Monday, June 12, 2006

 

coluna 12 de junho

LILY ALLEN

Eu deveria ter falado isso aqui já. Foi preguiça. Mas vamos lá. Foi assim... Da noite pro dia, Lily Allen virou o centro do planeta na cabeça dos londrinos que tinham cabeça. A menina estava em todos os lugares possíveis ao mesmo tempo. Revistas, jornais, NME, rádios, televisão. Ela saiu na capa de uma revista, sem nunca ter lançado absolutamente nada. Tudo culpa do MySpace. Lily Allen será a maior estrela da música na Inglaterra em 20 anos. A moça não ta pra brincadeira.

Londrina tradicional, patricinha, típica garota que vemos bêbadas em ponto de ônibus as três da manhã no centro de Londres. Ela não deve ter muito cérebro, mas como mora em Londres e tem pais ricos, se veste bem e tem bom gosto musical. E é bonitinha. Pronto. A indústria descobriu, deu de bandeja os melhores produtores e ela vai voar como cometa. Sabe o que é melhor? A música dela é boa pra caralho. Se é produção enlatada ou não, estou pouco me fudendo. O que importa é que “Smile”, uma música que anda tocando aos montes na rádio XFM, é uma delícia. Pra você cantarolar no chuveiro, peladão, sem medo de se feliz. Não acredita, né? Então vai em www.myspace.com/lilymusic e esteja pronto pra mudar de opinião. Pop, ska, rock. Uma beleza.

Lily Allen tem carisma. Ela sempre ri. Sabe lhe dar muito bem com o hype que está avançando para o lado dela. Alguns cínicos vão malhar ela, só por causa do hype. Deixa esses pra lá. Lily Allen taí pra gongar os cínicos. Ela tem uma música chamada “Alright Still” que será lançada como single em breve. Fique de olho. Não vai ter melhor música nessa temporada. Lily Allen será o próximo Arctic Monkeys, no quesito hype e música boa.

Lily Allen toca em Londres nos dias 17 e 18 de julho, no Bush Hall, e dia 06 de novembro, no Astoria.


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RESENHAS
Essa semana escolhi cinco discos suaves, pra ouvir no quentinho da caminha ou tomando café da manhã. Vamos lá?



::: CAMERA OBSCURA – “Let's Get Out of This Country”
Em primeiro lugar, a capa desse disco não é linda? Eu acho. Em segundo lugar, a faixa de abertura e primeiro single, “Lloyd, I'm Ready to Be Heartbroken”, não é uma das coisas mais fofas e geniais desse ano? Eu acho. O Camera Obscura surgiu no começo dessa década em Glasgow, Escócia. São da mesma turma do Belle And Sebastian, então é natural que possuam aspectos em comum na sonoridade. Inclusive, fui introduzido ao Camera Obscura de um jeito especial. O ano era 2001, mais exatamente no dia seguinte ao show do B&S no Free Jazz, e eu estava perambulando por uma praça em SP quando me deparo com nada mais nada menos que Stuart Murdoch, mestre do Belle And Sebastian, comprando discos de Tropicália. Claro que cheguei nele e começamos a conversar. Ele me disse então que a namorada dele tinha uma banda muito legal, chamada Camera Obscura. Óbvio que fui atrás e me apaixonei. Esse é o terceiro disco deles, e não mudaram nada em relação aos dois trabalhos anteriores: música pop, meiga, folky, orquestrada, com uma pitada de twee-pop. Adoro. São nove pérolas aconchegantes, que ganharão o coração dos mais sensíveis. E em terceiro lugar, esse disco do Camera Obscura não é lindo? Tenho certeza disso.


::: EL PERRO DEL MAR – “El Perro Del Mar”
Essa moça está na boca de todo mundo que aprecia um bom pop com tratamento sessentista. El Perro Del Mar é uma cantora nativa da Suécia, e esse é seu primeiro álbum cheio, descrito pela loja de discos inglesa Rough Trade como o encontro de Kate Bush com Phil Spector. Realmente. Talvez ela seja a versão feminina para o também sueco Jens Lekman, apenas menos melancólica. Comparações com os momentos mais calmos do Saint Etienne também foram feitas, com razão. Esse cd foi lançado na Inglaterra pelo selo Memphies Industries, casa de jóias como The Go! Team e The Pipettes. El Perro Del Mar soa melhor naquelas ocasiões onde você convida seus amigos para um jantar e uma noite de vinho. Destaques: “Here Comes That Feeling”, “Party” e “I Can't Talk About It”.


