Wednesday, March 14, 2007

 

coluna 08 de março

SHOWS

Seguem algumas dicas de shows em Londres para as próximas semanas.


PET SHOP BOYS – 27 de maio no Hammersmith Apollo

EXPLOSIONS IN THE SKY – 19 de abril no Astoria

BRETT ANDERSON – 09 de maio no Shepherds Bush

MAXIMO PARK – 10 de maio no Astoria, 11 de maio no Shepherds Bush e 12 de maio no The Forum

THE HORRORS – 13 de abril no Coronet

AIR – 16 e 17 de marco no The Forum

KINGS OF LEON – 18 de abril no Hammersmith Apollo




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TILLY AND THE WALL
Ao vivo no Scala, Londres, 28/02

Não gosto do Scala, local do show dessa noite. É apertado, o palco é pequeno e sempre tenho a impressão que venderam o dobro dos ingressos permitidos. Ou melhor, o que adianta vender o número certo de ingressos e depois enfiar mais 500 convidados vips e outros 500 negos de imprensa? Cacete, o Tilly é uma banda americana obscura, ainda em ascensão, nunca imaginei que teria tanta gente pra vê-los. Tinha nego saindo pelo ladrão, beirando o insuportável. Fila pra entrar, fila pra mijar, fila para o bar. Que horror. Mas ok, a gente releva, pega umas bebidas e esquece as mágoas. O primeiro show eu perdi, tava na fila do bar. Em seguida vieram os californianos The Little Ones, que adorei. Indie-pop de primeira, com pintas ensolaradas, ótimo pra gente usar o termo Sunshine-Pop. Tocaram umas seis músicas, todas muito boas.

Mas a noite mesmo prometia com o Tilly And The Wall. Esse é o segundo show que vejo deles, e não me arrependi nem um pouco. Acho que no momento são responsáveis por um dos melhores shows no circuito, com uma puta energia irradiante, sem contar as músicas, uma melhor que a outra. Indie-pop com pinceladas épicas, e ainda apanhando elementos de flamenco e rock. O show foi indo e fui percebendo, não possuem nenhuma música sequer que poderia ser classificada como razoável. Todas são de qualidade excepcional. E o fato de contarem com uma dançarina sapateando como forma de percussão é uma das coisas mais inventivas na música hoje em dia. Simplesmente deixa a platéia de queixo caído.

O repertório foi marcado por canções dos dois álbuns que lançaram de 2004 pra cá. O primeiro chama-se “Wild Like Children” e o segundo, do ano passado, “Bottoms of Barrels”. Ao vivo somos surpreendidos por uma harmonia inigualável, com vocais boy-girl em perfeita sintonia, pitadas de folk e sapateado, tudo em prol de uma melodia certeira. Por exemplo,“You And I Misbehaving”, do primeiro disco, começa com um vocal a lá Bright Eyes, com sapateados e beats de fundo, depois vem a voz feminina de uma das vocalistas e termina com um Pa Pa Pa... Pa Pa Pa... capaz de derrubar lágrimas dos sujeitos mais gélidos desse mundo. E realmente cada canção supera a anterior. Parece a Máquina Das Músicas Perfeitas.

Os integrantes do Tilly And The Wall devem com certeza saber a importância de uma apresentação ao vivo. Notadamente vemos que dão tudo de si. A vocalista principal Kianna Alarid transborda compaixão e energia enquanto canta, gesticulando e pulando, se expressando ao máximo com seu rosto, voz e corpo. Sem contar as batidas de pés. Jamie Pressnall, a sapateadora, é também uma das que rouba o show em certos momentos, com seus sapateados encapsulando as melodias de modo mágico. Não podemos esquecer de Derek Pressnall, o vocalista e guitarrista, que também se destaca. A voz dele é muito parecida com de Conor Oberst / Bright Eyes.

Realmente não deixaram a peteca cair em nenhuma momento. O repertório foi escolhido a dedo. Não esqueceram gemas como “Sing Songs Along”, “Rainbows in the Dark”, “Urgency” e “Fell Down The Stairs”. Os hits foram deixados para o final. “Bad Edication” e “The Freest Man”, essa a melhor da banda na minha opinião, fizeram uma ótima dobradinha no final e aplausos não faltaram nessa hora. Ao término da apresentação, saí com a certeza de que o Tilly And The Wall é a melhor banda ao vivo nesse início de 2007.


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KAISER CHIEFS - “Yours Truly, Angry Mob”

Ai gente, não sei porque essa birra toda com os Kaiser Chiefs. Tem nego que quer ser indie demais e fica, em pleno 2007, com essa mania de que tudo que virou mainstream não é legal. Vá pra merda. Os Kaiser são divertidos e sabem realmente como compor aquele hit arrasa-quarteirão. É britpop sem tirar nem por, e me desculpa, quando se trata de hit, o britpop sabe dar conta do recado muito bem. E o fato de serem mega-famosos não tira esse brilho deles. Esse segundo disco “Yours Truly, Angry Mob” é um repeteco do primeiro, aquela coisa alto-astral, típico dos momentos mais dançantes do Blur e Mensawear. E a postura dos Kaiser também é ótima, fazendo deles uma puta banda ao vivo.

O primeiro single é um amor de canção. Teve um amigo que me disse que odeia essa música. Vish, não sabe o que está perdendo. Tem alguma outra faixa mais pegajosa que RUBY RUBY RUBY RUBY ? Não conheço. Olha, esse Kaiser Dois não tem nada de original ou inventivo. E qual o problema? É apenas pra nos divertir e nos fazer cantar junto, um festival de faixas descontraídas, cheias de clichês que tanto gostamos, letras superficiais e refrões cativantes. A gente vai escutando e vai curtindo, percebendo que já ouvimos aquilo antes, mas a gente releva, desencana, deixa o alto-astral tomar conta. Afinal, superficialidade as vezes é bom. O próximo sujeito que vier choramingar a vida pra mim, vou recomendar esse Kaiser Dois, não tem melhor remédio. Destaques: “Ruby”, “Everything Is Average Nowadays”, “Heat Dies Down”, “The Angry Mob” e “High Royds”.



xxx



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