Tuesday, August 01, 2006

 

coluna 13 de julho

Pára tudo! Boletim OiLondres urgente!

CANSEI DE SER SEXY ESTOUROU AQUI NO UK!

É isso mesmo que você leu acima. Felizmente, eu estava errado nas minhas premeditações! Pelo caráter xenófobo que é a sociedade inglesa, pensei que seria meio difícil uma banda brasileira emplacar na indústria da música do Reino Unido.

Há mais ou menos dois meses atrás, Johnny Borrell disse numa entrevista à NME que até hoje, mesmo depois de ganhar o estrelato máximo, sua banda Razorlight ainda passa por racismo dentro da indústria, devido a dois integrantes suecos que o grupo possui. Mas o Cansei de Ser Sexy parece ser algo tão fresh e cool e exótico, que estão passando por cima disso.

Claro, a gravadora Sub Pop também é responsável por isso. E provavelmente o fato do CSS ter cinco garotas também ajuda. Assim é o mundo, não é? Mas o mais importante mesmo é a música. Muito provável as faixas do CSS serem idolatradas pela juventude indie britânica. Podem tranquilamente agradar fãs de bandas contemporâneas como Giant Drag, Peaches, The Pipettes, Yeah Yeah Yeahs, The Subways e Be Your Own Pet. Eu, como disse aqui na coluna em fevereiro, achei as músicas ótimas, mas faltavam um refrão estrondoso. Entretanto, encaremos a realidade, devo ser o único ser no planeta que ainda preza por um refrão potente. Devo ser um dos únicos sujeitos chatos no mundo que ainda ouve "Dare" do Human League e chora. Mas mesmo assim eu adoro o CSS.

Nesses últimos dias, o vídeo de "Let´s Make Love And Listen Death From Above" vem passando adoidado na programação da MTV2, junto com clips de bandas como The Kooks, Arctic Monkeys, The Long Blondes, The Automatic, Boy Kill Boy e Lily Allen. Veja esse link e comprove você mesmo, quem é o 'hot new one' dessa semana: http://www.mtv.co.uk/mtv2/shows/article.jhtml?articleId=30132287

Além disso, a NME está abrindo cada vez mais espaço para o CSS, com notinhas cada vez maiores em sua revista semanal, sempre com muitos elogios ao "Tired Of Being Sexy". Se uma banda já conseguiu convencer a NME e MTV2, já é 60% do caminho andado ao mainstream. Faltam as rádios. Essas são mais difíceis, mas não impossíveis.

Confesso que não entendo o critério para as rádios colocarem certas músicas na programação diária. Se vão com a cara do grupo ou se tem jabá, eu não sei e nem quero saber. Mas sei que com os programas específicos, como do Steve Lamacq na BBC, é bem fácil. Já até consigo imaginar Lamacq descendo louvações ao Cansei de Ser Sexy. Uma Xfm Session também pode rolar. Imaginem então se o John Peel estivesse vivo! Ah, o CSS com certeza seria um dos prediletos dele!

Diz pra mim, seria lindo ouvir a deliciosa Lauren Laverne, principal locutora da Xfm, dizendo "Alright Then, now it's time for the energetic & esoteric CSS, Tired of Being Sexy!!!!, with the song (whisper it) Let´s Make Love And Listen Death From Above", não seria?! Já até imagino ela falando isso em seu Breakfest Show com aquela voz doce e linda.

Se não bastasse, a melhor e mais tradicional loja de discos da Inglaterra, a Rough Trade, escolheu o cd do Cansei de Ser Sexy como "ALBUM OF THE WEEK". O disco está em destaque tanto no site on-line, como nas próprias prateleiras das lojas em Londres. Os caras, claro, estão se gabando para o CSS.

E a coisa não pára por aí. A banda está com turnê marcada para os EUA, Canadá e Europa. Esses dias uma amiga minha que trabalha na indústria da música nos EUA me mandou uma mensagem no msn. Ela perguntou "Marcio, do you know a band called Tired Of Being Sexy? They are from your city, Sao Paolo. We just received their cd and my boss is very excited!!". Falei que conhecia e perguntei se ela achava se era possível eles estourarem. Ela disse "Not sooooo huge like Franz and Strokes, buy yeah, I pretty much belive they can do something similar to Clap Your Hands Say Yeah and stuff". Vamos torcer!

