Saturday, February 03, 2007

 

coluna 01 de fevereiro

I'M FROM BARCELONA / IRENE
Ao vivo no London ULU, Londres, 24/01


Aqui estou eu caminhando na noite mais gelada do ano (- 3°), sob uma leve garoa de neve, rumando para a Invasão Sueca. Semana passada Londres recebeu duas das mais divertidas e fofas bandas suecas no momento, os coletivos I'm From Barcelona e Irene. E foi uma noite de casa lotada. O espaço de shows da faculdade ULU estava abarrotado de nerds fãs de twee-pop. Alguns eram tão nerds que usavam a camiseta do Barcelona, o time de futebol. Eu hein...



Como abertura, o combo Irene, com oito membros, deliciando a platéia com seu excelente indie-pop sueco, com faixas que mal chegavam a dois minutos de duração, regadas a muitos lalalas, chachachas e trumpetes. Tinham dois backing vocals, um menino e uma menina, e juntos abusavam de harmonias ao melhor estilo soul-music Motown. O chefe da turma é o vocalista/guitarrista Bobby, um jovem rapaz, corpulento, de camiseta regata e pinta de surfista. Se o visse na rua, jamais iria imaginar que o moço é o responsável pelas agradabilíssimas pop-songs do Irene. As jóias "Stardust" e "To Be With You" foram as que arrancaram da platéia reação mais calorosa. A apresentação durou meia hora, e ainda sim tocaram mais de dez faixas, ou seja, o álbum “Apple Bay” por completo. Um deleite.

Mas o que todos esperavam, de fato, era a chegada do coletivo I'm From Barcelona e toda sua maestria. Entraram cinco, dez, quinze, vinte... trinta pessoas, entre homens e mulheres, que de espanhóis não tinham nada, eram mesmo todos da Suécia. Por último o figura Emanuel Lundgren, de terno e gravata, liderando a trupe. O palco transbordava boas energias, pessoas e intrumentos. Tinha para todos os gostos: banjo, acordeão, teclado, flauta, clarinete, trumpete, saxofone, guitarra, kazoo e bateria. E muita gente apenas cantando, com sorriso estampado na cara e dando tchauzinhos pra platéia.



Iniciaram logo com uma das minhas predileta, "Treehouse". Raios de felicidades saiam do palco e iluminavam a pessoas que assistiam. "I HAVE BUILT A TREEHOUSE, I HAVE BUILT A TREEHOUSE, NOBODY CAN SEE US, 'CAUSE IT'S A YOU AND ME HOUSE". Eu tava muito feliz. A letra, simplória porém bonita, reflete o universo dos andarilhos, viajantes e aventureiros desse mundão. Quando me dei conta, estava cantando junto: " I've been climbing rocks and stones, been collecting broken bones, I've been swimming across the lakes just to find this perfect place, I got lost into the woods, I've been covered up in mud, I've been going through a lot, just to find this perfect spot ".

No meio daquilo, a banda ainda jogava confetes, balões e bolinhas de sabão, ao melhor estilo Flaming Lips. Pure Joy. Foram cantando e tocando as faixas do disco, uma mais irradiante que a outra. Os suecos definitivamente são os mestres do indie-pop. Se é a água que tomam ou o ar que respiram, não sei, mas o fato é que cancões como "Jenny", "Rec & Play" e "Barcelona Loves You" são as mais brilhantes indie-pop-songs desses tempos. O álbum “Let Me Introduce My Friends” um dos melhores do ano passado.

Sem contar o hit "We're From Barcelona", que fez até nerds de óculos arriscarem um crowd-surfing. "LA LA LA LA LA LA LA LA LA I'm gonna sing this song with all of my friends and we're I'M FROM BARCELONA, love is a feeling that we don't understand but we're gonna give it to yaaaaaaaaa". Fraternidade, alegria e esperança. Esses foram alguns dos sentimentos positivos que encarnaram em mim durante o show dessa banda.

No final, o palco que quase não suportava nem a própria banda, quase desabou, pois foi invadido por um mar de fãs excitados e felizes, que, aos pulos e gargalhadas, tomaram conta da festa. Se só a banda contavam 30 pessoas, nessa hora havia facilmente uns 300 fãs ali em cima. Finalizaram com um remix tosco porém engraçado do hit "We're From Barcelona". Perfeito. Al
i fora, já a caminho do metrô, pensei que não haveria neve nenhuma capaz de esfriar o calor e felicidade que tomava conta do meu corpo.

www.myspace.com/imfrombarcelona
www.myspace.com/ireneswe


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KLAXONS – “Myths Of The Near Future”




Bem vindos ao fiasco do ano. Senhoras e senhores, com vocês, Klaxons. É isso mesmo que você leu. A banda que elogiei dias atrás nessa coluna virtual deu a maior bola fora essa semana e tive que engolir minhas palavras. Que horror! O pecado do Klaxons? Lançaram um disco sem vergonha, fraco e decepcionante, somente para promovê-lo a tempo da lucrativa turnê da NME, que está eminente, agora em fevereiro. Veja bem, leitor, não sou eu o problema dessa história. É o Klaxons. O lance é que curti os singles iniciais deles. E também gostei da estética dos caras e todo o conceito que vinha junto (tirando as capas dos discos, sempre feias). E, pra ser franco, não achei ruim a novela New Rave. I WAS HAVING THAT. Só que a coisa azedou cedo demais. Que bosta.

