Thursday, May 18, 2006

 

coluna 08 de maio

THE PIPETTES: FINALMENTE O ÁLBUM!

As garotas favoritas dos indie-kids do mundo todo dão sua grande investida no cenário musical da Grã-Bretanha e divulgam a data de lançamento do tão aguardado álbum de estréia. Para fortalecer essa ótima notícia, elas também informam que o disco será antecedido por um novo single, a ser lançado duas semanas antes.

E como se isso ainda não bastasse, a música escolhida para o single, com o nome de “Pull Shapes”, é um FURACÃO-DISCO pra levantar qualquer defunto desse planeta!!! Deus do céu! No momento que escrevo essas linhas, estou ouvindo essa faixa e não consigo parar de tremer e babar no teclado de tão boa e irradiante que ela é. Não há palavras suficientes para descrever minha empolgação com esse SUPER HIT.

Vamos manter a calma. A música está no fim. Preciso ouvir outra coisa para parar de tremer, caso contrário não consigo escrever. Babei. Pronto. Olha só, o single furacão “Pull Shapes” estará nas lojas aqui do Reino Unido a partir do dia 03 de julho, e será lançado em três formatos, conforme segue:

Vinil 7” de cor laranja
A) Pull Shapes
B) Guess Who Ran Off With The Milkman?

Vinil 7” de cor amarela
A) Pull Shapes
B) Magician Man

CD single
1) Pull Shapes
2) Really That Bad

Com a letra indo assim: “Dance with me pretty boy tonight / Dance with me and we'll be alright / There's a whole floor before us, just for you and me”… e com majestosas orquestracões que estão mais para a áurea disco do que para Phil Spector, “Pull Shapes” é com certeza onde as Pipettes engatilham seu grande arsenal pop para dominação das paradas de sucesso, e também onde fica definitivamente impossível não dançar e vibrar ao escutá-la. Eu diria que o potencial de “Pull Shapes” está no mesmo padrão de hinos como “Dancing Queen” do Abba, “Hey Ya” do Outkast e “Like a Virgin” da Madonna.

Produzido pelo maestro por trás do The Go! Team, Gaz Parton, e por Andy Dragazis, o álbum de estréia das Pipettes contará com a força de “Pull Shapes” e com mais outros doze hits, incluindo o single anterior “Your Kisses Are Wasted On Me”. A data de lançamento é 17 de julho.

As meninas estão com forca total. Ontem, em horário nobre na televisão britânica, as Pipettes participaram de seu primeiro programa de TV, o novo programa The Chart Show, que é uma espécie de mix entre Top Of The Tops e Jools Holland. Elas tocaram duas músicas e participaram de um breve bate-papo com o apresentador. Arrebentaram! Assim que o vídeo estiver disponível no youtube.com, eu coloco aqui.

Como reportei anteriormente, rádios, revistas e jornais também se renderam e estão sempre abrindo espaço para as garotas. Oh, se eles alcançarem o sucesso merecido, o mundo com certeza será um lugar melhor. Mais notícias das garotas em breve.

www.myspace.com/thepipettes



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THE ELECTED

Há dois meses atrás eu resenhei aqui na coluna o disco do The Elected chamado “Sun Sun Sun”. Engraçado é que ninguém dá a mínima para essa banda. Eles nunca estão na mídia. E nem lançado aqui no Reino Unido esse cd foi. Mas esse combo americano tem tocado bastante aqui no meu mundinho. Quando ouvia pelas primeiras vezes, achava bem legal e dizia para mim mesmo “oh, que coisa linda, que coisa maravilhosa, ui”. Mas como tem tantas coisas lindas e maravilhosas, o The Elected era só mais uma no meio de um monte.

Mas aí há semanas que eu só escuto The Elected. Tipo, tento me policiar e tal e dar chances para outras bandas, mas não, têm semanas que eu SÓ ouço The Elected. A semana inteira. Dias e dias e dias. Aí eu digo para mim mesmo “oh, eles já estão ocupando uma grande parte da minha vida, preciso de uma vez por todas me declarar e dizer na cara que eu AMO eles”. Sim, eu AMO The Elected.

Pois veja bem, discos ensolarados como “Sun Sun Sun” fazem você ficar feliz pelo simples motivo de estar vivo. E não é todo dia que eu sinto isso, infelizmente. Não sei se são as deliciosas linhas de teclados farfisa, ou a voz real, sofrida e esperançosa do vocalista Blake Sennet, ou o clima irradiante, ou as harmonias backing-vocals, ou tudo junto, mas as 14 trilhas em “Sun Sun Sun” são poderosas, mesmo que sejam inocentes e meigas. Mas no fundo acho que é realmente isso. A meiguice e inocência presente aqui tem o poder de nos deixar pensando que a vida é meiga e inocente e que somos felizes. Então elas são sim poderosas.

