creek. A sonoridade eh semelhante aos trabalhos anteriores dela, com a diferenca que aqui ela trilha por alguns caminhos eletronicos e nos oferece dez soberbas faixas pop, com leves beats, vocais charmosos e passagens folk, criando uma atmosfera pra la de gentil. Tai uma cantora que soa atual e pop sem cair em climas bucolicos.

BRIGHT EYES - “DIGITAL ASH IN A DIGITAL URN”O garoto prodigio - e tambem prolifico - Conor Oberst, conhecido como Bright Eyes, continua firme na sua jornada de cantar cancoes tristes, tanto eh que esse ano ele lancou dois albums repletos delas de uma vez soh. WWWWW e “Digital Ash In A Digital Urn” sairam no mesmo dia: um vem com a ja traditional linha folk melancolica dos trabalhos anteriores, e o outro eh carregado de blips eletronicos e roupagem digital, mas ainda sim com aquele ‘desespero bright eyes’ cravado nas musicas. Foi uma tentativa de sair da mesmice e que eu aplaudo. Muitos torceram o nariz para o rumo tomado nesse trabalho ‘digital’, mas eu nao. E quer saber, eu ja tinha tido o suficiente daquele folk, e aprecio a atitude de Conor de tentar outras sonoridades. Esse album leva algumas boas audicoes ateh voce ‘entrar’ nele. Ha muitos detalhes, e isso certamente requer um fone de ouvido para ser melhor apreciado. Existe um clima meio grandioso nas musicas que ameaca explodir, mas que sempre trava no ultimo momento, quando Conor abaixa o tom e as orquestras cessam. O disco eh bom e consistente como um todo e nao cabe aqui destacar nenhuma faixa, apenas compre um vinho barato e sinta o deleite.

ROYKSOPP - “THE UNDERSTANDING”
Em tempos que dinossauros da musica eletronica soam cada vez mais chatos e datados, e temos ai como exemplos Fatboy Slim, Moby e Chemica Brothers, nada melhor que refrescar nossos ouvidos com grupos como o Royksopp. Esse duo da Noruega colocou nas lojas seu segundo album ‘The Undertanding’ recentemente e, como ja era de se esperar, sao onze faixas que servem como uma aula para se fazer musica eletronica com estilo e frescor. Eh direto, pop, relaxante e epico. Nao ha nada melhor que sair de balada ao som de Royksopp. Eh uma sensacao de liberdade, e essa eh uma das melhores sensacoes da vida, nao eh mesmo? Destaques: ‘Someone Like Me’, ‘Only This Moment’ e ‘What Else Is There’.

COCOROSIE - “NOAH’S ARK”
Uuuuuuui.. que delicia… que conforto… nao quero sair daqui… Realmente, ouvir Cocorosie no quentinho da sua caminha eh o que ha. Ano passado elas, as irmas sereias prediletas deste escriba (ha ha, como se tivessem outras irmas sereias por ai…), lancaram um disco confortante, fofo e intimista. Esse ano elas repetiram a dose, e se sairam mais uma vez deliciosamente bem. Se elas lancassem albuns todo ano com essa mesma formula, eu nao iria reclamar. Violao, ruidos diversos la no fundo, a voz delas e magia. Anota ai, essa eh a formula delas. Ainda nesse novo trabalho elas colaboram com Antony, o homem-mulher dono da melhor voz de 2005. O resultado eh singelamente cortante. Ah, elas tambem colaboram com ponys e gatinhos filhotes. Voce tem que ouvir. Ai, agora deixa eu terminar com a porra dessa resenha e voltar para o quentinho da minha caminha…

RICHARD HAWLEY - “COLES CORNER”Logo nos primeiros segundos da primeira faixa desse disco, somos transportados para um sonho. Dai, ate o final da ultima faixa, uma voz, a voz, permeia nossos ouvidos, cantando cancoes sobre amor, cidades pequenas e incertezas. Eis Richard Hawley, o nosso crooner do momento. Esse eh seu terceiro trabalho e segue o mesmo jeitao dos anteriores, baladas bonitas e suaves. Romanticas, ateh. Richard Hawley eh o que eu chamo de ‘top man’. Ouca ‘Coles Corner’ ou ‘The Ocean’ para voce ter ideia do que estou falando. Top man. Top album.



MARCIO CUSTODIO
marcio_custodio1980@yahoo.com.br





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