Vamos ao retrospecto. Antes desse álbum vagabundo, botaram nas lojas alguns singles e eps que, tenho que admitir, eram e ainda são ótimos, soando como um frescor para a cena musical inglesa. Naturalmente, a mídia ficou de quatro e implorou para o Klaxons meter no cú. Normal. Eles eram os Queridinhos. Os Salvadores Da Pátria. Destacam-se quatro faixas: "Atlantis to Interzone", "Gravity's Rainbow", "Golden Skans" e "Magick". Beleza. Tínhamos uma banda com ótimos singles, good vibes e, mais importante, uma banda que acreditávamos no potencial. Até essa semana.

No dia do lançamento do disco “Myths Of The Near Future”, na última segunda-feira, fui lá comprar o dito cujo. As vezes sinto que sou o único ser desse planeta que ainda compra cds. Sim, eu gasto dinheiro com cds. Não fico satisfeito apenas com a porra do mp3. E esse disquinho do Klaxons nem baixei, fui direto comprar, levado pela fé e pelo hype. Eis então que fui escutando e fui ficando cada vez mais confuso. Não sabia se aquilo realmente era o álbum ou uma piada. Pois o que entrava pelos meus ouvidos era algo de qualidade MUITO abaixa comparando com os singles velhos. Constrangedor.

Aí me liguei. Deu aquele ‘click’ na mente. Meu sensor começou a apitar. Sabe aquelas bandas de uma temporada só, que lançam discos repletos de FILLERS, com pouquíssimas KILLERS? Essa é o Klaxons. Safados! Por quantas semanas será que me enganaram? Como fui ingênuo! Tolice, a minha. Isso aqui é uma picaretagem. Eita bandinha vagabunda! O álbum não tem nenhuma música que chegue perto das que já conhecíamos e gostávamos.

Cortaram o lado eletrônico e deram mais espaço ao rock, com uma roupagem tão forçada que chega a ser patético. Na minha opinião, não há nada de magia Technicolor, e sim eles soando como se o Erasure tentasse ser uma banda progressiva. "Atlantis to Interzone" e “Magick” são pulsantes, contam com produção esperta e inspiração correndo nas veias. Mas esse disco aqui me soa o oposto. O Santuário Da Falta De Inspiração. A Mantra Sagrada Da Sem-Vergonhice. Enquanto “Myths Of The Near Future” tocava no meu cd-player, eu parecia ouvir claramente a gravadora falando “se apressem, põe qualquer coisa aí, e vamos lançar logo”, ao ponto que a resposta do Klaxons vem em seguida, “Ok, sem problemas, chefia”. Que merda.

A capa horrível acaba sendo o de menos. Até sentimos uma certa simpatia por ela depois que escutamos o cd inteiro, de tão safadas que são as músicas. Vai ficando bonita conforme as faixas vão rolando. Essa é a única magia que isso aqui proporciona. Faça uma favor para você: fique com aqueles singles que você tanto adorava e não chegue perto desse cd. E sabe o que vou fazer? Vou lá na loja com a notinha fiscal exigir um ‘exchange’ por essa merda aqui, trocar por um outro disco. Sei lá, talvez pegue um do Neil Young que ainda não tenho.

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MAXIMO PARK


É oficial. Paul Smith e seu Maximo Park estão de volta com novo single, novo álbum e uma turnê pelo Reino Unido. O primeiro single a ser tirado do novo disco será “Our Velocuty”, que chega nas lojas dia 19 de marco, enquanto que o disco vem duas semanas depois, dia 2 de abril, com o título de “Our Earhly Pleasures”. Que beleza.

Fora isso, engatam numa extensiva turnê britânica, tocand em Londres nos dias 10, 11 e 12 de maio. Compre tickets aqui: http://www.seetickets.com/sjmmaj/index.asp?link=maximo+park&site=maximopark

A gente se vê lá.

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BRETT ANDERSON




Finalmente Brett Anderson disponibilizou um música em sua página no MySpace. “Scorpio Rising” é o nome da canção. Achei legal, produção meio dark, voz do Brett aquela que tanto adoramos. O single “Love Is Dead” será lançado em marco, junto com o álbum, intitulado apenas “Brett Anderson”. Mais informações: www.myspace.com/brettandersonofficial




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