Wednesday, July 04, 2007

 

coluna 21 de junho

Começamos a coluna com vídeos recém lançados aqui na Grã-Bretanha!

THE GO! TEAM – “Grip Like a Vice”
Estreou essa semana nos canais de música o novíssimo clip do coletivo The Go! Team, a banda mais explosiva e inventiva da atualidade. A faixa se chama “Grip Like a Vice” e o vídeo é tudo aquilo que esperamos do The Go! Team: uma detonação de cores, imagens e sons, cobertos por uma paixão viva e muito entusiasmo. Assista AGORA!



JACK PEÑATE – “Torn From The Plataform”
Aí está o novo single do nosso soul-boy Jack Peñate. Uma delícia, pra variar. Jack Peñate, do sul de Londres, faz soul-music com roupagem oitentista, recheado de elementos de ska e indie. Esse é o segundo single do rapaz por uma grande gravadora. O primeiro foi a matadora “Spit At Stars”, que sempre discoteco nos bares aqui em Londres e sempre incendeio as pistas. O álbum desse garoto promete!!



THE RUMBLE STRIPS – “Motorcycle”
Esse sem dúvida é um clip genial. Você vai assistir e comprovar você mesmo. Um fato interessante é que esses dias o diretor do clip deu uma entrevista a NME contando como rolaram as gravações. Ele disse que gravou tudo num shot só, e que devido as proporções tiveram que filmar cedinho de manhã, para não atrapalhar o tráfico de carros. Parece que os vizinhos ficaram irritados com o barulho do play-back e atacaram ovos na produção. Fora isso, a bicicleta e o carro usados para segurar a câmera foram roubados assim que as filmagens terminaram. Eu hein. Assiste aí.



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MAXIMO PARK
Paul Smith e sua turma estão com tudo. Com uma extensa turnê já marcada para o outono inglês, o Maximo Park tem sido presença constante na televisão britânica. A seguir você assiste com exclusividade a banda tocando a fantástica “Books From Boxes” no programa Popworld. Vale lembrar que o Maximo Park vai tocar nos mais importantes festivais de verão pelo mundo. Não perca a chance de vê-los ao vivo.



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O FIM DO ASH???
Essa semana a notícia que o Ash ia acabar tremeu a cena musical aqui no UK. Na verdade, a banda apenas vai parar de lançar discos em formato físico, e vai continuar gravando e lançando apenas no mundo virtual. Embora seja legal ver o Ash nas principais manchetes dos jornais populares, fiquei triste pra caralho com essa notícia, afinal sou um colecionador de LPs e CDs. A seguir traduzo com exclusividade aqui na coluna um artigo que saiu no jornal The Independent na semana passada, reportando a atitude do Ash e dando uma geral na indústria das músicas digitais. Vale muito a pena ler.

“Fim para os álbuns do Ash já que novas músicas terão apenas lançamentos on-line”.
Por Jonathan Brown
Tradução livre de Marcio Custódio.

A banda da Irlanda do Norte Ash, que ganhou notoriedade junto com a explosão do Britpop no meio dos anos 90, vai daqui pra frente lançar todas suas músicas na internet.

A banda, responsáveis por dezenas de hits e que ganhou vários prêmios durante os 15 anos de carreira, disse ontem que seu novo álbum “Twilight Of The Innocents” será o último a ser lançado no formato convencional.

O líder do conjunto Tim Wheeler disse que o Ash, que apareceu no festival Isle Of Wight no último final de semana, iria “se dedicar inteiramente na arte dos singles para a era digital”.

Com o abandonamento dos métodos tradicionais de gravar e promover, Wheeler disse que os fãs poderiam baixar as músicas logo que elas ficassem prontas.

Ele disse que isso criaria uma nova era de “espontaneidade e criatividade” e colocaria um fim nas cada vez mais longas esperas para os consumidores de música entre um disco e outro.

“Temos nosso próprio estúdio em Nova Iorque, e podemos gravar uma faixa e lança-la no dia seguinte se quisemos, oferecer para as pessoas enquanto a faixa ainda esteja recém-feita. Somos a primeira banda a fazer isso, mas duvidamos muito que seremos as últimas”, ele disse.

Vendas de discos em formato físicos estão em queda livre, e a indústria da música está oprimida devido as tenebrosas previsões acerca de seu futuro. No ano passado a venda de CDs nos EUA caiu 20%.

A indústria está sendo criticada com sua deficiência em reagir rápido o suficiente contra as ameaças e oportunidades apresentadas pelos downloads, primeiro tentando reprimir os sites ilegais de compartimento de arquivos, antes de tardiamente tentar pegar para si mesma parte dessa fatia do mercado digital.