::: ESPERS – “Espers II”
O trio americano Espers lançou no ano passado seu ótimo disco de estréia, devidamente lembrado por esse colunista. Mas se alguém me dissesse que já em 2006 eles voltariam com um novo trabalho, e ainda melhor que o primeiro, eu desconfiaria. Mas é isso mesmo que aconteceu. Intitulado apenas “Espers II”, o cd é um passeio pelos caminhos do post-rock, se infiltrando com folk, vocais frágeis e experimentalismos diversos, oferecendo sete trilhas, com mais ou menos oito minutos cada uma. É uma obra tão boa quanto a primeira, apenas um pouco mais tocante, carregada e coesa. Prato cheio pra quem gosta de Godspeed You Black Emperror, Mogwai, Sigur Rós ou Galaxie 500.


::: BARZIN – “My Life In Rooms”
Grande surpresa lá do Canada. Esse é o segundo LP dessa banda, e não desaponta nem um pouco. Se você procura um álbum repleto de texturas introspectivas e delicadas, esse é a sua pedida. Cabeceado por Tony Dekker e Suzanne Hancock e contando com a ajuda de músicos de apoio, “My Life In Rooms” foi gravado por diversos estúdios no Canadá e EUA e, graças a gravadora inglesa Monotreme Records, está disponível nas melhores lojas do Reino Unido. Com instrumentação criativa e vocais sensíveis, esse disco com certeza vai cativar aqueles que estão cansados de barulho e querem partir para um clima mais suave. Excelente trabalho.


::: TRES CHICAS – “Bloom, Red & The Ordinary Girl”
Oh, que músicas deliciosas. Morei em cidades grandes como São Paulo e Londres durante minha vida toda, e confesso que as vezes tenho vontade de tentar uma cidade menor. Quando ouço esse disco das Três Chicas, tenho certeza disso. Isso sim é que é música country de qualidade. Bom para um rancho. Bom para umas férias. Três Chicas é um trio de mulheres oriundas das fazendas canadenses, Caitlin Cary, Lynn Blakey e Tonya Lamm, e esse é o terceiro disco delas, gravado (advinha?) na Inglaterra. Contando com convidados e produtores de ponta, “Bloom, Red & The Ordinary Girl” possui forte apelo jazz, com delicadas linhas de pianos e harmonias gospel. Quando você voltar pra casa depois de um dia de trabalho e quiser uma massagem e não ter quem faça, apenas deite na cama, apague a luz e coloque esse disco. O efeito será o mesmo, garanto. A faixa “Only Broken” é o ponto alto do disco, mas as outras também não ficam muito atrás. Lindo.


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2006
Estamos no meio do ano, exatamente, e não custa nada relembrar aos leitores todos os discos que recomendei aqui na coluna. Segue e lista, sem ordem de preferência.


PET SHOP BOYS – “Fundamental”
PRIMAL SCREAM – “Rock City Blues”
THE PIPETTES – “We Are The Pipettes”
ABSENTEE – “Schmotime”
SHACK – “On The Corner Of Miles And Gil”
FARIÑA – “Allotments”
YEAH YEAH YEAHS – “Show Your Bones”
GRAHAM COXON – “Love Travels At Illegal Speeds”
RHETT MILLER – “The Believer”
TWO GALLANTS – “What the Toll Tells”
TOY – “Toy”
DIRTY PRETTY THINGS - "Waterloo To Anywhere"
EMBRACE – “This New Day”
THE ELECTED – "Sun, Sun, Sun"
DAVID GILMOUR – "On An Island"
THE MONTGOLFIER BROTHERS – "All My Bad Thoughts"
DEVICS – "Push The Heart"
DELAYS – "You See Colours"
SPARKS – "Hello Young Lovers"
MY LASTEST NOVEL – "Wolves"
THE GOSSIP – " Standing In The Way Of Control"
THE FLAMING LIPS - "At War With The Mystics"
BE YOUR OWN PET – "Be Your Own PET"
DESTROYER – "Rubies"
JOHNNY BOY - "Johnny Boy"
BELLE AND SEBASTIAN – "The Life Pursuit"
ARCTIC MONKEYS – “Whatever People Say I Am, That's What I'm Not”
THE KOOKS – “Inside In/Inside Out”
JENNY LEWIS with THE WATSON TWINS – “Rabbit Fur Coat”
JOHN HOWARD – “As I Was Saying”
THE STROKES – “First Impressions Of Earth”