Pegue por exemplo “Did Me Good”. Se ao ouvi-la e você não tiver vontade de fazer um strip-tease para o seu amor, ou não tiver vontade de pegar um conversível e cair numa estrada ao sol, é por que realmente jamais vou entender seus sentimentos. Você deve ser uma pessoa muito diferente de mim. E “Not Going Home”, então? É nessas horas que você se convence de que a melhor receita para uma música soar irresistivelmente linda é a simplicidade.

A faixa título é folk e bem suave. Produção simplória. Mas Blake, com sua voz tão verdadeira e doída, se sobressai. O resultado trás lágrimas nos olhos. Sabe aquelas músicas que soam como um sussurro no seu ouvido num domingo de manhã? É o tipo de coisa que você não quer nunca que acabe, e vai indo, indo, indo, e aí você decide que é a melhor faixa do cd. Aconteceu isso com “Biggest Star”. Imagine um orgasmo de oito minutos. Puro deleite.

Eu poderia ficar aqui listando todas as faixas de “Sun Sun Sun”, pois todas são muito boas. Mas a melhor coisa que você faz é botar pra ouvir do início e relaxar. Se você procura por uma obra com gemas soul, sunshine-pop, country e indie, esse é o cd pra você comprar.

Esse disco foi gravado em diversos locais, basicamente quartos de hotéis enquanto Blake viajava com sua outra banda, o Rilo Kiley. É o segundo trabalho do The Elected. O único problema é quando o cd acaba e na seqüência vem um outro cd, por exemplo o novo do Morrissey. Puta, que decepção. Não há outra alternativa a não ser voltar as 14 música e ouvir tudo de novo. É o que tenho feito. E acho que continuarei fazendo por algum tempo.

Após uma intensa turnê de dois meses nos EUA, finalmente The Elected toca em Londres no dia 12 de junho, no Shepherd’s Bush Empire. Na foto você vê a banda com Blake Sennet à frente, de chapéu e bigode.

www.myspace.com/theelected
www.theelected.com


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RESENHAS


YEAH YEAH YEAHS – “Show Your Bones”
Demorou pra sair esse segundo álbum do Yeah Yeah Yeahs. Exatamente três anos. Se eu falar que não gostei, to querendo dar uma de chatão velho. Eu gostei. Mas que senti falta dos torpedos tipo “Date With The Night” ou “Tick”, ah, isso eu senti. Mas esse disco não é ruim. Pelo contrário, essas guitarras viscerais fazem qualquer fã de barulho se apaixonar instantaneamente por essas doze músicas. É visível que eles decidiram fazer um álbum um tanto mais conceitual e elaborado ao invés daquele turbilhão dançante. E não desapontaram. A produção, instrumentação e vocais de Karen O estão afiadíssimos. O único tropeço foi deixar as duas melhores faixas do cd – “Turn Into” e “Deja Vu” - para serem as duas últimas. Se fosse o inverso, o pique talvez seria diferente. Mas diz aí, o YYY’s é sem dúvida uma das melhores guitar-bands desses tempos, não é?
www.myspace.com/yeahyeahyeahs


GRAHAM COXON – “Love Travels At Illegal Speeds”
Eeeeei. Que porra é essa?! O cara sai de sua banda e sozinho lança uns discos foda. Esse eu tiro o chapéu. Curioso que nem muito fã de Blur eu sou, e sempre torci o nariz para o Graham, pois quando trabalhava numa loja de discos há cinco anos atrás, eu ouvia os discos toscos que ele produzia em paralelo ao Blur e achava realmente horrível, uma barulheira desnecessária. Ou era eu que não escutava direito ou estava de mau humor. Mas foi o só o rapaz sair do Blur e eu comecei a prestar mais atenção nele e em sua música. Aquele álbum de 2004, “Happiness in Magazines”, é um clássico. Pena que só fui descobrir isso dois anos depois dele ser lançado, ou seja, bem recentemente. Agora em 2006 vem esse “Love Travels At Illegal Speeds”, e o pique é o mesmo: indie punk da melhor qualidade possível. Meu, isso aqui tá muito melhor que Blur. Ouve aí “Standing On My Own Again” (fácil uma das melhores faixas rock EVER), “What's He Got?”, “I Can't Look At Your Skin”, “You & I”, e mais um monte, e você verá que não estou errado.