Nos primeiros três meses desse ano nos EUA, o maior mercado fonográfico do mundo, houve 288 milhões de downloadas legalizados, com 46 milhões a mais comparando ao mesmo período no ano passado. Pelo mundo, vendas da música digital quase que dobraram para um valor de £1 bilhão nos últimos 12 meses. O sucesso de artistas como Arctic Monkeys, Lily Allen e Sandi Thom, que construíram vasta audiência na internet antes de se transformarem em altas vendagens no formato físico, ofereceram alguma esperança.

Mas o crescimento do mercado digital não condiz para o colapso no mercado de álbuns em CD, com consumidores preferindo em baixar apenas algumas faixas individuais ao invés de discos inteiros.

O Ash foi formado em 1992, mas foi somente em 1995 que atingiram as paradas com o hit “Girl From Mars”. No ano seguinte o disco “1977” foi para o topo das paradas, o primeiro de cinco discos top-10 da banda, incluindo o álbum “Free All Angels” de 2001. Assim como terem sido premiados com um prêmio Ivor Novello e terem emplacados 17 músicas no top-40, o Ash foi pioneiro na revolução da música digital como sendo a primeira banda com seu próprio fórum on-line e terem conseguido ser os primeiros a atingir o número 1 nas paradas de downloads.


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There’s a new sensation...
IT’S A TEENAGE REVOLUTION!

Nunca foi tão fácil ser um adolescente e fã de música ao mesmo tempo. Pelo menos aqui na Inglaterra. Como foi citado aqui na coluna anteriormente, a crescente onda de crianças e teenagers invadindo as festas e shows aqui em Londres é chocante. Além de freqüentar eventos, elas também estão criando arte e formando bandas. Revistas como NME e Artrocker notaram isso há algum tempo e vem dando cada vez mais espaço em suas publicações para o público jovem. Agora essa febre invadiu também a imprensa popular, e no último domingo o importante jornal The Obserer publicou em sua revista mensal sobre música, o Observer Music Monthly, várias matérias a respeito desse fenômeno. A seguir mostro para vocês alguns trechos importantes dessas reportagens, traduzidos por mim. Have a look!

> Começando com a tradução do editorial escrito pelo garoto Sam Kilcoyne, de 15 anos, que é o organizador da festa Underage Club e que no verão vai produzir o primeiro festival exclusivamente para menores de 18 anos, o Underage Festival, que rola no Victoria Park, zona leste de Londres. (Tradução Marcio Custódio)

“Se você gosta de música, não há dúvidas que estamos uma época sensacional para ser um adolescente. Isso já foi dito milhares de vezes recentemente, e provavelmente será dito milhares de vezes nessa edição do Observer Music Monthly, mas nunca houve tantas oportunidades para pessoas da minha idade se envolver de uma forma ou de outra com música. Graças principalmente a novas tecnologias, há um imenso número de bandas (muitas delas retratadas nas paginas a seguir), eventos e até mesmo gravadoras que floresceram através de membros dessa nova cena teen. O fato de pessoas cada vez mais jovens estarem descobrindo música e sua indústria só pode ser uma coisa boa. Recentemente, graças ao club para menores de idade e agora festival que eu organizo, tenho passado por minhas primeiras experiências com o pessoal da indústria fonográfica, e posso te dizer, é assustador. Quanto mais antenado e apaixonado por música melhor, já que atualmente essa indústria está cheio de velhos sem nenhuma noção e com prioridades equivocadas.

Na verdade, muita coisa da nata de novos artistas teen não é minha praia, mas outras pessoas gostam, e penso que a presença deles é definitivamente positiva. Comecei minha noite cerca de um ano atrás, inspirado pela idéia do club Way Out West, da zona oeste de Londres. Não entrava na minha cabeça que não havia chances para pessoas da minha idade assistir bandas como The Horrors. Começou como uma idéia simples – juntar um monte de molecada, assistir bandas legais que a gente poderia convidar e tocar músicas que outros clubs para menores não tocavam. O Underage Club se tornou algo bem maior. A demanda esmagadora nos inspirou a organizar a festa com mais freqüência, e agora, um festival, mas foi com a ajuda de um artigo publicado nessa revista (veja OMM n.38) que se iniciou uma avalanche de atenção da imprensa. Outros projetos de festas idênticas surgiram e, quando me dei conta, estava recebendo constantes ligações de jornalistas querendo aderir a esse novo ‘fenômeno’.

