Thursday, June 14, 2007

 

coluna 07 de junho

LANÇAMENTOS DO WRY








































Como foi reportado aqui há duas semanas, a banda Wry, oriunda de Sorocaba no Brasil, mas baseada em Londres desde 2002, assinou contrato com a gravadora shoegazer AC30 e terá seus lançamentos nas lojas em breve.

Tanto o single “Sister / Different From Me” quanto o EP “Whales And Sharks” serão lançados no dia 09 de julho. Você confere aqui na coluna a arte das capas de ambos lançamentos.

Wry toca ao vivo aqui em Londres no dia 04 de julho na fantástica casa de shows Koko, abrindo para o Ash. Tickets aqui: http://www.ticketmaster.co.uk/


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LASTFM, a revolução social da música.

O fenômeno do site inglês Last.fm se consolidou na semana passada com sua venda para a multinacional americana CBS. O valor da transação foi de 141 milhões de libras e seus três fundadores Martin Stiksel, Felix Miller e Richard Jones, junto com a empresa investidora Index, vão receber uma bolada cada um. São os mais novos jovens que fizeram fortuna com sites espertos de música. O mais legal é que o site foi criado por fãs genuínos de música aqui de Londres, e seus escritórios estão na descolada região de East London, zona leste da capital inglesa.

Quem acha que com essa venda o site vai perder sua essência alternativa, pode ficar tranqüilo. Assim, como MySpace e YouTube, que também foram comprados por grandes corporações, o Last.fm promete permanecer em prol dos viciados por música, e seu ideal continuará sendo o mesmo. Mas afinal qual o grande barato desse site, você deve estar se perguntando. Oras, o Last.fm conta com a idéia certeira de listar, classificar e organizar tudo o que você escuta no seu computador. Você cria um perfil, como no Orkut e MySpace, na qual também relaciona amigos e comunidades. Nesse perfil, aparecem organizada todas as bandas que você ouviu recentemente.

Não obstante, o site é uma ótima ferramenta para descobrir e pesquisar novas bandas. Se você digita seu artista preferido, aparece uma lista enorme de coisas parecidas, baseada no que os fãs estão escutando, e não no que críticos ou rádios escolhem. Realmente funciona e a probabilidade de você encontrar uma nova preciosidade para sua coleção de discos é muito grande, pois a listagem é genuína, construída através dos hábitos dos fãs. Fora isso, podemos compartilhar fotos de shows, resenhas, comentários e anúncios de eventos, tudo entre amigos, tudo entre fãs. Não é a toa que o slogan do Last.fm é “the social music revolution”.

O Last.fm surgiu quando, em 2003, um de seus criadores viu uma reportagem sobre um programador que estabeleceu um sistema de recomendações chamado Audioscrobbler, que gravava as músicas que um ouvinte escutava e recomendava de acordo com essas faixas gravadas. Depois de algumas pints de cerveja, muitas idéias e planos, o site Last.fm nasceu. No começo, como toda pequena empresa, foi difícil, a ponto da companhia não ter dinheiro para pagar seus funcionários e convida-los para morar no terraço do escritório. Só trabalhava no site quem realmente acreditava na idéia e quem era de fato um amante da música. Pra você ver, boa parte do staff também é DJ, músico ou jornalista musical.

Cinco anos depois, o site estourou entre os fãs de música do mundo inteiro. O sucesso de fato atravessou fronteiras, o que fez a equipe programar o site em diversas línguas além do inglês, como Chinês, Polonês, Japonês e Português. Hoje, 66% dos visitantes e usuários são de língua não-inglesa. Aliás, o site é bastante popular entre brasileiros. Vale ressaltar que, embora muitos analistas achem que o valor da venda foi baixo comparando com o potencial do negócio, outros já pensam que, para a idade do site (apenas 5 anos), foi uma ótimo valor, e argumentam que muito raramente uma empresa tão nova é vendida por £ 141m.

Como Londres é o melhor lugar para música no mundo, a base do Last.fm vai permanecer na cidade e enfocar bastante a cena daqui. Claro que uma expansão para mercado Norte-Americano não está fora dos planos, mas Londres e Inglaterra serão as raízes do Last.fm.

www.last.fm/


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FIELD DAY

Você, que freqüenta shows, festas e eventos da cena independente aqui de Londres, já deve ter recebido um flyer divulgando um super festival no Victoria Park, no East End. É o Field Day, organizado pelo coletivo Eat Your Own Ears, e que será realizado no sábado, 11 de Agosto. Particularmente, acredito que o line-up desse festival seja o mais atraente, por sua mistura de artistas de médio-porte consagrados juntos com grupos iniciantes. Bat For Lashes, Electrelane e The Concretes estão entre os destaques.

