Thursday, April 05, 2007

 

coluna 05 de abril

MAXIMO PARK
Ao vivo no 100 Club, Londres, 02 de abril


Num minuto estou no trabalho, lendo um livro, matando o tempo. N’outro estou suado, espremido num club intimista para não mais que 300 negos, vendo Maximo Park, uma de minhas bandas prediletas, tocar num palco que, na real, nem palco é, e sim meros degraus acima do nível da pista. As vezes a vida lhe proporciona bons momentos. As vezes. Assistir uma banda que você gosta muito tocar ao vivo num palco minúsculo é uma das coisas que vou sentir saudades quando deixar Londres, definitivamente. Franz, Libs, Suede, Magic Numbers, Coldplay, Tears... Palcos tão pequenos que sentimos até a respiração de nossos ídolos. A casa de shows 100 Club, para quem não sabe, ficou conhecida por ter abrigado a primeira apresentação dos Sex Pistols em Londres, em 1976. Mas hoje o dono da noite é o Maximo Park.

Mas antes de Paul Smith e sua gang, teve o To My Boy, uma dupla de nerds encarregada de abrir a noite. Não fizeram feio. Pelo contrário, me impressionaram com seu repertório moldado sob guitarras, beats e bons refrões. Era um technopop querendo deixar a timidez de lado, ou então como se o Erasure passasse por uma crise de identidade e quisesse referenciar a todo custo bandas como Pulp, Hefner, Bis e Ladytron. Nada mal. Vou até, outra hora, pescá-los no MySpace.

Quarenta minutos depois, o cinco rapazes do Maximo Park passam no meio da platéia espremida para subirem ao palco. Percebemos que a noite será especial quando as estrelas passam por você para apresentarem o espetáculo. Todos a posto, “Graffiti” veio com tudo explodindo das caixas de som. Mister Paul Smith de terno, gravata e chapéu, pulando, dançando e exercitando seus dotes de malabarista. Emendaram com “Girls Who Play Guitar”, um dos destaques do novo álbum. Daí pra frente o que se viu foi suor, gritos, pulos e uma seleção de hits do primeiro e segundo disco. Minhas expectativas já estavam altas, e foram superadas no decorrer do show.

Uma coisa que percebi foi que as faixas novas soam estupidamente explosivas ao vivo. Tudo bem, o novo álbum não é 100% como o anterior, digamos que ta quase lá, mas as músicas novas - “Your Urge” por exemplo - soam muito bem ao vivo, tão perfeitas quanto as que já conhecíamos. Aliás, após a conclusão dos hits “The Coast Is Always Changing” e “Now I’m All Over The Shop”, dois torpedos do primeiro trabalho, me dei conta que eu tinha perdido a voz. Por uma boa causa, refleti. E mais uma vez, da-lhe Paul Smith, que com suas acrobacias e seu carisma, aliado ao seu jeito totalmente genuíno de representar cada canção, se coloca facilmente entre os melhores performers de sua geração; senti-o cheio de confidência enquanto cantava. Você percebe quando um vocalista é forçado. Paul definitivamente não é um desses.

Pensei que a casa viria abaixo quando o fabuloso novo single “Our Velocity” foi tocado. Mal sabia eu que a agitação e excitação do público seria muito mais intensa em “Apply Some Pressure”, o cartão de visitas do Maximo Park. Depois dessa, o show teve que entrar numa pausa para socorrer as pessoas que estavam sendo amassadas e pisoteadas na primeira fila. Tudo sob controle, ainda tivemos tempo para nos deliciar com “Going Missing”, “Limassol” e “Books From Boxes”, antes que noite terminasse . De alma lavada, dei tchau para o Maximo Park. Em maio nos vemos novamente.

MAXIMO PARK TOCA EM LONDRES NOS DIAS 10, 11 E 12 DE MAIO.
INFORMACOES:
http://www.myspace.com/maximopark



xxx

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