Graças a esse interesse, fui forcado a me inteirar em como a indústria trata os adolescentes. Fiquei confuso – recebendo mensagens variadas sobre o que deveríamos ser. De um lado, jornais e reportagens de TV pareciam sempre estar dizendo que éramos os piores adolescentes do mundo; e do outro, tive canais de TV me procurando e pedindo para eu participar num programa sobre adolescentes exemplares. Eu não conseguia compreender como eu era diferente de qualquer outro jovem do meu bairro de Peckham no sul de Londres. Estamos todos fazendo coisas produtivas e criativas, e entrando em roubadas de vez em quando. Não conseguia perceber porque a obsessão pelos teens. Não entendia porque pessoas achavam que eu era diferente dos outros, só porque eu não usava jaquetas de rap e bonés.

Tem sido meses frustrantes esses, envolvendo um monte de perguntas tolas com uma só resposta, e reuniões com patrocinadores para nosso festival que tem sugerido as mais desagradáveis idéias. Uma estação de rádio popular quase me deixou em lágrimas. Estávamos discutindo como eles selecionam o playlist da programação, e eles me mostraram uma recente pesquisa sobre teenagers que eles organizaram. Depois que eu perguntei porque nomes tão óbvios como Klaxons e The Horrors não estavam lá, a estação deixou escapar que os jovens participantes dessa pesquisa tinham que escolher as bandas através uma listagem pré-selecionada – na qual misteriosamente deixou Green Day e The Kooks como as bandas top do país. É de dar medo.

Está claro que os adolescentes nunca foram tão importantes, mas ninguém pode assegurar que os tempos estão mudando, que para entende-los melhor, é necessário se transformar junto com eles. O que todas essas tecnologias estão fazendo é deixar os teenagers mais complicados. Pesquisa na internet é a coisa mais fácil do mundo. Um garoto que se liga em The Horrors, passa a conhecer Screaming Lord Sutch por tabela. Se os publicitários querem fazer grana em cima de nós, eles precisam repensar certas coisas. Não seremos alimentados por lixos óbvios vindos dessas pesquisas de merda. Olhe pra mim, tenho 15 anos, nem sei usar MySpace direito, e ouço Ornette Coleman e Serge Gainsbourg. Vai vendo”.

> Informações sobre o Underage Festival: www.myspace.com/underage_club


A seguir mostro com exclusividade a lista dos 50 maiores sucessos de teenagers que a revista Observer Music Monthly elegeu. Por ordem de época. (Now I show you the best teenage anthems that Observer Music Monthly have listed)

1. Inbetween, Judy Garland (1940)
2. Bobby Sox Blues, T-Bone Walker (1946)
3. Seventeen, Boyd Bennett and His Rockets (1955)
4. Boog Woogie Teenage, Don Julian and the Meadowlarks (1956)
5. I'm Not a Juvenile Delinquent, The Teenagers (1956)
6. Sweet Little Sixteen, Chuck Berry (1958)
7. A Teenager in Love, Dion and the Belmonts (1958)
8. The Eighteen Year Old Blues, Steve Carl with The Jags (1958)
9. Teenage Love, The Five Chesternuts (1958)
10. A Teenager's Letter of Promises, Sun Ra (1959)
11. Teen Angel, Mark Dinning (1960)
12. The Beat Generation, Bob McFadden and Dor (1960)
13. The Heart of a Teenage Girl, George Chakiris (1960)
14. Don't Treat Me Like a Child, Helen Shapiro (1961)
15. The Young Ones, Cliff Richard (1962)
16. I Saw Her Standing There, The Beatles (1963)
17. Only 17, The Beatlettes (1964)
18. When I Grow Up (To Be a Man), The Beach Boys (1964)
19. My Generation, The Who (1965)
20. My Degeneration, The Eyes (1966)
21. Teenage Failure, Chad and Jeremy (1966)
22. When I Was Young, Eric Burdon and the Animals (1967)
23. Excerpt from a Teenage Opera, Keith West (1967)
24. An Open Letter to My Teenage Son, Victor Lundberg (1967)
25. Pot Party, Mike Curb (1968)
26. To Be Young, Gifted and Black
27. Sugar Mountain, Neil Young
28. Teenage Lust, MC5
29. I'm Eighteen, Alice Cooper (1971)
30. Talking the Teenage Language, The Lost Generation (1971)
31. Teenage Head, Flamin' Groovies (1971)
32. All The Young Dudes, Mott The Hoople (1972)
33. Teenage Rampage, The Sweet (1974)
34. Teenage Revolution, HELLO (1974)
35. Seventeen, The Sex Pistols (1977)
36. Teenage Lobotomy, The Ramones (1977)
37. Bored Teenagers, The Adverts (1978)
38. Teenage Kicks, The Undertones (1978)
39. 16 Again, The Buzzcocks (1978)
40. Germ-Free Adolescents, X-Ray Spex (1978)
41. I Was A Teenage Werewolf, The Cramps
42. Teenage Wildlife, David Bowie (1980)
43. Bad Seeds, Beat Happening (1986)
44. Hallucination Generation, The Gruesome Twosome (1989)
45. Smells Like Teen Spirit, Nirvana
46. Sorrow 16, Manic Street Preachers (1992)
47. Young Offender, Pet Shop Boys (1993)
48. Teenage Dirtbag, Girls Aloud (2006)
49.Sound of Silver, LCD Soundsystem (2007)
50. Fluorescent Adolescent, Arctic Monkeys (2007)