Sem contar que, pelo fato de ser independente, as chances de os ingressos se esgotarem são mínimas. Sem pressa, sem fila, sem hype. O Field Day é uma grande opção para você curtir o verão com a melhor vibe e trilha sonora. Em companhia com as atrações musicais, haverá uma praça de alimentação com comida orgânica, comprada com ‘fair-trade’ e preparada por chefs locais. Se não bastasse contar com ótimas bandas, o festival ainda é politicamente correto. Eu vou, e você? :-)

























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LANÇAMENTOS MUSICAIS 2007

Dando continuidade na minha lista de destaques desse ano, segue um resumão de mais discos legais para garimpar. Vale a pena!

THE CLIENTELE – “God Save The Clientele”
Novo trabalho desse quarteto do norte de Londres. Como de praxe, se afundam numa atmosfera bucólica, triste e contemplativa. O resultado é impecável, como já era esperado. The Clientele sempre nos presenteia com discos fantásticos. Para fãs de The Montgolfier Brothers, Belle And Sebastian e Sigur Rós.











LUCKY SOUL – “The Great Unwanted”
Descendo para o sul de Londres, temos o ótimo disco de estréia do Lucky Soul, um coletivo mod-soul que possui a vocalista com uma das vozes mais bonitas desse ano, a linda Ali Horward. Sua persona e voz é digna de Soul-Divas como Dusty Springfield ou Sandie Shaw. Para fãs de Supremes, Martha Reeves e Paul Weller.










JAMIE T – “Panic Prevention”
Esse rapper branquelo do sul de Londres é mais conhecido entre os indies do que rappers. Não é pra menos, suas referencias tendem a ser mais para o lado rock do que hip-hop. As músicas são raps-good-vibe tocados com instrumentos de verdade, sulcados com alguns beats, num sotaque de subúrbio londrino. Sonoramente, arrisco que ele soa como uma fusão do Mano Brown com Jens Lekman. Bizarro, mas possível. Para fãs de Libertines, CSS, Beastie Boys e Larrikin Love.








THE KISSAWAY TRAIL – “The Kissaway Trail”
Esse quinteto vem lá da Dinamarca com a missão de incendiar a cena indie inglesa com seu energético epic-rock. Com uma camada de três guitarras, as músicas não deixam o pique cair em nenhum momento. Esse é o disco de estréia dos caras, o que faz deles uma banda muito promissora. Para fãs de Arcade Fire, The Polyphonic Spree e The Killers.









BUTCHER BOY – “Profit In Your Poetry”
Butcher Boy lançou um dos discos mais sublimes desse ano através do selo independente How Does It Feel To Be Loved. Originários de Glasgow, Escócia, desfrutam de uma atmosférica cinzenta, rústica e literária. Um prato cheio para quem aprecia obras dos Smiths, Belle And Sebastian, Elvis Costello e Camera Obscura.








THE CRIBS – “Men’s Need, Women’s Need, Whatever”
O trio de irmãos mais barulhento dessa ilha lançou seu aclamado terceiro disco, para delírio dos indie-kids do mundo todo. Quem já conhecia a banda, não se surpreendeu, pois nesse álbum está presentes todos aqueles ótimos hits indie-rock que só o Cribs sabe fazer. Mais um excelente disco, para chacoalhar seu aparelho de som. Para fãs de Franz Ferdinand, Ash e Strokes.










THE APPLES IN STEREO – “New Magnetic Wonder”
Depois de quatro anos em silêncio, os americanos Apples In Stereo estão de volta com o que sabem fazer de melhor: ensolarados psychedelic-pop. Esse é um álbum longo, com 24 faixas, que cresce aos poucos e que lhe desperta sentimentos vivos e alto-astral. Pop para cantarolar no chuveiro. Os Beatles fizeram isso de monte, e os Apples In Stereo também. Para fãs de Teenage Fanclub, Big Star, Beatles e Brian Wilson.









THE ORCHIDS – “Good To Be A Stranger”
Ao lado do Butcher Boy, os escoceses The Orchids mostram uma faceta mais melancólica de Glasgow. Depois de mais de uma década sem lançar nada, The Orchids coloca um novo álbum na praça pela gravadora espanhola Siesta. Um cd bonito, coeso e, só pra variar um pouco, melancólico até dizer chega. Para fãs de Kings Of Convenience, Roddy Frame e todo o cast da Sarah Records.






Essa é a lista dos outros lançamentos resenhados nas colunas passadas:

COCOROSIE – "The Adventures Of Ghosthorse & Stillborn"
THE RAKES – "Ten New Messages"
JUSTICE - "t"
MAXIMO PARK – "Our Earthly PLeasures"
BRETT ANDERSON – "Brett Anderson"
THE HORRORS – "Strange House"
GOOD SHOES – "Think Before You Speak"
ARCADE FIRE – "Néon Bible"
KEREN ANN – "Keren Ann"
TAP TAP – "Lanzafame"
AIR – "Pocket Symphony"
EXPLOSIONS IN THE SKY - "All of a Sudden I Miss Everyone"
JOHN HOWARD – "Same Bed, Different Dreams"
BRIGHT EYES – "Cassadaga"
THE BISHOPS – "The Bishops"
ELECTRELANE – "No Shouts, No Calls"
MANIC STREET PREACHERS – "Send Away The Tigers"
DARTZ! – "This Is My Ship"

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