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THE RUMBLE STRIPS

Eitaaaaa. Banda boa do caralho. Foda-se que são filhotes do Dexys Midnight Runner. Quem se importa? O lance é que toda hora que ouço Rumble Strips, me empolgo mais e mais. Não é pra menos: música alto astral, com instrumentos de sopro e roupagem retrô. É disso que eu gosto, meu amigo. Vai lá na página do MySpace e assista os clips de duas músicas, “Hate Me You Do” e “Motorcycle”. Os dois vídeos muito legais. Rumble Strips é foda! www.myspace.com/rumblestripsuk


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MAXIMO PARK: DVD

Então é isso aí. Uma das melhores bandas do cenário indie da atualidade, se não a melhor, acaba de lançar no Reino Unido um DVD, que registra toda a temporada do primeiro álbum “A Certain Trigger”, com shows, clips, documentário de turnê e apresentações em estúdios. O que dizer do Maximo Park? A banda não tem sequer uma música ruim, a presença do vocalista Paul Smith é uma das mais marcantes do rock atual e é a banda que aposto mais alto para um segundo disco matador. Com o título de “Maximo Park Found On Film”, o DVD trás dois shows ao vivo: um em Londres, o outro em Newcastle. O destaque fica com uma apresentação para os estúdios da AOL. Ainda, o DVD vem junto com um CD, onde podemos escutar sessions para a rádio BBC de Londres. Enfim, um item imperdível para fãs do Maximo Park.


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SHOWS

Raramente organizo uma agenda de shows aqui na coluna, mas a partir de agora darei mais atenção a isso, afinal de contas o circuito de shows em Londres é sem duvido o melhor do mundo. Segue uma pequena listagem de concertos que ocorrerão aqui em Londres nos próximos meses, e que ainda há chances de comprar ingressos.

> Boy Kill Boy – 23/10, no Astoria

> Ed Hardourt – 09/06, na St James Church, Piccadilly

> Graham Coxon – 25/10, no Astoria

> Hope Of The States – 22/06, no Koko

> Hot Chip – 11/10, no Astoria

> Primal Scream – 24/11, no Hammersmith Apollo

> Semifinalists – 08/06, no Barden's Boudoir

> The Automatic - 13/07 e 24/07, no ULU

> The Cramps – 15/08, no Astoria

> The Futureheads – 12/06, no The Forum

> The Holloways - 19/07, no Garage

> The Kooks – 17, 18 e 19/10, no The Forum, Astoria e Shepherds Bush Empire, respectivamente

> The Long Blondes – 21/06, na Kings College

> The Sleepy Jackson – 18/07, no Scala

> We Are Scientists – 09 e 10/11, no Brixton Academy


Não demore, se você estiver afim de ir em algum show aqui no UK, agilidade para comprar os tickets é a ferramenta numero um. Acabei de receber uma mensagem de uma amiga no msn dizendo que tentou comprar ingressos para ver as Pipettes em Londres, mas já tinham se esgotados. Ta vendo... Então, corra!

Compre ingressos aqui: www.seetickets.com

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Duas faixas pra já

Jamie T – “Salvador”: Jamie T é um rapaz londrino que anda fazendo a cabeça da inglesada pelo seu estilo especial em cruzar poesia e rap com um som pop retrô. A voz dele é marcante e as letras retratam o comportamento da juventude inglesa. Você sabe que na opinião dos ingleses as letras é um elemento muito importante na música, e quando surge um cara como o Jamie T, é certeza que ele fará sucesso. “Salvador” é sua faixa mais famosa e você pode escutar aqui: www.myspace.com/jamietwimbledon

The Grates – “Lies”: Essa é uma banda que passou por mim uma vez e eu não captei. Esses dias estava ouvindo o programa do Steve Lamacq na Radio One, e ele tocou essa música e eu achei uma graça. É uma coisa indie-pop-punk, com vocais femininos. www.myspace.com/thegrates



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