Então, gente, essa coluna fala sobre Londres e suas aventuras, e parece que os paulistas Cansei de Ser Sexy estará mais presente por aqui nas próximas semanas.

CSS: eu aposto, e você?

Assiata o clip de "Let´s Make Love And Listen Death From Above"



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PETE DOHERTY no JONATHAN ROSS

Foi só eu recomendar o Jonathan Ross aqui na coluna, na semana passada, que o próprio conseguiu o que muitos tentam, mas poucos conseguem: lever Pete Doherty para uma entrevista exclusiva. Pete já há muito tempo está numa situação que mal consegue ir aos próprios shows, quanto mais participar de um bate papo na televisão em horário nobre. Por isso a surpresa.

O programa foi gravado na quarta-feita da semana passada e foi ao ar na sexta a noite. Com 20 minutos de duração, Pete, pálido como nunca, conversa honestamente sobre os Libertines, sua dependência de heroína e crack e outras coisas, além de apresentar, naquele 'jeitão' dele, a nova música de trabalho dos Babyshambles, "Beg, Steal and Borrow". Ainda, admite que seu talento para escrever músicas sofreu com seu vício.

Por mais que ele esteja se acabando com as drogas, por mais que ele tenha feito tanta besteira, e tenha sido o motivo do fim dos Libertines e da decadência dos Babyshambles, simplesmente não dá pra não se encantar com seu carisma. Veja ele falando que queria ser jogador de futebol no estilo 'socks down', fazendo a robot-dance, tirando sarro do seu implante anti-heroína e dando de presente a Jonathan um quadro tosco com a letra da música que ele tocaria naquela noite.

E o mais importante: confessando que pela primeira vez na vida está realmente tentando tratar sua dependência. Desculpa, ele pode morrer amanhã, mas Pete tem mil vezes mais carisma que Carl. Não tem jeito, carisma é algo que a pessoa ou nasce com, ou nasce sem. Mas ainda sim, acho que Pete precisa urgente de uma luz e torço para que saia de sua aguda dependência, e quem sabe, um dia possa novamente sentar junto a Carl e compor algo tão mágico como "Death On The Stairs".

Assista a entrevista em duas partes:

PARTE 1



PARTE 2



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LILY ALLEN

Só queria avisar que a dondoca inglesa Lily Allen é número 1 das paradas inglesas com o single "Smile". E pra constatar que a música ficou disponível on-line no MySpace por meses antes de ser oficialmente lançada para as lojas.

Da-lhe MySpace!

Da-lhe Lily Allen!

A moca ta bem na capa da NME dessa semana, diz aí?!

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THE PIPETTES

As Pipettes entraram nos charts britânicos em XXXX lugar com o belíssimo single "Pull Shapes". O álbum "We Are The Pipettes" será lançado na próxima segunda-feira, dia 17, e para promove-lo, a banda tocará ao vivo GRATUITAMENTE no loja de discos HMV, na Oxford Street. Imperdível, imperdível. A apresentação começa 18hs e depois disso ainda tem sessão de autógrafos. Você vai deixar passar a chance de conhecer a Rose, Riot Becki e Gwenno??? JAMAIS!!! Compareça, é evento histórico no centro de Londres. Veja na foto, elas estão sentadinhas esperando por você! ;-)

PIPETTES AO VIVO – GRATIS
DIA 17/07 – 18hs
HMV Oxford Street
LONDRES


Veja informações da turnê das Pipettes nas próximas duas semanas, aqui no Reino Unido:

www.myspace.com/thepipettes

A data de Londres é dia 29 de setembro, no Koko. Compre ingressos já!

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CAPTAIN

O quinteto londrino Captain dá continuidade na sua jornada rumo ao mainstream e lança mais um single, o terceiro, no dia 31 de julho. Com o nome de "Glorious", a faixa segue os passos dos singles anteriores, um pop meigo e aprazível, com produção esperta de Mister Trevor Horn. Enfim, o Captain será comparado para o resto de suas vidas com os lendários Prefab Sprout, dos anos 80. Das harmonias vocais aos arranjos de guitarra, tudo lembra o Prefab Sprout. Mas mesmo que sejam idênticos, o Captain faz canções adoráveis, lindas de morrer, então não me importo nem um pouquinho com a similaridade das duas bandas. Vale lembrar que o single anterior do Captain, "Broke", é uma das músicas do ano. "Glorious" não é tão linda quanto, mas chega perto.

