Monday, January 23, 2006

 

coluna 17 de janeiro

Antes de mais nada, só queria dar um toque de duas músicas pra ouvir já:

Captain – “Frontline”: Todo mundo adora eles: Steve Lamaq (Radio 1), Zane Lowe (MTV2) e a NME. São uma das promessas pop de 2006. Remetem claramente ao som 80s do Aztec Camera e Prefab Sprout, com certeiras harmonias backing-vocals. E o álbum deles será produzido por Trevor Horn. “Frontline” é o primeiro single, lançado no finalzinho do ano passado. Ouça e assista o clip aqui: www.captaintheband.com Eles estarão em turnê com o Delays em fevereiro e marco aqui no UK.

The Upper Room – “All Over This Town”: Um hit dessa jovem banda de Brighton. Com ótimo apelo pop-indie, esses garotos devem agradar todo mundo que um dia já gostou das faixas mais melódicas do Doves ou Idlewild. Sabe aquele hit que só os britânicos fazem? Então. O clip, fofo por sinal, passa a todo momento na MTV2. A banda toca em Londres no dia 24 de janeiro, no Metro Club. Ouça e assista o clip aqui: www.myspace.com/theupperroomspace Site da banda: www.theupperroomsite.com

Ambas as bandas tem gravadora forte por trás e devem ser um SMASH HIT em 2006. Ui.

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* Vocês vão me dar licença, mas o novo clip do Belle And Sebastian, “Funny Little Frog”, é demais, demais, demais. Como Stuart Murdoch é fofo, né? No clip ele dança igualzinho como nos shows que ele deu no Brasil em 2001 (eeer, provavelmente ele dança daquele jeito em todos os shows...). Oh, uma graça! Eu simplesmente não entendo quem acha Belle & Sebastian chato. Ouça e veja esse novo clip e você terá que reavaliar sua opinião. Pior é a minha flatmate, que me disse que B&S é ‘boring’, mas ela passa dias e dias ouvindo o novo cd da Kate Bush. I mean, what’s going on????
http://www.nme.com/artists/belle-and-sebastian/media/112

* Enquanto isso, o boato que se espalha pelo UK é que Jarvis Cocker irá produzir o álbum dos Long Blondes... Oh, God...

* E o Delays, aquele combo etéreo-indie, volta com tudo em 2006. Dessa vez, deixam o lado dreamy de fora e entram com tecnopop e acid-house. O novo e ótimo single “Valentine” não me deixa mentir. O álbum será lançado dia 6 de marco. Olho neles.

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GIGS AND GIGS AND GIGS!

People, não costumo recomendar shows que estão pra rolar aqui na coluna, pois falta-me tempo para tal tarefa. Porém, a NME Tour desse ano está ARREBATADORA e, mesmo que eu deixe de dormir ou comer, eu TENHO que dar o toque para vocês, queridos leitores. Vamos lá.

>>> A Turnê, que dá início dia 24 de janeiro e termina 17 de fevereiro, conta com as seguintes bandas: THE MYSTERY JETS, WE ARE SCIENTISTS, ARCTIC MONKEYS e MAXIMO PARK. Essas são simplesmente as melhores bandas do rock na atualidade. Franz Ferdinand, Bloc Party e The Strokes são dinossauros. Coisa do passado. O lance é AGORA.

>>> A turnê vai percorrer toda a Grã-Bretanha.

>>> Má notícia: todos os ingressos da turnê já se esgotaram.

>>> Boa notícia: nesse mundo existe uma praga chamada ‘cambista’. Sim, eles mesmos. Agora você ta na mão deles. Mas não se preocupe. Acho que, se você tiver a manha de negociar bem, umas 80 libras na porta e você ta dentro. Eu vou fazer isso. Você nunca na sua vida vai ter outra oportunidade de ver essas quatro bandas tocarem juntas numa noite. Lembre-se: essas são as melhores e mais ‘fresh’ bandas de rock na atualidade. Se tem nego que paga uma fortuna pra ver U2 no Brasil, porque não desembolsar uma grana pra ver Maximo Park, Arctic Monkeys, We Are Sicentists e The Mystery Jets aqui na Inglaterra?

Seguem as datas da turnê:

JANEIRO
24 Dublin / Ambassadors
25 Belfast / Ulster Hall
27 Glasgow / Academy
28 Edinburgh / Corn Exchange
29 Newcastle / Academy
31 Nottingham / Rock City
FEVEREIRO
01 Leeds / University
02 Liverpool / University
04 Manchester / Academy
05 Manchester / Academy
07 Sheffield / Octagon
08 Birmingham / Academy
09 Norwich / UEA
11 Cardiff / Great Hall
12 Cambridge / Corn Exchange
13 Bristol / Academy
15 Pyramid / Guildhall
16 Brighton / Dome
17 London / Carling Brixton Academy

Mensagem dada.

Vamos para outra série de shows. Agora é a vez de Morrissey.

>>> Exatamente. O ex vocalista dos Smiths organizou uma grande turnê aqui na Inglaterra para promover o novo álbum, ‘Ringleader of The Tormentors’, que sai dia 03 de abril. Os shows serão em maio, contando com TRÊS datas para Londres, no lindíssimo teatro London Palladium.

Domingo, 14 de maio
Domingo, 21 de maio
Domingo, 28 de maio


É o domingão do Mozzão.