A revista também publicou uma análise sobre os visuais e tribos nas quais os adolescentes se associam atualmente. Tem pra todos os gostos. Qual é o seu perfil? (as fotos eu scaneei da revista Observer Music Monthly, e os comentários sobre as tribos são meus) > I scanned the pictures from the magazine Observer Music Monthly, and all the comments on the teenage looks are mine.

1. PUNK
Curto esse visual Punk. O único problema é que os punks que se vestem dessa maneira são, na maioria, uns vândalos, e ser Punk pra mim não é isso. Na minha opinião, ser Punk é criar arte e fazer suas coisas do jeito que você quer, usando como princípio o famoso DO IT YOURSELF. O visual pra mim nem é tão importante. Ficar bebendo e arrumando confusão na porta de bares não é nada Punk pra mim.

2. NU RAVER
Nada contra uma festinha eletrônica, mas precisa se vestir brega desse jeito? Gosto de visuais exagerados desde que seja decente, e não essa coisa cafona da new-rave.

3. HARDCORE KID
Acho legal um true-fan de hardcore. Não gosto das bandas, mas aprecio o visual. Pena que a diferença entre um hardcore e um emo chorão está bem estreita ultimamente.

4. THE SCENE KID
Nem fede nem cheira. O tal do ‘scene kid’, segundo o Observer Music Monthly, tem um visual legal, mas não corre riscos. Gostam de tudo um pouco, sem muitas obsessões, sem nada muito extremo. As vezes isso, na minha modesta opinião, pode ser falta de personalidade.

5. EMO SKATER
Eca. As musicas são horríveis, a atitude chorona é um saco e parece que eles brotam do asfalto, pois estão em toda parte. Não é a minha praia, mesmo.

6. INDIE BOHO
Esse sou eu, hehehe. O Observer Music Monthly diz que os indie-bohos gostam de coisas como Mystery Jet, Larrikin Love e Libertines, bandas que referenciam e apreciam a Inglaterra vitoriana, aquela coisa da Arcádia, o ship Albion e afins. Eu incluiria nessa lista os Les Incompetents e The Horrors. São literários, gostam dos livros clássicos, filmes antigos e são, em sua maioria, bem magros.

7. SCRANNER
Scranners na verdade é um outro termo para chav, que significa um jovem de classe trabalhadora, muitas vezes agressivo, ignorante e racista. Eu fico com muito medo quando trombo um desses na rua. E as minas são tão animalescas quanto os caras. Eles geralmente se encontram nas portas dos mercadinhos off-license ou nas lojinhas de chicken, usam sempre capuz, roupas largas e tem como hobbie predileto passear com seus buldogs ou arrumar brigas em pontos de ônibus. Enfim, é a escoria.

8. WANNABE WAG
Essas são as gostosas que adoram dançar R’n’B, compram roupas na Topshop e gostam de passear de carro conversível junto com um rapper negão musculoso cheio de correntes e com a carteira cheia de grana. O termo WAG referencia os jogadores de futebol, são as “Wives And Girlfriends” dos jogadores. Man, they are fit!

9. GOTH
Respeito muito os góticos e seu visual. Aqui perto de casa tem um pub gótico, e sempre que entro, eles estão sentados nas mesas no meio de fervorosas discussões sobre Edgar Allan Poe, Robert Smith ou o funeral do Bela Lugosi, e isso só pode ser uma coisa boa.

10. SKINHEAD
Depois do filme “This Is England”, os skinheads voltaram a moda aqui no UK. Acho o visual bem legal, o cabelo raspado, as botas, as calcas jeans dobradinhas e suspensores. Fora que eu adoro ska, então... Mas gosto dos TRUE skinheads, e não essa turma que pulou no mesmo vagão e cultuam o nazismo e coisas do tipo. Desses eu to fora. Mas os skinheads que curtem ska, fumar unzinho e curtir a vida, esses eu me identifico!
xxx

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