Ouça "Glorious" aqui: www.myspace.com/captaintheband

Assista o clip de "Broke", um dos clips mais bonitos desse ano:




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RESENHAS


JAMES DEAN BRADFIELD – "The Great Western"
Juro pra você que quando fui escrever o nome do James aí em cima, escrevi Manics Street Preachers sem querer. Tive que corrigir. Juro. Mas o motivo é simples. Esse disco solo do grande James Dean Bradfield é puro Manic Street Preachers. Tá. Você não sabe quem é o sujeito e nem o que é esse tal de Manic. Ok. Manic Street Preachers é uma das mais fantásticas bandas surgidas dos anos 90 pra cá, e James Dean Bradfield é o vocalista, guitarrista e líder da gangue. E esse é seu primeiro álbum solo, depois de sete discos com os Manics. Francamente, é como se fosse o oitavo disco com sua banda oficial. Aquela voz é muito marcante, não tem jeito. A maioria das músicas segue um formato rock-pop, e se assemelham demais aos últimos trabalhos dos Manics: maturidade e talento se colidindo. As faixas são ótimas, agradáveis e repletas com a magia de James. Poucos são bons como ele. Apenas a folky "To See A Friend In Tears" é uma canção que não vejo os Manics compondo. O resto, é ouvir e correr para o abraço. Em suma, James Dean Bradfield não dá bola fora. Destaques: "Say Hello To The Pope", "An English Gentleman", "Bad Boys And Painkillers" e a balada "Still A Long Way To Go".


TV ON THE RADIO – "Return to Cookie Mountain"
Que cassetada! Rapaz, esse disco aqui é demais de bom! Coisa linda de Deus! Esses malacos de NYC surgiram com um bom LP de estréia em 2004 e, aqui nesse segundo, conseguiram se superar. A fusão de soul-music com eletrônica vanguardista, jazz e post-rock nunca foi tão infalível e irresistível como em "Return to Cookie Mountain". As guitarras estão menos tímidas e dão as faixas mais vigor e energia, ainda sim soando atmosférico. É o caso de “Playhouses”, que abre o álbum, onde parece que a banda não teve medo de assumir suas raízes rockers. Daí pra frente, o som é um emaranhado de texturas e instrumentos diversos, ora tortos ora calcados em swing, mas que sempre primam por um resultado coeso e melódico. O vocal dramático e assombroso de Tunde Adebimpe é um dos pontos altos de "Return to Cookie Mountain", que também conta com participação especial de nada mais nada menos que David Bowie em algumas partes. Bowie é fã confesso de TVOTR. É uma pena falar, mas o Radiohead, que lançou discos lindíssimos no passado, caiu nos próprios clichês nos dois últimos dois trabalhos e atualmente não chega nem perto da excelência que é o TV On The Radio. Certamente esse disco ficará no topo da minha lista de melhores do ano. Highlights:


MORNING RUNNER – "Wilderness Is Paradise Now"
Esses caras são bombardeados devido a pouca originalidade do som. As críticas mais comuns dizem que é a banda cover de b-side do Coldplay. Calma lá, pessoal, não precisa humilhar. Não é bem assim. Claro que originalidade não é algo pelo qual o Morning Runner ficará famoso, mas o grupo tem lá suas musicas bonitinhas. Tem sim. Quer que eu cite exemplos? Então vai: "Punching Walls", "It's Not Like Everyone's My Friend", "Gone Up In Flames" e "Oceans", pra citar apenas quarto. Hoje em dia tudo é derivativo na música, e se você prezar apenas pela originalidade, vai escutar pouca coisa feita nos últimos 15 anos. O critério pra mim é assim: a banda possui faixas boas ou não? Na minha opinião, o Morning Runner possui. O resto é conversa fiada. Esse álbum de estréia contém onze trilhas e a sonoridade é um indie-rock regado com baladas e climas dramáticos, e, além de Coldplay, remetem muito ao James e ao Stereophonics do comecinho.



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