Wednesday, August 16, 2006

 

coluna 03 de agosto

THE HORRORS

Deu na NME e eu confirmo: The Horrors causa desordem em Londres!

O quinteto londrino, já conhecido desse espaço, lançou um novo single essa semana, chamado “Death At The Chapel”, e ontem foi o show de comemoração, na loja de discos Pure Groove, no norte de Londres. Só que o que era pra ser apenas um show normal, dentro de um local pequeno, virou confusão após a chegada centenas e centenas de fãs. O show teve que ser transferido para o pub ao lado! Daqui a pouco estrão esgotando ingressos por onde tocarem.

The Horrors toca dia 20 de agosto em Londres. Informações: www.myspace.com/thehorrors


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THE BISHOPS

Quem continua na batalha é o trio The Bishops, que lança uma nova música de trabalho em setembro e vai com tudo para turnê européia. Com o nome de “Higher Now”, o single possivelmente deve fazer bonito nos charts britânicos. Você já sabe: toda música dos caras é um hit potencial. São uma das principais bandas da atualidade que emulam os anos 60 sem cair em clichês. O vigor juvenil é um dos trunfos do The Bishops. Admirados tanto pelo pessoal da velha guarda como também pela molecada indie de agora, podem muito bem virar hype e ganhar o mundo nos próximos meses. Eu aposto!

Assista o clip de “Higher Now”



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THE AUTOMATIC

A melhor banda galesa desses tempos atuais, The Automatic, mostrou suas raízes rock’n’roll e CAUSOU num programa de televisão britânica na semana passada. O quarteto estava apresentando o contagiante hit “Monster” (apenas dublando, e não tocando ao vivo), quando perceberam que tudo estava sendo muito ridículo, aí chegaram na hora e destruíram o set do palco, derrubando tudo e causando geral.

Conversando com a NME após o episódio, o tecladista Alex Pennie disse que tudo aconteceu porque estavam virados da noite anterior. Decidiram não dormir depois de um show, e ficaram acordados direto até de manhã para gravar o programa. Não são muito bons em acordar cedo. Aí decidiram beber para passar o tempo e, quando chegou a hora da gravação, estavam todos de pileque! Já viu. Foi hilário. Quem começou foi o guitarrista James Frost, atacando a guitarra, pulando feito louco e se jogando na bateria. Depois o tecladista entrou na onda. Quando se deram conta, estavam de cuecas causando geral. Adoro bandas desse naipe: sem compromisso com a mídia mainstream e esbanjando bom humor e espírito jovem. Foram lá, viram que era um programa imbecil, tomaram umas e zuaram o barraco. Adoro!!

E vendo a apresentação, repare que antes mesmo de começar a desordem, a banda já estava claramente tirando um sarro dessa dublagem fake. Eu faria o mesmo. Payback ninguém merece.

E você pode assistir como foi a bagunça aqui:


Fora isso, o The Automatic lança “Recover” para próximo single, uma das faixas matadoras do álbum de estréia, “Not Accepted Anywhere”. O lancamento está previsto pra outubro no Reino Unido. Assista o clip aqui:


The Automatic é uma banda foda, não é?



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RESENHAS


ACID CASUALS – “Omni”

Esse é um projeto de um dos caras do Super Furry Animals, e foi lançado pela própria gravadora da banda. É um disco que se destaca pela criatividade e dissemelhança entre suas dez trilhas. Cada uma se difere da outra. Há momentos em que até na mesma faixa a sonoridade muda completamente, como é o caso de “If I'm A Selt You're A Sunt”, que abre o disco. É pop no começo, e no final vira uma trilha-sonora vanguardista, com elementos eletrônicos. “Y Ferch Ar Y Cei Yn Rio” é a minha predileta do álbum, e remete ao High Llammas. Há um clima de desamparo na faixa, e eu não consigo explicar porquê. Cutuca minhas memórias. A mesma coisa acontece com “J.T. 100%”, a trilha seguinte. É como se o Stereolab estivesse passando por uma crise de identidade. Outro destaque é a faixa “Long Time No See”, uma doçura esquisita de arrepiar. “Omni” é uma obra que desgasta seus ouvidos e seus sentimentos. Parece inofensiva, mas não é. Eu gostei, mas ouvir duas vezes seguidas é tarefa árdua. Em suma, uma música pop das mais inquietas que escutei nos últimos anos.

