Thursday, November 17, 2005

 

coluna 17 de novembro

Huauahuhauahuahuahuahuahahuahauuah. God, o que é esse novo clip do The Darkness??? O que é aquela baba saindo da boca do vocalista?? O que é essa nova música deles, 'One Way Ticket'??? O que é aquele refrão plágio de Bon Jovi ???? Sim, minha gente, THE DARKNESS ARE BACK!!

Quando você acha que não é possível ser mais brega, eles sempre conseguem ultrapassar o limite. E sabe o que é pior?? Eu adoro The Darkness.

Eu falo que tô ficando cafonão, eu falo… Vocês não acreditam, né?

Lá embaixo tem o Do Me Bad Things… Affff Mariaa…

Antes disso, daremos um giro pela arquitetura de Helsinki…

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ARCHITECTURE IN HELSINKI + ABSENTEE
Ao vivo no The Scala, Londres, 13/11


Pois é. Architecture In Helsinki em Londres, tocando no Scala. Diretamente de Melbourne, Austrália. Sabe da maior? Os ingressos estavam esgotados. E eu não tinha ingresso. Pensei que seria impossível um show desses esgotar. Pensei errado. O jeito foi batalhar na porta. No meio dos cambistas mau encarados (gente, por que os cambistas de King's Cross são os PIORES???), achei uma turma de espanhóis com um ingresso sobrando. Pediam o preço original. Moleza. Corri pra fila e logo uns autralianos chegaram na minha. Eram dois, o Francis e a Lisa. Estavam dando risada de ver o AIH lotar um lugar para mil pessoas em Londres, sendo que na Austrália a banda não enche nem um pub com cinquenta negos, segundo eles. Pra você ver, Londres não brinca com o roque.

Quem ficou com a obrigação de abrir a noite foi o Absentee, comentado aqui na coluna há duas semanas. Não sei de onde eles são, mas o show foi bem legal, eles soam tão bons ao vivo quanto em estúdio. Eita som charmoso, o deles. Rock-pop de ótima qualidade, remetendo a Nick Cave e Leonard Cohen. Como show de abertura, valeu mais do que a pena.

Lá pelas dez da noite, o coletivo Architecture In Helsinki toma conta do palco. Oh, que coisa mais fofa. Eram muitos deles! Uns nove. Ou dez. Iniciaram com o hit 'It's 5' pra delírio do público presente, que dançava e pulava feito criança feliz. Gente, eu estava num show do Architecture In Helsinki! A ficha caiu só nessa hora.

Se você está morrendo de curiosidade, então leia: sim, eles tocam tudo ao vivo, perfeitamente como no álbum. Nem um barulhinho a mais, nem a menos. Álbum? Que álbum? Ah, sim. O AIH lançou um dos cds mais fofinhos desse ano, chamado 'In Case We Die'. E esse show cobriu praticamente esse disco inteiro, e ainda mais números.

O que mais ficou legal ao vivo foi a desenvoltura das músicas. Elas mudam a todo momento, com a banda toda alternando nos vocais, assim como nos instrumentos. Aliás, o que não faltou foram instrumentos de metais, pra minha alegria. E aquelas paradinhas nas músicas? Ohh, soberbas. Só para em seguida os saxophones, trompetes e trombones explodirem. Arrepiou.

A música que eu mais queria ver era 'Wishbone', e foi tocada com empolgação, recebida pelo público com maior empolgação ainda. Ai, aquela vocalista quase meio gordinha, ela era uma graça cantando. Essa música é uma graça, aliás. Dois minutos do mais puro twee-pop. Eu tava felizão.

Mais fofo que as músicas, só mesmo a postura da banda no palco. Eles dançavam e corriam e pulavam e sorriam, parecendo crianças em dia de gincana na escola. Adorei. Essa banda é pura felicidade. Alto astral. Inocência.

O lugar quase veio abaixo com o novo single, a maravilhosa 'Do The Whirlwind'. Esse é o cartao de visita da banda, mas foi tocado mais pro final. Todo mundo dançando feito nerd. Não tem outro jeito de dançar Architecture In Helsinki. Vocês sabem como os nerds dançam? Balançam os ombros e os braços de forma desengonçada e discreta, sempre tomando cuidado para os óculos não cairem, e com um sorriso besta estampado na cara.

Sem perder o entusiasmo, saíram do palco e retornaram para um biz. Depois de mais ou menos uma hora e meia, fim de show. Eram pouco mais de 23hs, hora de criança voltar pra casa. Foi o que fiz. Só sei de uma coisa, quem não gosta de Architecture In Helsinki, boa pessoa não é.

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2005

Tá chegando o final do ano e por isso seguem mais resenhas dos discos legais lançados em 2005 (as colunas anteriores vem sendo praticamente só isso).