Os ingressos para os shows começarão a ser vendidos nessa sexta feira dia 20 de janeiro, as 9h00 da manhã (Ingletarra), ou as 7h00 (Brasil). É só dar uma chegada nesses sites: www.gigsandtours.com ou www.ticketmaster.co.uk e liberar o cartão de crédito.

Obviamente, os ingressos se esgotarão em questão de minutos. Mas não se preocupe, se você foi devagar pra comprar os ingressos na hora certa, depois terão os cambistas pra você.

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GOOD BAND. GOOD CHAPS.

To felizão que os The Bishops tiveram pela primeira vez um dos seus ótimos shows resenhados com destaque na NME dessa semana. Eu já falei deles aqui, mas falo de novo. The Bishops é um trio londrino, formado pelos irmãos gêmeos Mike e Pete Bishop (junto com um batera) e que mandam ver um delicioso e inocente rock retrô, caindo ora para o mod, ora para o pop. Eu diria que se você gosta das primeiras músicas dos Beatles, você não vai se decepcionar com The Bishops. E eles também estão sempre na ‘estica’, com visual mod e instrumentos vintage.

Eu tenho uma história com eles, até. Em 2003, quando cheguei em definitivo para morar em Londres, comecei a discotecar num bar mod chamado The Pleasure Unit, fazendo uma festa com o nome de “Hands Off She’s Mine”. Tivemos algumas noites cheias e divertidíssimas, outras chatas e desastrosas. E no bar, advinha quem atendia? Os irmãos Bishops. Sempre fui com a cara deles e acho que eles também sempre foram com a minha, afinal sempre me davam cervejas de graça.

Daí eu nem tava mais no Pleasure Unit (nem eles), mas sempre quando nos trombávamos por Londres, nunca deixávamos de nos cumprimentar. E eu sempre ia nos shows da banda que eles estavam formando, o The Bishops. E sabe da melhor? Me amarrei mesmo no som desses irmãos.

Agora, mais de dois anos depois, a NME desceu elogios para os caras, dizendo que eles possuem “melodias imortais, direto da era dourada do pop”. Eita, que beleza!

Não vou falar mais nada, apenas lhe pedir: corra agora para página de deles no MySpace e dê uma mordida nos belos biscoitos pop deles.

www.myspace.com/thebishopsuk
www.thebishopsband.com

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2006, o ano começa bem.

JENNY LEWIS with THE WATSON TWINS – “Rabbit Fur Coat”
Uma das surpresas mais gratas nesse início de 2006 foi saber que Jenny Lewis, a bela vocalista do Rilo Kiley, tirou férias de sua banda principal e gravou um disco solo, o seu primeiro, com ajuda das irmãs gêmeas Watson. Se você espera um pop-indie-rock nos mesmos moldes do Rilo Kiley, tire o cavalinho da chuva. Neste trabalho a moca cai de volta para suas raízes e compõe um disco que, embora articulado, reunindo colheradas de 70’s folk, country e pop, tem um resultado magnificiente como um todo. São doze números que transbordam conforto e intimismo. A voz de Lewis está definitivamente melhor do que nunca, e aqui ela e as irmãs Datson harmonizam de forma mágica, soando um conjunto gospel, como podemos conferir em “Rise Up with Fists”. As letras são estupidamente honestas, com Lewis abordando suas problemáticas relações com aparentemente problemáticas pessoas ao seu redor: família, amigos, amantes. Tome como exemplo o trecho da letra da faixa título, a folky “Rabbit Fur Coat“, onde Lewis canta baixinho: “Where my ma is I don’t know / She was living in the car / I was living on the road / And I hear she’s putting that stuff up her nose“. Conor Oberst / Bright Eyes é convidado no disco e empresta sua voz numa música, a ensolarada “Handle with Care”. Outros destaques vão para “The Charging Sky”, “You Are What You Love” e “Born Secular”. Um senhor disco. Top Girl.


JOHN HOWARD – “As I Was Saying”
Já comentei diversas vezes do meu pianista preferido, e eis que comento mais uma vez. O motivo é simples: John Howard acabou de lançar um novo álbum. Poderíamos dizer que esse é seu primeiro trabalho de fato, desde suas magníficas (e censuradas) obras dos anos 70. Howard é um trovador glam: Gravou discos clássicos nos anos 70, largou o piano e sumiu completamente nas décadas de 80 e 90, e agora no novo milênio, está de volta. E como é bom tê-lo de volta aonde ele pertence: seu piano. “As I Was Saying” é essencialmente uma coleção de baladas glam que jorra delicadeza, maturidade e nostalgia. Howard relembra de tempos passados, homenageia sua mãe, falecida há trinta anos, e percebe que já se passaram três décadas desde que começou sua carreira. “Dear Glitterheart” tem arranjos que lembram “All The Young Dudes” de David Bowie; “Lonely Again (Brenda's Song)” é triste e linda; e “Taking It All To Heart” conta com os versos mais bonitos e verdadeiros desses tempos (“On reflection is a great place to be / When you’re able to make corrections / To the fate of you and me / On reflections is a good state of mind / When you’re a able to make connections / To what we left behind”). Quem está envelhecendo e sente afeto ao passado, esse é um disco para ouvir. John Howard mestre: mais um album, mais um clássico.






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