ISOBEL CAMPBELL & MARK LANEGAN – “Ballad Of Tthe Broken Seas”
Essa colaboracão entre Isobel Campbell (ex Belle And Sebastian) e Mark Lanegan (ex Screaming Trees) foi das melhores coisas que aconteceu em 2006 para quem é realmente fascinado por uma boa e tocante música pop. Os dois se conheceram em Glasgow e Mark chegou dizendo que era fã dos trabalhos de Isobel, dando a idéia de comporem um disco juntos. Isobel achou a idéia legal e escreveu algumas músicas pensando em Mark. E ele fez o mesmo. Mark em Los Angeles e Isobel em Glasgow. Ficaram moldando e trocando músicas pela internet e, quando a coisa tava madura, Isobel foi até Los Angeles gravar os melhores momentos dessa brincadeira. Uma brincadeira que deu certo. Esse disco desencadeia num ótimo clima folky-country, com a voz angelical de Isobel salientando com a voz perturbada de Mark. Orquestras aparecem em algumas faixas, como a soberba “Revolver”. Em “Ramblin' Man” temos a impressão que estamos num bar perdido numa cidade perdida sob o sol do Texas, enquanto que “It's Hard To Kill a Bad Thing”, a melhor faixa do cd, percorre três minutos com uma esperançosa e suave instrumentação, apenas com violão, violino e uma leve percussão. A simplória “(Do You Wanna) Come Walk With Me” remete aos trabalhos solos de Isobel. Doce, simples e ingênua. A loja de discos Rough Trade comparou Mark e Isobel com Lee Hazlewood e Nancy Sinatra, e eu estaria sendo tolo em não concordar.

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PETE DOHERTY: O PAPAI NOEL INDIE!!

Pete estava na NME da semana passada. Pedindo desculpas pelas suas maluquices nesses últimos meses. A pergunta é: onde Pete não está? Coloquei aqui a ótima entrevista que ele concedeu ao programa do Jonathan Ross, há algumas semanas atrás. É só ir no link das colunas anteriores, lá embaixo, e você assiste. E tem mais. Na semana passada apareceu no youtube.com uma nova entrevista, feita para o programa Transmission, aqui no UK. Impagável, como sempre.

A entrevista começa com Lauren Laverne, a apresentadora do programa, perguntando qual a importância de East London (zona leste de Londres) na música de Pete, e ele responde que a maioria das pessoas com quem trabalhou e ainda trabalha são de East London: refugiados e malucões da pesada. Depois Laverne faz uma pergunta infeliz, que deixou Pete assim: O QUEEEEEEEEEEE??!?!?! Laverne ficou sem graça, com medinho, e disse: Pete, só estou perguntando, só estou perguntando... Veja que pergunta idiota: ela quis saber se é a impressa que fica no pé de Pete ou se é ele que esta fazendo joguinho. Bobeira. Pete não faz joguinho não, Laverne. Ele é assim mesmo: especial, carismático e problemático. E a imprensa naturalmente quer faturar em cima dele e não o deixa em paz. Imprensa sensacionalista e conservadora é uma merda. Mas ainda assim, como você pode assistir na entrevista, Pete é considerado uma “Instituição Nacional”. Só mesmo na Inglaterra para isso acontecer.

Depois conversam sobre o livro que Pete irá lançar em breve, coletando os melhores momentos de seu diário “Books Of Albion”. Aí papo vai, papo vem, e o assunto chega no festival que os Babyshambles irá tocar em Agosto aqui em Londres, Get Loaded In The Park. Pete, sempre surpreendendo em sua atitude perante seus fãs, diz: “a propósito, se alguém ainda não têm ingressos, trouxe alguns aqui”. Todo mundo vibra e Lauren Laverne fala: THE INDIE SANTA!

Pronto, minha gente: Pete Doherty é o Papai Noel Indie! Hehe.

Doherty então distribui os ingressos do show para os fãs, alguém grita “A GENTE TE AMA PETE!!!”, e o programa termina com ele cantando sua nova música, “Beg, Steal And Borrow”.

Assista a entrevista:


Pois é, meus queridos leitores, a avalanche de Pete aqui na coluna é apenas um espelho do que é ele: talentoso, doido varrido, e com presença em todos os lugares.

P.s.: Não posso deixar de comentar minha decepção com Lauren Laverne. Ela era uma indie-top-girl quando surgiu na cena na época dourada do britpop, nos anos 90, com sua ótima banda Kenickie. Sua voz e visual era pra deixar qualquer um babando. O punk-bubblegun do Kenickie era afiadíssimo. A banda lançou alguns álbuns e depois desapareceu. Laverne voltou como locutora de rádio na Xfm, onde teve ótimos programas e sempre tocou muita coisa legal. Sua voz é uma delícia, e ouvir seus programas me fazia bem. Entretanto, tenho notado que a moça está cada vez mais enfiada nesse mundinho ‘celebrity’. Está toda hora em programas toscos de televisão. Big Brother e tals. Sem contar suas roupas, penteado do cabelo e brincos, tudo horroroso.

Ela tá uma completa loira-aguada!! Laverne, vá assistir seu Big Brother e deixe Pete em paz!!! Você se tornou uma bregona!! Assista a entrevista e veja como Laverne está agora, e veja essa foto do passado. Percebe a diferença?

Você entende indie-top-girls que viram bregonas??? Eu juro que não.




xxx



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