Acho que ouvi uns 150 álbuns novos esse ano, mas só curti uns 100... Lá pra dezembro farei um ranking dos melhores. E dos piores também. Por hora, tente baixar esses daqui, ó:

THE CLIENTELE -- "Strange Geometry"
Mais um álbum do Clientele. O terceiro, sem contar os Eps. O que dizer sobre essa banda? Por mais que você esteja animado, por mais que você esteja de bem com você mesmo na vida, sempre quando ouvir um álbum do Clientele, uma melancolia tomará conta da sua alma. Pelo menos é isso que acontece comigo. E eu não sei explicar o porquê. Nesse novo trabalho, o compasso das canções está um pouco mais rápido, são dez nuggets pop esbanjando nobreza. Porém, a voz do vocalista Alasdair MacLean, sim, aquela voz, não da ponto sem nó: estraçalha sua alma. E as guitarras? Baixas, elas mal existem. Entretanto, a cada acorde tocado, é uma lágrima que cai. O grupo é baseado no norte de Londres, mais precisamente no bairro de Finsbury Park, que por sinal é pertinho da minha casa. Eles estão sempre tocando nos pubs locais. No entanto, eu nunca os vi ao vivo. Que pecado.

DO ME BAD THINGS -- "Yes"
Em 2005 vale de tudo pra ser original. É a corrida das bandas para tentar soar o menos datado possível. E o que temos aqui é o seguinte: riffs pesados, R'n'B contemporâneo, metais e pianos jazzisticos, uma colherada de breguisse e uma pitadinha indie. Eis a receita dos britânicos Do Me Bad Things, tudo se encaixando no seu devido lugar, dando forma a uma sonoridade espalhafatosamente colossal. É brega. Poderia facilmente ser número 1 nas radios cock… ooops… digo, rock, de São Paulo. Mas eu gosto. Guilty pleasure, y'know. Fora que Do Me Bad Things ganha no quesito 'melhor nome de banda de 2005'. Me empolgo muito com essas faixas aqui, ó: 'Liv Ullman On Drums', 'The Song Rides', 'Molly's Wood', 'Off The Hook' e 'What's Hideous'. Se empolgue você também.

WE ARE SCIENTISTS -- "With Love and Squalor"
Seguindo a linha art-rock que vem predominando nesses dois últimos anos, com uma envergadinha para o indie-rock, o trio We Are Scientists aparece na cena com esse fantástico álbum de estréia, mandando ver doze petardos pra lá de robustos, e nenhuma balada. É porrada atrás de porrada. Sinceramente, eu não dava nada pra eles, pensando que fosse mais uma banda tentando pegar a rabeira do Franz Ferdinand ou Interpol. Mas me surpreendi. Esse disco é bem feito. Puta banda boa, essa. Ouça essas faixas no volume máximo e você possivelmente concordará comigo: 'Nobody Move, Nobody Get Hurt', 'This Scene Is Dead', 'Cash Cow', 'Worth The Wait' e 'The Great Escape'.

TELEPOPMUSIK -- "Angel Milk"
Lembra do trip-hop? Aquele estilo sereno que predominou no final dos anos 90 na música eletrônica, mas que foi evaporando aos poucos, nessa nova década? Pois é, esquecida, porém não morta, eis que o Telepopmuzik lança um álbum repleto das mais suaves e tocandes melodias trip-hop, em pleno 2005. Mas quando uma coisa é bem feita, como é o caso desse 'Angel Milk', a última coisa que ficará é datada. Pelo contrário, esse segundo trabalho do trio francês é um passeio por musicais dos anos 20, atualizado para esse mundo moderno de hoje, cheio de batidas penetrantes e os vocais-sussurros mais afetuosos desses tempos. Quinze canções que jorram ternura para nosso interior. São três vocalistas convidados, sendo que um deles, a Angela McCluskey, possui uma voz deliciosamente rouca e gentil, soando o cruzamento ideal entre as musas Beth Gibbons (Portishead) e Roisin Murphy (Moloko). A moça canta em quatro faixas nesse álbum: 'Don't Look Back', 'Love's Almighty', 'Brighton Beach' e 'Nothing's Burning'. Ainda, o resto do cd não fica nem um pouco atrás. Deite na sua cama e confira. E boa viajem.

SIGUR ROS -- "TAKK"
O quarteto glacial Sigur Ros retorna com mais uma formidável obra. Ainda que não tão forte e poderoso como os dois trabalhos anteriores, "Takk" tem tudo que você espera do Sigur Ros: arranjos sonhadores, orquestras ricas, aquela voz sensível e climas lustrosos. Mesmo com tudo isso, algumas músicas estão levemente com um formato mais pop, o que deixa esse álbum um pouco mais distinto. O disco foi gravado na Islândia, terra natal da banda. Enfim, ouça "Takk" e deixe as músicas preencherem seu coração, como ja é de praxe acontecer quando se ouve Sigur Ros.

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COLUNAS ANTERIORES:
http://bestmusic2004.blogspot.com/

MARCIO CUSTODIO
marcio_custodio1980@yahoo.com.br





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