RHETT MILLER – “The Believer”
Se você procurar pelo termo ‘power-pop’ no dicionário do rock, você vai encontrar algo assim: melodias assobiáveis, lindas e de fácil assimilação, como as primeiras canções dos Beatles e coisas do tipo. Errado. A resposta correta seria assim: power pop = Rhett Miller. Pelo menos em 2006, quando alguém lhe perguntar o que é power-pop, você pode responder apenas Rhett Miller. Veja bem, esse rapaz do Texas tem uma banda de alt.country chamada The Old 97’s que vem lançando discos há mais de uma década. Em paralelo, Miller também sempre tocou sua carreira solo. E “The Beliver” é seu terceiro trabalho, e chega recheadíssimo com algumas das mais assobiáveis pérolas de rock-pop de 2006. A esplêndida “I Believe She's Lying” é a que mais se destaca. Junto ainda podemos colocar “Help Me, Suzanne”, “My Valentine” e “I'm With Her”. Puta discão, esse.
www.myspace.com/rhettmiller


TWO GALLANTS – “What the Toll Tells”
Quando essa dupla americana surgiu aqui nas revistas e jornais, eu nem me interessei. Mas aí comprei o single “Steady Rollin'” e o quadro se reverteu. Teve uma vez que toquei essa música no Nambucca, bem no começo da noite. O dono do lugar veio correndo me perguntar o que era. Mostrei a capa do single. Na semana seguinte o cara veio me agradecer por ter mostrado a banda, pois ele tinha comprado o cd e adorado muito. Fiquei contente por ele. Aí resolvi baixar o disco e ver eu mesmo qualé que é. Porra, esse álbum é da hora. Sem firula, sem essa coisinha de sensibilidade pop que tanto falo aqui. O som do Two Gallants é cru, rasgado, intenso. É como se fosse o Bright Eyes seguindo para o blues. As vezes caem inesperadamente num rock impetuoso, como é o caso de “Age of Assassins”. Mas as horas que mais gosto são quando usam gaita, por exemplo “The Prodigal Son” e “Some Slender Rest”. O álbum todo é demasiadamente lo-fi, e no caso do Two Gallants isso é positivo. Esse é o som do rancho, meu compadre. Pra gente firme e decidida. Por isso me espanto que eu tenha curtido.
www.myspace.com/twogallants


TOY – “Toy”
Alisdair Stirling e Jorgen Traeen, a dupla por trás do Toy, diz que se conheceram na sessão de teclados da maior loja de brinquedos da Inglaterra, a Hamleys. História boa, essa. O resultado desse encontro foi que eles decidiram formar uma banda, com nome, naturalmente, de Toy. Esse é o primeiro disco deles. Remete muito ao compositor Jean-Jacques Perrey, que nos anos 60 lançava discos com teclados moog e sintetizadores e fazia basicamente trilha sonora de programas infantis. O Toy não economiza nessas melodias engraçadinhas, cheias de efeitos espertos e com um tempero Royksopp, como provam as trilhas “Don't Be” e “The All Seeing Eye”. Não há ninguém no momento fazendo música eletrônica semelhante a essa. Exótica, simples e muito boa.


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Esse pequeno artigo foi publicado semana passada no jornal Metro aqui de Londres. Aborda o fato de que a Inglaterra é basicamente o país do rock. As bandas citadas podem ser mainstream, mas o fato de que a música rock está no topo, é algo pra realmente nós ‘roqueiros’ daqui celebrarmos. Segue a tradução do artigo que eu mesmo fiz.

BRITAIN STILL ROCKS
Por Jayne Atherton


De acordo com números revelados ontem, o Reino Unido está novamente numa fase Rock’n’Roll, já que as vendas de música com guitarras barulhentas estão no topo.

Um total de 31.191 novos lançamentos foram para as lojas no ano passado, e foram bandas modernas de rock que fortaleceram o aumento de vendas de CDs.

O rock emergiu como o gênero de música preferido no UK já que sua cota no mercado de álbuns atingiu 36% - as melhores vendas de todos os tempos. Especialistas em música dizem que esse aumento é devido aos velhos compradores de música que estão substituindo suas coleções de discos de vinil por CDs e downloads da internet.

A British Phonographic Industry (BPI) disse: “o crescimento da popularidade de novas bandas britânicas tem visto a música rock se tornar firmemente como o gênero favorito da nação. Sete dos dez discos do ‘rock top 10’ são artistas britânicos e nove dos dez singles do ‘rock singles top 10’ também são britânicos.”

“Artistas britânicos somam 49.4% das vendas de CDs do ano passado, o número mais alto desde 1998.”

Bandas como Coldplay, Kaiser Chiefs e Oasis, assim como os americanos Foo Fighters, Killers e Green Day, estão entre os artistas mais vendidos. O presidente do BPI, Peter Jamieson, disse: “São os fãs de música que decidem o que é sucesso e ano passado eles decidiram com uma boa margem que 2005 foi predominantemente o ano do rock.”

Embora o pop permaneceu como o gênero dominante no mercado de singles, o aumento nas vendas digitais ajudou o rock a aumentar sua cota em 9% sobre 2004 e 36% sobre 1999.


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Fui nessa. E vc?



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